martes, 30 de junio de 2009
Suco delícia de mamão
Lula, fica quieto, por favor!
Sei que tô um pouco atrasada mas é que eu fiquei com vontade de escrever isso quando vi mas estava sem internet.
Como a vontade não passou, resolvi por, atrasado mesmo.
O Lula tem uma história de vida linda, daquelas que viram filme emotivo e, falem o que quiserem, mas um cara que saiu da miséria, virou líder sindical e depois presidente, convenhamos, não é uma história comum.
Não que eu defenda, pelo contrário, eu não votei nele. Acho uma vergonha todos esses escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, caixa dois, mensalão, mensalinho, espionagem, 663 sessões secretas, contas secretas (com dinheiro público), o presidente do Senado falando que o problema é do Senado e não dele (sendo que ele é senador, PRESIDENTE e a família foi bem beneficiada pelos atos)… ai tristeza total.
Mas o Lula falar que a crise no Irã é “apenas uma coisa entre flamenguista e vascaínos” e “é uma votação muito grande para a gente imaginar que possa ter havido fraude”. Não pode! Dizer que o que acontece no Irã é coisa entre torcedores já é um absurdo, até porque não se assassinam os torcedores que protestam. Dizer que 63% contra 34% é uma diferença tão grande que não pode ter fraude… ai, socorro! É exatamente por causa dessa diferença que se suspeita da fraude!!!
A imprensa mundial já falava que a presença maciça dos eleitores mostrava que seria uma disputa acirrada. Os milhões de pessoas que estão nas ruas protestando mostram que algo errado tem. Tem região onde o Ahmadinejad havia ganhado na eleição anterior com 6% e agora ganhou com 65%, política milagrosa para mudar esses números todos sabemos que ele não fez. Li algumas coisas também dizendo que tinha regiões onde havia mais votos que habitantes, essa info eu duvido um pouco porque não tinha nome, nem números.
Tolerância zero, por favor.
Lula, de novo, fica quieto por favor. Sei que o Hugo Chávez e o maluco da Coréia do Norte saudaram a re-eleição do Ahmadinejad. Mas vc não precisa!
lunes, 29 de junio de 2009
Estruturas humanas
Na Espanha sempre me perguntavam quantas línguas eu falo, sempre respondi que falo português, inglês e aprendendo espanhol. Bem nessa ordem. E todo mundo me pergunta se eu falo chinês, aliás aqui no Brasil também me perguntam e a pergunta tem fundamento pois sou filha de chineses, a chamada primeira geração, ou seja, nascida aqui, meus pais vieram adultos. Falo em chinês com meus pais, mas tenho resistência em dizer que falo a língua, porque não falo mandarim, a língual oficial e sim um dialeto que, segundo meu primo, é um dialeto caipira e pouquíssimo conhecido. E meu chinês é todo misturado com português. Porque minha mãe nunca aprendeu muito português então costuma colocar as poucas palavras que conhece. E hoje, até entendo isso melhor, vc acaba usando palavras da língua que são mais fáceis ou que expressam melhor aquilo que vc quer dizer. E essa mistureba que uso sempre foi motivo de riso para quem me ouvia falar com eles, porque ninguém entende nada no início mas ai, no meio, o povo vai pescando as palavras em português que mostram direitinho o que eu to falando.
Mas minha resistência também vem do fato que se me largarem na China, eu não me viro em chines. Já testei. E também porque quando falo com os meus pais, não tenho vocabulário para algumas palavras e comprovei isso recentemente.
Minha mãe se preocupa comigo o que eu diria é normal numa mãe. Ela se preocupa porque eu não tenho filhos, não tenho marido e não tenho emprego.
Parece bem coerente essa preocupação né? Da última vez que ela me falou isso, respondi em português que ela não deveria se preocupar porque eu estou feliz.
E para quantas pessoas, além da minha mãe, eu pareço problemática por não ter filhos, marido e trabalho? Nunca havia pensado nisso até ouvir um comentário nessa linha. E parei para refletir. Realmente, os pilares da sociedade e da vida humana são família e trabalho, entendo isso perfeitamente porque claro que família é bom e trabalhar é necessário e se for produtivamente, fazendo o que se gosta e ganhando dinheiro, é sonho de consumo de todo mundo né?
