martes, 24 de febrero de 2009

Un franco, 14 pesetas

Domingo vimos um filme na tv que eu amei. Eu adoro o chamado filme estrangeiro e sempre lembro de um amigo mexicano, da época da IBM, que dizia que o cinema para ele era "uma janela para o mundo ". Nunca esqueci, acho que essa frase tem uma beleza bem feliz.

Esse filme espanhol, "un franco, 14 pesetas" é de 2006 e conta a história de dois imigrantes espanhois que em 1960 vão tentar a vida na Suiça. Mostra os contrastes entre a vida pobre, de um país europeu atrasado, com a vida em um país mais desenvolvido.

A Espanha mudou muito e mais para frente vou me dedicar a falar um pouco mais da Espanha e menos de mim (prometo!). Mas a Espanha sofreu uma guerra civil e logo depois veio a ditadura de Franco, que foi até 1975. Isso isolou o país, transformando-o num país pobre e atrasado. 

O filme mostra a falta de emprego e o atraso. Em uma cena, os protagonistas estão no banheiro da pousada na Suiça e um deles mostra o papel higiênico para o amigo. E o amigo pergunta para que serve aquilo. Depois da explicação, ele pergunta "então para que serve o jornal aqui?"

Eu adorei. E adorei também porque no final, tem uma conversa que diz que um imigrante não tem mais um lar. Será sempre um estrangeiro no país que escolheu e não se sente mais parte do país de onde nasceu, não consegue mais se adaptar. Acho que é o sentimento de muito imigrante, de não ser mais filho natural de nenhum dos lados.

Recomendo!

lunes, 23 de febrero de 2009

Primavera


Me impressiona como o tempo muda aqui. Como vc vê as estações passando. Há 2 semanas atrás, eu sai com o meu casaco de neve e quase morri de calor ao chegar no metro. Semana passada troquei o casaco de neve pelo meu casaco de primavera que trouxe do Brasil. 

Sol, céu azul. Hoje fez 18 graus. E chegaram os pássaros. Ando pelas ruas ouvindo os passarinhos. E no sábado sentamos numa "terraza" (mesas na calçada) e bom... vou falar que mudamos de mesa e fomos sentar no lado de dentro! Para salvar nossas cabeças e a comida. 

Eu andei meio sumida a semana passada, to lendo "Un mundo sin fin" e não consigo largar!! e o livro tem mais de 1000 páginas. Nem olhei para não assustar. Essa semana vai ser legal, vou ajudar uma amiga a fazer um trabalho. Talvez não consiga postar muitas coisas.

Já vi na tv que começa a estação das alergias devido a quantidade de pólen que fica no ar. O Javier, sobrinho de 3 anos do Manu, é alérgico a melocoton, ou pêssego. Descobriram porque levaram ele no Carrefour e puseram no para escolher os pêssegos, ele ficou meio avermelhado. A noite, a mãe cortou um pedaço e passou de leve no rosto dele, nem encostou. Tiveram que chamar a ambulância. O menino inchou e não conseguia respirar. 

Eu tenho uma teoria que as gerações vão ficando cada vez mais doentes. Ninguém morre mais de doenças como alergias, bronquite, asma, diabetes... e isso vai passando para frente. Bom para a indústria farmaceutica.

E ai, lembrei da querida Andrea Margit, alérgica a alho! Eu acho que cozinha não existe sem alho e cebola. Imagino a dificuldade de comer em restaurantes ou na rua com essa preocupação.
Dureza. Aqui então, tudo tem alho. 

Não to vendo ninguém conectado hoje. Lembrei que é segunda de carnaval. Delícia! Espero que todos aproveitem esses dias. A maioria das pessoas que conheço aproveitam para viajar e descansar. 

Bom carnaval a todos!

domingo, 22 de febrero de 2009

Suiça lll - Esquiar, comer, passear



A primeira coisa que o Manu perguntou quando disse que queria ir para a Suiça foi se íamos esquiar nos alpes suiços. Vamos! Eu não esquio nada, aliás mal paro de pé. Mas eu adoro ir esquiar e ver tudo. As paisagens são sempre lindas, morros brancos, com pessoas deslizando como se fosse a coisa mais fácil do mundo. E um silêncio! A primeira vez que fui foi numa estação há uma hora de Madrid, La Pinilla, um dia de céu claro, sol, absolutamente lindo. 

Em Les Mosses, na Suiça, é um pouco diferente. Tem tanta neve que as pessoas praticamente saem de suas casas esquiando. E vc vê de tudo, coisas que eu nem sei o nome, como um esqui que parece uma mini bicicleta, umas pranchas grandes para andar na neve... Ou seja, eles aproveitam a neve até o último. Coisa mais linda ver criança pequena (pequena mesmo, de 2 e 3 anos) já com esqui nos pés. Deu para ficar embaixo enquanto a Dea, o Rogerio e o Manu subiram. 

O tempo estava mais fechado, nevava, e as vezes batia muito vento. Mas ver tudo branco é uma visão diferente para nós brasileiros.

O legal é que nem dá para sentir frio, vc tá sempre se movimentando, as roupas são realmente boas. Espero um dia conseguir deslizar, suave e silenciosamente por aqueles montes brancos.

E claro, que depois vêm aquela fome, mas havíamos esquecido que era dia dos namorados! E não tínhamos feito reserva nos restaurantes. A Déa ligou para alguns e nada e resolvemos arriscar, fomos até Gruyere (sim é uma cidadezinha, onde se fabrica o famoso queijo) e mesmo no caminho íamos perguntando e a resposta era sempre não. Tadinha da Déa, como ela que perguntava levou um montão de não, de todos os tipos. Mas ela tem fé, falava que íamos encontrar afinal ir até a Suiça e não comer fondue, não pode.

