domingo, 9 de mayo de 2010

You are the princess in my fairy tale

"Judit,

What can I say? You came into my life and captured my admiration from the moment I first saw you. And with every moment we share together my feelings and love for you grow ever stronger. This time together has been amazing and confirmed everything I imagined – being together would be for us.

As you take your journey back home, know that we will soon be together again. Our love and passion, our kind love, is only the beginning. I love you with all my heart. Have a safe trip home. My heart will be here waiting for your return. You are my princess.

All my love,

Jeff "

Dois meses em LA, hora de voltar. Cinco horas no aeroporto de Miami. Tédio mortal e resolvo fuçar minhas coisas em busca de algo para comer. Encontro um cartão, em papel rosa e fechado. Abro. 

O coração se enche de felicidade. O sorriso vem fácil. O tempo passa e já não me importo mais com nada.

Caminhar a dois

É mais do que sexo. É mais do que amor. É conforto de alma. Foi isso que eu senti. É isso que sinto. Se traduz em companhia, em bem querer, em gestos, em palavras, em ações.

Não tem jogos nem outros interesses, nem vários interesses. É coração aberto.

Quando vc conhece alguém e quer cada vez mais mergulhar na pessoa, conhecer sua linha da vida e seus sonhos. É sonhar junto e fazer planos para o futuro. Acima de tudo, é querer fazer alguém feliz. Retribuir.

Como tem que ser a vida, dar, receber, agradecer. São os ciclos completos.

Só posso agradecer. Como disse a Clau em algum momento desse blog: um dia as coisas encaixam. Encaixou e faz sentido.

Eu tenho hoje uma ânsia suave e feliz de viver as coisas a dois. Esse é um novo capítulo na minha vida. Fácil?

De certa forma, todas as decisões que tomei na minha vida, eu tomei sozinha.

Um dia eu quis entrar na GV porque a balconista do cursinho falou que era a melhor faculdade de administração da America Latina. Eu nunca tinha ouvido falar antes. Não conhecia ninguém que fez ou fazia. Não conhecia ninguém que ia prestar. E quando entrei, briguei em casa para poder cursar.

Eu fiz o caminho de Santiago sozinha. Não conhecia ninguém que fez, descobri na internet. Sai de Saint Jean Piedad de Port, que li que era considerado o começo do caminho. Tudo que li na internet falava em ir de taxi até lá. Fui até a estação de trem e o bilheteiro, depois de consultar vários roteiros, me ensinou a ir de trem. Em espanhol! De lá, andei até Finisterra, foram quase 800 kms.

Eu pedi demissão de um bom emprego numa boa empresa. Devolvi o carro da empresa, abri mão de um bom salário, de um bom plano medico e um bom plano de aposentadoria. Ouvi em alto e bom tom, de gente que eu respeito, que eu estava jogando fora uma carreira muito bem sucedida e em troca do que?

Fui para a Espanha de mala e cuia, ver se o meu relacionamento era amor ou amizade. Não tinha uma amiga, nem um parente morando lá. E entendi que era amizade. Não quis ficar, fui pro mundo. Brazil, Argentina, California, centro budista.

Entrei na internet e comprei uma passagem para a Tailandia. Peguei um avião até Chian Mai com um nome de um professor de massagem tailandesa. Só com o nome dele, alias escrito errado. Sem endereço, sem telefone. Até que achei o site, em tailandês e descobrir que ele morava fora da cidade, numa chácara. De lá fui para o Camboja e de lá para o Vietna.

Ouvi várias vezes nesses últimos tempos que eu tenho muita coragem. Eu não sei se é coragem. Talvez seja o contrário, seja o meu pavor de me tornar um ser triste, acomodado e deprimido. Somente sentia que não podia ficar onde estava, que tinha que fazer algo, que tinha que me mover, seguir em frente. Sempre me achei um ser feliz, mas faltava algo, faltava paz de espírito, faltava o conforto da alma.

Ouvi algumas vezes que sou cabeça dura, que tomo minhas decisões sozinhas e faço o que eu bem entendo. Pode ser. Algo me toca, me empurra, me diz que o mundo é maior do que posso imaginar.

E mesmo com todo esse caminhar sozinha, hoje anseio em viver a dois. Porque hoje sinto que me entrego, que baixo a guarda, que respiro aliviada e sei que tem dois braços para me confortar, alguém para caminhar comigo e dividir pesos e decisões. Portanto, não tenho dúvidas que é muito mais fácil.

Mas o que eu quero, acima de tudo, é dividir bons momentos. Como os que vivi nesses dois meses na minha volta a California. A lista é longa. Longa e linda.

Ele se chama Jeff. Welcome to my life, Babe.