Então vamos lá. Filhos. Poxa, adoro pegar aqueles bebês fofos no colo e entendo e sinto um pouco do chamado amor incondicional. Como não gostar dessas coisas fofas, lindas e cheirosas? Mas eu tenho 9 sobrinhos, cresci com eles, cuidei de alguns quando era mais nova (acho que é daí o meu jeitinho com crianças) e sei também o quanto criança dá trabalho e necessita de atenção constante. Não tenho a menor ilusão nessa parte. Tenho uma irmã querida que optou por não ter filhos, tenho amigas que optaram em não ter filhos e entendo perfeitamente. Eu não fiz essa opção. Sempre achei que tem uma ordem natural, primeiro namorado, depois marido e ai, sim pai. Simplesmente não cheguei nessa terceira fase. Caem drasticamente as minhas chances de ter filhos? Sim, despenca. Fico triste ou preocupada? Não.
Quando eu estava andando em Madrid, em direção ao metro gostava de cortar caminho num terreno grande onde estão construindo um dos grandes centros olimpicos (Madrid está no páreo para 2016). E ali, durante o inverno, era uma terra seca e árida. Quando chegou a primavera, vi aquilo explodir em flores, quase de um dia para o outro, surgiam milhares de novas flores e aquilo me espantava, como num meio de um monte de areia, num terreno cheio de pedras, podia surgir tanta flor linda? E me veio a certeza que a mãe natureza faz milagres e que a vida tem uma força muito grande para acontecer. Se tiver que ser, a mãe natureza vai mostrar a sua força. E se não, tem a mão da ciência. E se nem assim der certo, talvez eu adote essas meninas chinesas fofas, de olhos rasgados, abandonadas pelo sua condição de mulheres. Acredito plenamente que amor vem do coração. E se não der vontade, também vou viver bem sem.
Marido. Quero sim! Adoooorrrroooo! E namoro até descobrir se me faz feliz. Se tenho uma vida boa sozinha, porque não teria acompanhada? Então não tenho pressa nenhuma em passar para esse estágio. Até porque acho uma delícia namorar. Uma convicção eu tenho, sozinha eu não fico. Acredito que o ser humano nasceu para amar. E eu não tenho medo de amar. Nem de quebrar a cara. Nem de levantar. Nem de partir para o próximo. Dói, doi muito, aliás nunca entendi porque essa dor é tão forte. Mas não importa se a bunda caiu, se as rugas aparecem, se os anos vão passando, de novo, acredito que amor vem do coração. E ele vem sempre que o coração estiver aberto para ele.
Trabalho. Eu trabalhei desde menina. E trabalhei duro em todas as empresas enormes por onde passei. Para mim, é um luxo não trabalhar. LUXO. É duro não ter dinheiro entrando? É, é muito. Mas eu parei por opção, trabalhei para isso. Vou ter que voltar? É claro que sim. Mas com mais clareza, com mais tranquilidade. Lá na frente. E tô me preparando para isso. Antes de sair, fui falar com um consultor de carreiras, um cara sensacional, o Saulo Lerner. Ele me perguntou o que eu faço bem. Respondi que posso fazer muitas coisas bem, é uma questão de esforço. Coitado, quase me bateu para me fazer entender. Mas entendi o que ele me disse. Ele me perguntou o que faço naturalmente bem. E me deu um exemplo. Vc escreve com a mão direita, certo? Sim. Se vc se esforçar e treinar bastante, também vai escrever com a esquerda certo? Sim. Mas nunca com a fluência e tranquilidade com que vc naturamente escreve com a direita. Hum, entendi. E é isso que vc faz bem que vai te trazer satisfação! Eu procuro isso hoje, converso, testo, faço cursos, to no caminho. Me dei o tempo para achar isso.