E no primeiro restaurante em Gruyere,  conseguimos! O primeiro fondue do Manu foi o mais típico possível!

Infelizmente não deu para conhecer o castelo da cidade porque era noite. Deu vontade de voltar para conhecer e descobrir o processo de fabricação do Gruyere, fiquei apaixonada pelo tema. Adoraria produzir um queijo. Quem sabe um dia. E tem gente que não gosta de queijo. Conheço uma pessoa que não gosta nem de queijo e nem de tomate. E ele tinha uma namorada na Italia... 

E falando em comida, impossível não falar do jantar que a Déa fez na casa dela onde experimentamos o que para ela virou a pizza do domingo, em vez de pizza ela come Vacherin,
um queijo redondo, que vem numa forminha de madeira, duro por fora, mole por dentro, quase um requeijão. Ela faz uns buraquinhos, joga vinho branco, um pouco de alho, forno e enquanto ele vai derretendo ela cozinha as batatas. Eu acho incrível como a Europa em geral consome batatas. Fico pensando o que comiam antigamente, já que a batata é originária da América. E depois é só jogar o queijo derretido em cima das batatas!

E no nosso último dia de Suiça, fomos conhecer o Lac de Joux, um lago que fica há uns 40 minutos de St Sulpice e que congela! É um lago enorme e ele é aberto durante o alto inverno para as pessoas passearem e patinarem. A Déa tinha posto uma foto dela patinando no blog dela e eu achei absolutamente lindo. Fomos conhecer ao vivo e ele realmente impressiona, mas tinha bandeiras vermelhas, não se pode mais andar nele. 

E no horário marcado, lá vem o trem! Hora de voltar! 

Déa e Rogério, sem palavras para agradecer. Foi tudo nota 10! Amamos, obrigada!


Que vocês possam aproveitar e desfrutar muito a vida na Suiça!

jueves, 19 de febrero de 2009

Suiça ll - Cave aux fromage L'Etivaz

Estar na Suiça e não comer o chocolate e os queijos é crime! Então fomos visitar um fábrica de queijos. Mas não é uma fábrica qualquer, fomos visitar o L'Etivaz que é um queijo fabricado de forma artesanal nos Alpes Suiços.

Ele é um AOC, ou denominação de origem controlada. Isso significa que é típico de uma região geográfica delimitada, sendo que tem um nível de qualidade e característica geradas especificamente pela forma de fazer e claro, pelas características da natureza dessa área.


Horário combinado, chegamos no sábado um pouco atrasados e descobrimos que lá não tem a rigidez do horário porque fomos bem recebidos e nos colocaram para ver um filme mostrando um pouco do histórico do queijo. Depois fizemos um tour e terminou com uma deliciosa degustação de queijos com um golinho de vinho.

O lugar onde estávamos, Maison de L'Etivaz é a cooperativa criada pelos produtores . Lá fica a lojinha, sempre bem cheia e o galpão de armazenamento dos queijos. Eu achei bem inteligente porque o armazenamento necessita de cuidados especiais e os produtores não teriam como fazer isso em seus chalés. É um galpão imenso que foi crescendo a medida que a produção crescia e atualmente armazena 22.000 queijos. Cada roda de queijo tem em média uns 20kgs podendo chegar a 35Kgs. E para cada quilo de queijo são necessários 11,5 litros de leite. Haja leite!

São 72 famílias produtoras e esse queijo só pode ser feito num período do ano, se não me falha a memória nos meses de primavera e verão. É queijo de leite de vacas que só podem comer as pastagens dos Alpes, o leite do queijo é fresco, uma mescla do leite do dia com o retirado do dia anterior. E esse leite é fervido em panelas gigantes de cobre e mexido manualmente. A cada dois ou três dias eles são levados para a Cooperativa, onde são selados, armazenados num local com o nome da família que o fez e aí começam os cuidados de armazenamento. As prateleiras são de pino da região que tem um nível de humidade grande e diariamente um robô passa retirando um a um os queijos e mergulhando na água com sal.

No final do ano, são feitos os testes de qualidade. Disseram que é um evento porque vai a família inteira e esperam ansiosos os resultados. Um problema de higiene, uma vaca doente, um leite não tão fresco, alguma mistura, tudo pode afetar o queijo e não receber o famoso selinho L'Etivaz, AOC.

No final, os queijos vão para outro galpão e aí já ficam na posição vertical. Esse processo de maturação pode durar até dois anos. Mas eles vendem nas mas diversas etapas, mudam o nome.

Eu sei que aprendi a respeitar mais o queijo que como e tenho agora um certo fascínio por essas 72 famílias que vivem para produzir queijo artesanalmente. Como há décadas faziam seus pais. Vivem isolados na beleza da região dos Alpes e o fazem por opção e pelas minhas contas, são bem remunerados.

Eu adorei o queijo que vem enroladinho. Ele é fatiado fininho e enrolado. Explode o sabor na boca, principalmente acompanhado de um golinho de vinho.

E aí fomos esquiar. Quer dizer, o Manu, o Rogério e a Déa foram esquiar. Eu fiquei brincando embaixo. Porque se sobe de cadeirinha mas só se desce esquiando. Não cheguei nesse nível ainda não.

lunes, 16 de febrero de 2009

Suiça l - Chegada



Que delícia foi a nossa viagem para a Suiça. Eu tinha três bons motivos para ir. Eu queria muito ir visitar a Déa e o Rogerio, que estão morando lá desde o fim do ano passado. Eu, a Déa e as meninas da yoga passamos muitos momentos bons desde que nos conhecemos e passamos todas a ser amigas numa mesma sintonia. O segundo motivo é que eu precisava sair da comunidade européia para ter direito a permanecer mais 3 meses aqui na Espanha. E o terceiro, óbvio conhecer o país.

E a viagem foi bem acima das expectativas. A Déa e o Rogério nos ofereceram uma estadia maravilhosa. Nos sentimos super bem vindos. A Déa conseguiu ficar o tempo todo conosco, nos paparicou e nos ciceroneou enqto o Rogerio trabalhava e no fim de semana conseguimos fazer várias coisas.

Bom, primeiro o jantar de recepção. A Déa caprichou num prato bem típico, a base de alho porró e salsichas, chamado Papet Vaudous, chique esse nome né? Aliás eu acho francês uma língua linda, ainda vou aprender. 
 
Olha a nossa chef aí do lado. Ela é dessas pessoas que tem o dom da arte. É webdesigner, tem uma empresa que faz isso e cozinha maravilhosamente e faz tudo com o maior amor.


A mãe dela também foi jantar conosco e acabou sendo uma noite ótima com muito vinho suiço, vinho espanhol, cerveja, queijos, lomo ibérico, azeitonas... Um exagero!



E ainda tinha a sobremesa. Peras com chocolate! Se ninguém tivesse me dito eu nem ia saber que era de latas. Isso mesmo, só abrir a lata de peras (ótimas, nada doces, ponto perfeito) e a de chocolate, um creme ótimo.




Sabe quando vc vai dormir achando que comeu demais, bebeu demais e não se arrepende nem um pouco? Pois é. Já sinto saudades.

A Dea está morando em St. Sulpice que é uma cidadezinha próxima de Lausanne, mora do lado do Lago de Genebra e da janela dela sai um gramado e andando mais um pouquinho dá no lago! O lago tem dois nomes de Genebra ou Leman (Lac de Genève ou Lac Léman) e é gigante, o segundo maior lago da Europa Ocidental e ele parece que acompanha vc o tempo todo porque saímos do aeroporto em Genebra até St Sulpice com ele do lado (37 min de trem).

No primeiro dia andamos por Lausanne e ai vieram as primeiras descobertas. Primeiro que 
não existe cobrador no ônibus, nem bilheteria no metro. Vc compra o ingresso, guarda e entra. Se alguém te pedir é bom que vc tenha. Mas eu nao vi ninguém pedindo. 

Segundo foi como a vida é cara na Suiça. Entramos no supermercado (claro, eu e ela adoramos ver comida) e eu estava vendo o preço de peixe e até achei barato mas de repente percebi que o preço não era por quilo e sim para 100 gramas! E assim é o preço para tudo. Só para comparar, um quilo de filé de frango sai algo como R$110,00. Passei a achar a Espanha baratíssima.

Outra coisa que chamou a atenção. Na estrada tem lojas que a Dea chamou de self service. Vc chega, escolhe o produto, deixa o dinheiro e se precisar de troco pega. A diferença? Não tem ninguém te atendendo. Tudo na confianca. Não tem câmara, não tem funcionário. O produto tá lá. E na cidade vc vê que os lojistas põem mercadoria em promoção do lado de fora da loja. No Brasil não ia sobrar nada.

E Lausanne é aquela típica cidadezinha de foto suiça, vou colocar as fotos num álbum ao lado. Tem uma catedral linda, que fica na parte antiga. Muitos telhados cobertos de neve, o lago no fundo, um nível de ruído baixo, muitos cafés cheios de coisas gostosas e lembra muito, muito a França nesse quisito.



Adorei!

Tudo muy rico y muy abundante

Estamos tentando fazer uma refeição mais leve no jantar. Então fica a eterna combinação dietética sem graça do filé de frango com salada. 

Outro dia resolvi por algo para dar um gostinho, fora do acebolado, com shoyo, com creminho de queijo... Aqui na Espanha é muito barato comprar amêndoas, e eu amo isso, vivo comendo e as vezes ponho na salada. Entao, aproveitando a frigideira onde foi frito o filé, pus um pouco de azeite, fritei umas amêndoas que quebrei ao meio (só enfiar a ponta da faca que ela quebra) e pronto, joguei por cima dos filés.

Ficou uma delícia, deu outro sabor. E o Manu, como sempre, me disse "tudo muy rico y muy abundante". Sinceramente eu não sei se essa é uma expressão normal, deve ser. Mais é que eu ouvi pela primeira vez quando fomos para Sevilla e o tio dele levou a gente num restaurante maravilhoso onde tudo que comíamos era impossível não falar essa frase.

E isso virou símbolo. Falamos muito aqui em casa. E se fala na casa dos pais dele também.

A noite, na cama, foi minha vez de dizer "tudo muy rico y muy abundante". hehehehe, se vcs me entendem. Ai, eu não presto. Sorry.

Notícias do mundo

Sou aquariana. E dizem que os aquarianos são pessoas independentes, que prezam a liberdade e que no geral são pouco convencionais. E por ai vai, um montão de elogios como fazem para cada signo. Mas tem uma coisa que sempre me chamou a atenção. O fato que os aquarianos tem muitos amigos diferentes e incomuns. Isso eu sempre achei uma verdade, só ver a quantidade de amigos que tenho e o que eles fazem.

Eu recebi uma visita na quarta, dia 11, véspera da viagem para Suiça. O Oli está vivendo em Barcelona e veio ver alguns contatos aqui em Madrid e aproveitamos para nos ver.