Minha amiga querida, Marise, usa a expressão ET. Acho uma boa expressão para as pessoas diferentes, para as minorias, mas sei lá, nunca tinha pensando nela para mim porque me sinto bem, tranquila e feliz. Mas se é assim que algumas pessoas me vêem porque não tenho as estruturas básicas, aceito. Apesar desse texto todo, não me importa o que os outros pensam de mim. Escrevo tudo isso porque gostaria que as pessoas entendessem que ter família e trabalho não é nenhum modelo de felicidade se não tiver como fundamento o amor.
Creio que o que importa não é o que temos, mas sim o que sentimos. Creio que o importante é a pergunta "você é feliz?". Sim, sou. Sem mais, sem porém. E isso, é um exercício diário e como tudo na vida, requer esforço.
No fundo, só gostaria que minha mãezinha querida entendesse também e não ficasse triste. Mesmo que dito em português, infelizmente. E é nessas horas, que descobro não falamos a mesma língua.
sábado, 27 de junio de 2009
Yoga e amizade
Tem uma coisa fundamental na vida, os amigos. Aprendi que amizade é troca, conforto e alimentação. Porque o ser humano precisa ser alimentado no sentido fisiológico mas também no sentido espiritual e emocional.
E os meus amigos são a minha riqueza. Quantas noites, quantos cafés, quantas viagens, quantos almoços, jantares… ou seja, quantos momentos da minha vida eu compartilhei e vivi com eles. Fico feliz que vários me acompanham ao longo dos anos, num exercício bonito de dividir, no sentido de compartilhar e, principalmente de nutrir.
Essa semana não foi diferente, passei uma semana bem gostosa. Ganhei da minha mais que querida Lilica um passe de uma semana na Cia Athletica, a academia que eu frequentava e de onde veio todas as queridas amigas da yoga. Ela trabalha lá, faz daquilo a casa dela, com amor, com dedicação e principalmente com alegria que é a marca dessa minha amiga querida. Precisar? Não, ela não precisava fazer isso, mas o fez, de pessoa querida que é.
E ai eu fui, para aproveitar as aulas de yoga. E logo na segunda-feira, me ligou a Marise, amiga companheira de pensamentos filosóficos, dizendo que vinha me pegar para irmos juntas porque era caminho para ela.
Ok, se é caminho eu aceito. Mas me trazer de volta de jeito nenhum porque eu sei que não é caminho. E ela no tom fofo autoritário dela, me disse, “me deixa te levar?” Bom, se é assim tudo bem. E ai ela falou que me pegava no dia seguinte. Ah, não, assim eu sei que já to abusando, não precisa mesmo. E ai a gente ouve aquelas coisas que são quase como lição de vida. “Você sabe que para amar é preciso se deixar amar?
Saber aceitar um presente, um carinho, um abraço,uma palavra, uma comida, um doce enfim aceitar algo, assim como quem dá, também é um exercício de amor. E forma a dinâmica justa da vida, de dar e receber.
A Ma me deu carona TODOS os dias, e além de toda a yoga que fizemos, fomos almoçar, tomar café, ver lojinha. Compartimos juntas essa semana.
E eu até aproveitei para fazer spinning, que eu adoro. E cheguei a conclusão que o spinning foi a “droga”que me amortizou nos tempos de trabalho duro. Saio zeradinha!!!
Fechamos a semana juntas, jantando gostoso. Tem uma sopa árabe maravilhosa, chamada heríce, ali no Farabbud (Al Anapurus, 1253 ). Já achei a receita na internet e to pronta para testar. Aguardem.
Namastê, queridas!
PS: obrigada também aos 3 As da Cia Athletica, o André, a Andréa e a Adriana pelas aulas, que foram, sem dúvidas, ótimas.
viernes, 26 de junio de 2009
Adiós Buenos Aires
jueves, 25 de junio de 2009
Locro
martes, 23 de junio de 2009
Tigre - Provincia de Buenos Aires
viernes, 19 de junio de 2009
Saúde em dia
lunes, 8 de junio de 2009
San Telmo
Sábado a noite: vamos a um “arremate” de fotos? De uns amigos do Oli. A princípio não entendi. Um leilão de fotos??!! Nunca fui, claro que topo. Em San Telmo, o bairro bôemio daqui.