Bom, ele chegou há 10 dias em Barcelona. Antes estava em Darfur, Sudão. E ele é argentino. Ele foi trabalhar com ajuda humanitária internacional junto ao UNJLC (United Nations Join Logistics Center). Tem como objetivo de vida, trabalhar para gerar recursos que permitam  a igualdade social. Ficou um ano lá. E agora quer cada vez mais aprofundar isso. 

Eu não sei o que é viver em Darfur, nome que me traz na memória as palavras inóspito, seco, quente e morte. Genocídio. Guerra civil. Horrores. Onde a vida não vale nada.  Eu não faço idéia do que é viver lá. E eu não iria para lá nem se me dessem uma passagem.

Mas olhando o Oli, ali, tranquilo, falando de como era viver lá, do trabalho que eles faziam, fiquei pensando em como o mundo tem sorte de ter pessoas como ele, dispostas a ir lá para ajudar. E senti um pouco da decepção também dele. Porque toda guerra tem interesses. E lá não é diferente. Guerras movimentam economias, geram empregos, geram poder. E essa é a história do homem. 

É chegada a Era de Aquário, que rezo para que traga mudanças. Que se faça e se escreva uma história diferente. 

Ás vezes me sinto impotente quando vejo as grandes desgraças que correm no mundo, não entendo a fome quando vejo a abundância que existe no mundo. Hoje vejo milhões de dólares sendo injetados na crise. Onde estava esse dinheiro? 

Não tenho dúvida que a crise tem várias origens, mas creio que cada bônus dado pelas grandes empresas contribuiu para esse monstro devorador. O salário dos grandes CEOs, dos grandes executivos saíram da esfera do normal. E isso se permeia nas corporações, há metas a serem batidas e cada um quer o seu também. Ambição. Somos seres ambiciosos. 

E eu passei uma tarde ótima, ouvindo um bom amigo falar de uma outra realidade. 


E eu passei os últimos dias na Suiça. O mundo me choca. Os contrastes são gritantes. Talvez ai esteja a riqueza da minha vida, poder ver o mundo, nem que seja através dos olhos de outros. 

Valeu, Oli. Adorei a visita. 

jueves, 12 de febrero de 2009

Pausa - Suiça

Volto só na segunda! E cheia de novidades e fotos. Estamos na Suiça, visitando a Dea.
Bjos e até lá

miércoles, 11 de febrero de 2009

Mercadillo

Quem me conhece sabe que eu adoro feira.  Aaadoooro. Eu adoro andar no meio daquela gente toda e ficar olhando a quantidade de cores, formatos, cheiros, tipos... Eu quando viajo sempre entro no mercado para ver as diferenças.

Em Sampa, as vezes ia no Ibira e na volta passava na feira, comprava umas coisinhas e comia pastel. 

Quando cheguei perguntei pro Manu, onde tem uma, "nem ideia". Claro, homem. Bom, sem querer eu descobri um, fica ao lado do centro comercial (que aqui significa o nosso shopping) do bairro que é o único lugar onde eu me aventuro a ir sozinha de carro. A gente mora perto da estrada a M40 e tem tanta saída que eu morro de medo de ir parar em Bilbao entao nem saio muito de carro. Até porque estacinar no centro é um horror, um dia eu explico.

Eu qunado cheguei, comprei 3 quilos de laranja e 2 quilos de mexerica, o Manu ria e perguntou quem ia comer tudo aquilo. Vinha tudo em saco, não tive muita opção. Quer dizer, dava até para comprar menos, mas era o mesmo preço. Comi aquilo de manhã, a tarde, a noite... é que eu adoro as laranjas e mexericas daqui. Elas são super doces e não tem semente alguma.

E eu fui pro mercadillo. E exagerei, óbvio. É que aqui vendem as coisas de uma forma diferente. Laranja, limão, mexerica, banana é tudo por quilo. E não é um quilo não, vendem 8 quilos de laranja por $4euros, 4 quilos de mexerica por $3 euros e por ai vai. 

Comprei tanta coisa no mercadillo que ficava pensando, o Manu vai me matar! Mas eu queria comprar champignon e vendem por quilo. Comprei um. Mexerica eu procurei até encontrar alguém que vendia só 2 quilos. Tomate comprei 2 quilos também. Freson (morangão) comprei 1 quilo também e foi assim com abobrinha, pimentão, cebola... Eu tava de carro, carregar não ia ser o problema.

Bom, o Manu não me matou ficou até feliz que comprei bastante morango porque 
ele adora. Ufa!!! E ai eu descobri que um quilo de champignon é muito! Já fiz estrognoff, risoto, champignon recheado, pasta com champignon. E ainda tem na geladeira. Eu 
nunca tinha feito champignon recheado, amei! Fácil e fica uma delícia. Virou acompanhamento de tudo que faço aqui. Até enjoar, o que deve ser agora.

Tomate é só cortar no meio e colocar sal, alho picado, um fio de azeite e salsinha do meu vizinho boliviano. 

Champignon tem que tirar o cabo e colocar um pouco de sal, uma gota de shoyo e uma de azeite. O cabo pica e refoga com alho e o que tiver na geladeira. Eu li que em geral é bacon ou presunto. Eu pus pedacinhos de peito de peru. E por cima, tem uma coisa que eles vendem aqui que é pão ralado, que deve ser a nossa farinha de rosca. Eu não compro de jeito nenhum porque está escrito que é pão ralado. O efeito psicologico para mim é imenso, porque pão eu compro quase todo dia e pão velho tem sempre. Então ralei e pus em cima. Comprar pão velho eu não compro!

E fica uma casquinha crocante! Precisa de uns 20 a 30 minutos de forno.

Hehehe, trico feminino. Sorry! 

martes, 10 de febrero de 2009

Brazo de Gitano (Es) - Rocambole (Br) - Pionono (Ar)

Eu resolvi fazer rocambole. E aí lembrei que na época da facu a Karen trazia uns rocamboles maravilhosos! A mana mandou a receita e a Clau deu uns complementos. 

Sexta à noite, lá fui eu fazer. A receita diz para fazer na batedeira. Claro que aqui não tem batedeira, não tem nem liquidificador! E a mana, mais do que engraçada diz, "é fácil sim, se eu sei fazer, tem que ser fácil"ai, olha que responsa. "E se não tem batedeira, COOMMMPRRAAA" Sim, senhora e vou por o treco onde?! Quando cheguei até tinha espaço na geladeira. Lá tinha muito espaço, mas eu já enchi ela, viu? 

Portanto, vai na mão sim. E lembrei que quando criança eu fazia isso. O "trabalho sujo" ficava para os menores, eu e meus irmãos descascávamos castanhas portuguesas no natal, desfiávamos peito de frango para fazer coxinha na pastelaria e batíamos bolo! 

Se bem que não consigo lembrar a última vez que fiz um bolo. Quando morava com a Clau, ela fazia uma sobremesa coringa, que era brownie com sorvete. Mas o brownie era da Betty Cook, de caixinha. Ficava uma delícia. E era na mão, também não tínhamos batedeira. Se bem que de caixinha acho que não precisava ficar batendo claras em neve.

Bom, bati, fiz. E tudo rapidinho, o Manu ficou impressionado. Mas tive que fazer o recheio de chocolate. E ai demorei mais tempo do que para fazer o pao de lo. Brigadeiro mole, demora demais. Da próxima, vai duro mesmo. 

Ficou lindo! Devoraram. A Chouli disse que quando se faz bem uma vez, cria-se uma expectativa e agora tem sempre que fazer e fazer melhor. Uma mulher sábia. Talvez eu devesse ter comprado mesmo. Gosto de cozinhar, mas ter obrigação de cozinhar é outra coisa.


Valeu, mana!

Obrigada!

To bem feliz com esse blog. Faço um tricot digital com os amigos, terapia tirando coisas do baú e principalmente compartilho vida e pensamentos. Como eu queria desde o começo.

Assim, me sinto próxima de todos. Me faço chegar a vocês. 

Esse meu niver foi muito gostoso. Recebi cada email fofo. E comentários aqui. E cartão de aniversário. E notinha no facebook. E teve gente que fez um pouco disso tudo. 

E agora recebo email que diz assim "e como não tenho novidades, vou te contar notícias, como vc mesma disse". E me contou coisas que eu adorei saber! Brigadu, Leozinho!

Descobri que tem gente que me acompanha diariamente. Que reclamou quando eu não pus nada no meu dia de greve. 

Amei, obrigada a todos. No coletivo.

lunes, 9 de febrero de 2009

Concerto faz um bem!

Não pude deixar de lembrar uma coisa muito legal que eu e a Clau fizemos em algum ano ai. A Sinfonica do Estado de São Paulo toca na Sala São Paulo, ali no centro, na estação da Luz.

O lugar é uma das salas mais bonitas e bem feitas de concerto que eu conheço. O lugar, a acústica, tudo é maravilhoso. E a Sinfônica é ótima o que gera um espetáculo que não se pode perder. 

A Clau teve a idéia de comprar uma assinatura, e eu comprei uma também. E aí, resolvemos comprar uma terceira assinatura. Funciona assim, eles tem vários programas e vc escolhe um e compra a assinatura de um ano que dá direito a um concerto por mês. Dia e hora estabelecidos, assento reservado e programa escolhido. Só colocar na agenda e ai vc tem compromisso que não dá para fugir. 

E como vale a pena! É a oportunidade de fazer uma coisa que normalmente vc não faz. Qual foi a última vez que vc foi num concerto? E na sala São Paulo que é linda! Pois é, e tá ai do lado. Espetáculo de primeiro mundo.

Bom, para quem era a terceira assinatura? A gente comprou para convidar um amigo por mês. E todo mês escolhíamos alguém para nos acompanhar.

Delícia de programa! Vc chega e estaciona embaixo, sobe e tem um bar que dá para pedir um lanchinho ou tomar uma tacinha de vinho. Ouve uma orquestra maravilhosa. Sai e janta. E sempre na companhia de pessoas ótimas. 

Se vc não fez, faça-o. Vale a pena. Viver vale a pena.

PS: Clau, gostou da lembrança??

Cumple feliz!


Meu primeiro presente foi uma surpresa. O Manu adora fazer isso. E eu morro de curiosidade. O almoço de domingo acabou adiantando, virou almoço de sábado porque o pai dele tinha um compromisso.

Então eu tive que fazer o Brazo de Gitano na sexta
 a noite. E no sábado fomos almoçar e antes de saírmos o Manu disse que eu tinha que separar uma roupa para saírmos a noite pois íamos direto. Okdok, separei uma mudinha de roupa.

E fomos ao concerto!!!! Ver Carmen, de Bizet tocada pela Orquestra de Sofia. Apesar do autor da ópera ser francês, a peça fala de uma cigana de Sevilha. E eu acho absolutamente lindo! Amei. No Brasil, se não me falha a memória, essa ópera se tornou bem popular depois que passou a ser tema de um comercial de produto de limpeza. Popularizar é bom, mas uma pena que seja dessa forma.