Chegamos e o lugar já estava lotado, o que também não era difícil porque é uma loja pequena, com um estúdio em cima onde os 3 artistas trabalham. São fotógrafos, pintores, desenhistas e webdesigners. Assim, no plural mesmo. Depois, conversando com eles, vejo que os artistas já se pluralizaram para ganhar a vida, fazem de tudo! Também são cantores, músicos, escultores...
Os do mundo corporativo também vão ter que aprender isso. Ninguém mais vai ter um emprego só na vida, ninguém mais vai trabalhar numa area só, sobre o sério risco de não ter “jogo de cintura” e portanto perder oportunidades. Assim como as relações pessoais são mais efêmeras, as corporativas também o serão. Be prepared! Meu sobrinho Lucas vai prestar psicologia. Meu conselho para ele foi para começar a escrever (artigos, textos e livros) e procurar fazer palestras. Só de consultório eu duvido que se consiga uma boa renda. E de certa forma, tudo se complementa para torna-lo um profissional melhor e reconhecido.
Bom, mas a noite foi muito boa. Primeiro porque achei a idéia genial. O dono do “boteco” se chama Hernán Reig, um artista inteligente que saiu da idéia de um simples leilão e fez um evento. Primeiro: vinho, queijo, pão, azeitonas e patês a vontade. Segundo: músicos convidados que fizeram um show (e tinham seus cds para vender). Terceiro: uma atriz contratada para “bater o martelo”, muito rápida e inteligente que fez todo mundo rir muito. Quarto: amigos, muitos amigos que trouxeram os seus amigos. Resultado: uma noite agradável, cheia de gente amiga e diferente, música, show, risos e um leilão onde vc se sente super propício a comprar.
Eu comprei um quadrinho, uma gravura chamada Estar en La Luna, da Julia Vallejo . Adoro a lua. O “estúdio, galeria, loja” se chama Pan Francês.
Depois que terminou, fomos todos jantar ali perto, cheguei em casa as 4:00 da manhã. Antes deixamos um amigo do Oli na casa dele que é ao lado da casa da presidenta Cristina Kirchner, em Olivos, uma cidade próxima, os chamados subúrbios. O Felipe era outro maluco que estava lá, alias amigo do Oli desde que nasceram, pelo jeito. Nasceram no mesmo dia e ano, estudaram juntos no jardim, pré e colégio e até hoje são amigos.
O Felipe morou no Brasil por seis anos, fala português perfeitamente, e depois morou 4 anos na Inglaterra. É escritor e antes disso disseram que foi um bom jogador de rugby da seleção argentina mas teve que abandonar por causa de uma lesão. Foi para Inglaterra acompanhando uma trupe de teatro.
Em alguma altura da noite me perguntou da minha família, como eles vieram parar no Brasil, contei rapidamente e ele me disse que a minha vida dava um livro. Achei legal, nunca tinha pensado nisso. Depois que o Oli me falou que ele era escritor. E ai achei a idéia mais legal ainda porque afinal o cara entende do “babado”.
E ai o Felipe contou que foi contratado pelo presidente do Citibank para escrever um livro sobre a vida dele. Mas que por mais que ele tentasse, a vida do cara era absolutamente normal, cara de família classe media alta, que frequentou boas escolas e fez carreira. E que a parte mais divertida da vida do cara não se podia escrever porque ele é casado.
O pirado (eles adoraram essa palavra) do Felipe veio de bicicleta, numa noite congelante. Claro que levamos o cara e a bicicleta mas foi uma ginástica. Primeiro para fazer caber uma bicicleta antiga, enorme e que nao desmonta. Segundo para ele sentar no pouco espaço que sobrou. E era tão pouco espaço que o pobre pediu duas vezes para pararmos . Na terceira, fiquei com dó e ofereci de sentarmos juntos na frente. Voltamos como 3 sardinhas na frente. Cinto de segurança??!! Polícia??!! Mudar de marchar??? Ai, nem quis pensar.
E na manhã seguinte, feira de Sant Telmo de domingo, para fechar o bairro! Feirinha tipo Benedito Calixto mas bem maior, cheia de artistas fazendo show de tango, cantando, dançando. Comida, feira de antiguidades, artesanato