A noite teve também Joaquin Rodrigo, com Concierto de Aranjuez, que eu não conhecia e achei bem bonito também, com a guitarra de um virtuoso a frente e a orquestra atrás.

E deveria ter uma outra guitarra também tocando a composição de outro espanhol chamado Falla. Apesar de escrito no ingresso, eu não via no programa. E tinha uma velhinha do meu lado que tinha cara de quem entendia tudo. Não tive dúvidas, perguntei para ela no intervalo, afinal os nossos ingressos haviam sido comprados 3 semanas antes e pela internet, podia ter tido algum tipo de alteração. Bom, demorou um pouco até ela por os óculos, aliás, até ela achar os óculos na bolsa e colocar mas o ingresso dela era exatamente igual (até fiquei surpresa, achei que idoso tinha desconto). E ai ela tambem olhou o programa dela que também não tinha. 

Trocaram por Espana, de Chabrier. Desconheço totalmente. E passaria sem.

Mas bom mesmo foi o comentário dela. "Si, seguro que aqui tenemos una falla". Heheheeh, rimos tanto!

Mas essa noite foi bem gostosa porque enqto estávamos jantando, os amigos do Manu chamaram de um bar próximo. E acabamos a noite numa baladinha. Chegamos em casa quase 3:00 da manhã.

Adorei tudo, obrigada Manu!


Feliz cumple!

Dia de niver é dia de ganhar presentes! Acordei e tava aqui o meu presente! Bom, esse eu já sabia o que era. É que eu adoro ganhar presente útil. Presente que vc quer, deseja ou simplesmente precisa. E eu estava precisando ganhar esse livro.

Quando eu vim em fevereiro do ano passado para passar um mês, queria um livro para ler pelas minhas andanças aqui em Madrid. Então um dia meu olho parou sobre o livro Os Pilares da Terra do Ken Follett que eu li há muitos, muitos anos atrás. É praticamente uma novela, uma histó
ria épica de um homem cujo sonho é construir uma igreja na idade média. E eu as vezes tenho medo de ler duas vezes o mesmo livro e descobrir que a segunda vez não é tão boa quanto a primeira porque na primeira fica um certo fascínio no imaginário.

Bom, resolvi reler e aquilo foi a minha droga daqueles dias. Eu simplesmente não conseguia largar. Levava para cima e para baixo comigo, largava quando o Manu chegava, era a primeira coisa que fazia ao acordar. E aí um dia o Manu viajou, tiro rápido, foi num dia e voltou no outro. Eu aproveite para matar o livro.

Virei a madrugada lendo. E quando acabei, ouvia o vizinho aqui de cima se arrumando para sair. Eram 7 horas da manhã. Fui dormir. E eu as vezes sou super azarada. Tinha passado já vários dias, semanas e eu não tinha recebido nenhum telefonema. Bom, nessa manhã, as 10:00 me liga a mãe do Manu, a Chouli. Imagina o que ela deve ter pensando. Dormindo as 10:00 da manhã! Para me perguntar algo, do tipo, já que  o Manu não tá ai, se eu não queria ir buscar as crianças (os netos) com ela, "no, gracias" e umas desculpas. Nem conseguia pensar direito.

E ai, qdo dormi novamente, tocou o telefone. Ai... e esse era um telefonema que eu fazia e fiz questão de atender. Era a Karen, ex ibmista, morando em Oviedo, norte da Espanha. 

Nenhum telefonema em semanas e nessa manhã dois. Acho que nem consegui dormir mais.

Bom, estou ficando prolixa. Só para acabar a história, naquela época, o Ken Follett lançou uma espécia de continuação porque é ambientado no mesmo local, que é esse meu presente aqui, "Un mundo sin fin". Custava uma fortuna. E eu sou pão dura. Deixei. E quando cheguei quis comprar. Ai lembrei que meu niver tava vindo... hehehhehe, demorou mas chegou!

To bem feliz, vou por ele embaixo do braço e correr para o centro de  Madrid, achar um café e gastar umas boas horas lendo.

PS: eu mudei a música hoje. Para passar o tempo lembrando do meu presente número 1. Que eu conto quando voltar.

viernes, 6 de febrero de 2009

Amigo não se escolhe, amigo te toca a alma


Eu tenho uma amiga que eu amo. Simplesmente amo e falo isso em alto e bom tom. O bom do ser humano é que tem capacidade para amar várias pessoas, né? Eu exerço esse direito!

E uma coisa que escrevo aqui me faz lembrar uma coisa ali. Eu escrevi que não sabia falar inglês quando entrei na GV.

Aprender inglês foi um longo processo para mim. Não tanto pela gramática, mas pelo bloqueio. Achava muito difícil e enrolado, aquela língua no meio dos dentes... Poxa vida, eu quando criança falava pranta, praneta, prano... Sabem como descobri que falava errado? Um dia eu tava lendo um texto na classe e ficava umas risadinhas no fundo. Ai perguntei para a minha amiga que sentava atrás "o que é tão engraçado?" E ai ela me falou, e  me explicou a diferença e eu não percebia! Demorei para entender e mais ainda para falar. Hoje, se eu estiver muito distraída, ainda solto um ou outro. E lembro que na época que eu tava aprendendo, me policiando, comecei a falar plazo, plancha... um horror.

Logo no começo, na GV, deram um livro para ler em inglês. Um livro inteiro. Peguei meu dicionário e fiquei lá, traduzindo palavra por palavra e devo ter demorado algumas horas para ler umas páginas. E fiquei reclamando para a Alezinha. 

Sabe o que ela fez? Me deu a melhor aula de inglês que tive na vida. E mais do que isso. Sentou do meu lado, abriu o livro e foi lendo e traduzindo para mim. Nunca esqueci isso. Ela me falava assim "vc não precisa saber o que cada palavra significa, se vc entender algumas e tentar entender o sentido da frase, vc acaba até entendendo o que essa palavra que vc não sabe significa. " Eu uso isso até hoje, quando começam a falar comigo em espanhol, eu não sei o que tudo significa, mas tento entender o que a pessoa quer me falar. Funciona! 

Mas ela não precisava ficar ali me traduzindo o livro, mas ela ficou, e matamos senão o livro inteiro, boa parte dele. Que alívio!

E eu vivo e convivo com ela até hoje. Ela some umas semanas mas ai ela me liga e fala assim, toda fofa "eu sei que eu sumi mas to PRECISANDO te ver e tomar um chopp." Sim senhora! É pra já!

Eu fui madrinha do casamento dela e é uma das poucas amigas que continuam casadas. Tem duas filhas lindas e maridão. E me admiro como ela se reinventa. Qdo as coisas começam a não ir bem, lá vem ela, de cabelo novo, roupinha nova e novas estratégias. Seja no trabalho, seja no relacionamento, seja no lado pessoal e espiritual. Quantas pessoas tem essa força?

E ela me deu um presente tão maravilhoso quando eu vim. Ale, espero usar muito. Eu chorei qdo ela me deu. Pelo significado, pelo valor, pelo bem querer.

Te amo!

Antes tarde do que nunca

Abrir a porta para falar de passado te traz muitas lembranças. Essa eu lembrei ontem e me segurei para não postar.

Eu não lembro exatamente quanto tempo depois mas um dia o meu pai chegou em casa com um sorriso no rosto. Ele me perguntou "é na Fundação Getúlio Vargas que vc estuda?" respondi que sim. Meu pai ri pouco, talvez por isso eu lembre bem disso.

O sorriso aumentou mais ainda! E ai, ele me disse: "vou te dar um carro". Sério??!!!

Eu nunca ganhei esse carro. Mas fiquei feliz do mesmo jeito. Desconfio que alguém contou para ele o feito que a filha dele tinha feito. Porque pensando bem agora, eu conheci só um chinês na GV. Mas era chinês chique, que tinha feito Bandeirantes.

Mas que minha mãe parou de me encher o saco, parou.

Ontem foi dia de greve ao blog

Ontem não quis postar nada, percebi que fico horas fazendo isso. E minha vida virou pensar no que vou colocar aqui. E fico mentalmente escrevendo histórias e mais histórias.

E tenho várias que quero colocar. Mas também não posso perder a realidade daqui. Fiquei pensando que eu deveria estar aprendendo espanhol, procurando um curso para fazer, conhecer gente! 

Então ontem eu fui no centro deportivo daqui, grata surpresa porque o meu cupom lá do Pio Xll tb vale aqui, então fiz um pit stop rápido para correr. Não ia nem tomar banho mas tava tudo super limpinho, cheio de velhinhas simpáticas, eu toda suada que acabei relaxando e resolvi tomar meu banho por lá mesmo. E não é que o chuveiro era ótimo? Sempre me surpreendo aqui. 

E hoje, eu vou nadar e almoçar com a Dri. E comprar ingredientes para fazer um Brazo Gitano.

Hehehe, domingo vamos almoçar na casa dos pais do Manu e eu quero levar a sobremesa, afinal é meu niver na segunda. E pensei em fazer rocambole que descobri que aqui chama Brazo Gitano, achei até meio preconceituoso... mas tudo bem. Eu adoro receita que decoro e essa eu achei fácil demais. Já me disseram que o difícil é enrolar. Bom, se quebrar, vira doce no copo, que nem aqueles que tem na Ofner. 

Só não quero aqueles bolos redondos e chatos. E de chocolate. Por que todo mundo adora chocolate??!!!

Bom dia a todos. 

Paradoxo

É chegada a hora da partida,
da despedida, do deus, do até logo
das promessas, certamente cumpridas,
de manter contato,
de mandar notícias,
de enviar retratos,
de pedir notícias,
de sorrir com novidades,
sucessos, uniões, promoções, filhos e mudanças
de chorar juntos a cada perda, a cada derrota,
de vibrar pelo melhor, sempre.
A certeza que fica - talvez a única
É que sua energia é minha
e minha energia é sua.
Somos inseparáveis,
porque nos conectamos
por um motivo desconhecido.
E , se eu entrei na sua vida,
você tocou a minha essência.
A Razão procura uma razão.
Em vão.
Fato é
Que você é parte de mim,
e eu, que parto sem você,
ainda assim,
levo você comigo.

Mensagem enviada diretamento do Nepal por Karen Monesi.

Recebi no dia 9 de dez de 2008, dia da minha festa surpresa de despedida.

Me tocou. Namastê, Ka.

miércoles, 4 de febrero de 2009

Sequência

Outro dia um amigo me perguntou como conheci o Manu, pergunta normal, trivial. Eu tenho duas respostas, a sumária que é "temos um amigo em comum, espanhol também que eu conheci no Brasil. E a completa onde eu conto onde conheci o Kike e como vim parar aqui  na casa do Manu. Mas essa é outra história. 

Esse meu amigo continuou, "ah então é por causa desse amigo que vc mudou a sua vida".... Eu sempre fico pensando sobre isso. Lembro que li há muitos anos a Insustentável Leveza do Ser, do Milan Kundera. A história se passa em Praga, não pude deixar de lembrar qdo fui para lá. E lembro que no livro ele fala que conheceu a mulher da vida dele por causa de 7 coincidências. 

E essa cabecinha que não para, vive pensando nessas coisas. Bom, eu fiquei pensando qual era a sequência, a quem eu devia o fato de conhecer o Manu e estar aqui.

Vamos lá:

1) Ele é amigo desde a adolescência do Kike que eu conheci numa balada na praia. Os amigos mais antigos conhecem essa história e um dia, talvez eu conte.

2) Mas eu só fui nessa balada porque a Andrea Margit me pediu com todo o jeitinho dela para irmos. E eu não consigo falar não para ela. Então, com a camiseta do pijama que eu já tinha colocado e um jeans fomos. A Clau foi dormir. 

3) Mas a gente foi para a praia porque a Clau estava com vontade de ir para a praia, achou a pousada e fez a reserva, como sempre fez e organizou tudo. Eu só dirigi até lá.

4) Eu conheço a Clau de longa data, da GV

5) Eu entrei na GV por causa da balconista do cursinho do Anglo lá de Osasco.

Bom, não deu 7, deu só 5. Ainda bem, tava ficando longo.

Eu nasci em Osasco, cidade dormitório que hoje tá até bonitinha com os grandes magazines que foram para lá graças a um imposto menor e por estar no encontro do rodoanel. Cresci lá e com 7 anos entrei na escola, Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Prof Jose Liberatti. Não fiz pré, não fiz jardim. Entrei direto no primeiro ano, sabia repetir o alfabeto que minhas irmãs insistiam em me fazer decorar. A professora rapidamente descobriu que eu não sabia ler nem escrever, falou isso na frente de todo mundo, eu lá de pé, na frente da lousa. Fazer o que.

Lembro que a máscara de coelho da Páscoa, foi ela que acabou para mim, terminou de recortar porque cansou de me esperar. Do Liberatti eu fui fazer o colegial no ITO, Instituto Tecnológico de Osasco, a escola técnica municipal. Fiz exatas. Éramos 38 na classe, qdo terminamos acho que tinha uns 17. O curso foi bom, de lá saiu gente para a Unicamp (a minha amiga loira e linda),  3 para a USP, 1 para a Escola Aeronáutica, eu para a GV. Foi um fenômeno.

No terceiro colegial, nos incentivaram a ir tentar bolsa  no cursinho Etapa da Vergueiro. Eu nunca tinha visto várias coisas, como número elevado a fração. Eu não consegui bolsa nenhuma. Mas esses que entraram na USP e na Escola Aeronáutica conseguiram. Consciente da minha ignorância, pedi para o meu pai para fazer cursinho em Osasco. Esse professor que nos incentivou tem mérito. Eu agradeço a ele, infelizmente não lembro o nome. Baixinho e japonês, bom professor.

Fiz e um dia, próximo do final do ano passei na frente da secretaria do Anglo e tinha uma faixa, Abertas as inscrições para  a Fundação Getúlio  Vargas. Entrei e perguntei para a menina que estava lá se a GV era boa. A cara que ela fez! Como se eu estivesse em outro mundo. "É a melhor faculdade de administração da America Latina" Então tá. 

Hoje eu me divirto com essa história. Claro que tinha sempre questão da GV nos simulados, mas tinha também da Ufesp, Cesgranrio... sei lá. Um monte. Como eu ia saber que a GV era boa?

Bom, eu fiquei olhando e me deu um negócio. Fiquei pensando então é ai que quero entrar.

No dia 09 de fevereiro, saia a lista dos convocados. Era meu aniversário, um dia cinzento, nublado. Eu peguei o jornal, procurei o meu nome e não encontrei. Tristeza.

Eu não estava fazendo nada, resolvi pegar o ônibus e ir ver. Afinal, eu tinha que saber qual era a distância entre o sonho e a realidade. Peguei o trem, o ônibus e finalmente cheguei na GV, um prédio feio, nada demais. E tava lá, grudado na entrada os nomes e notas dos inscritos. 

Não vou lembrar mais dos números, portanto vou dizer algo bem aproximado tá? A nota de corte tinha sido 5,71. Minha nota er 5,65. A distância era muito pequena. Não estava louca, nem tinha sido um sonho impossível.

Fui andando até a Consolação onde eu sabia que tinha um cursinho específico para a GV. Cheguei e pedi informações, a mulher me perguntou se eu já tinha tentando. Disse que sim, que tinha acabado de tentar e não tinha conseguido. Ela me perguntou a nota. Eu disse. Ela disse que eu tinha entrado. Sorri, falei que não, que a nota de corte tinha sido maior. Ela me respondeu, "vc não tá entendendo. Vc com certeza entra na segunda chamada. Tem gente que desiste, vc pode não ser a primeira a ser chamada porque tem gente que fica por menos. Mas que vc com certeza vai ser chamada, vai."

Entrei. Filha de imigrantes, sem falar inglês, vinda da escola pública da periferia de Sampa. Entrei. Nunca na minha vida fui a aluna com as melhores notas, tinha boas notas mas longe de ser a melhor aluna. Burra não sou, mas excepcionalmente inteligente também não sou. Me considero um pouco, muito pouco acima do normal. Mas eu fui persevante. Eu queria entrar. Estudei, estudei muito.

Eu entrei na USP e na GV. Escolhi GV e foi fácil convencer meu pai. Na USP só havia conseguido entrar a noite, e a USP andava perigosa naquela época. E a GV na época era 5% mais cara que o Mackenzie, não é o absurdo que é hoje. 

Minha mãe chorou. De tristeza. Ela nunca havia ouvido falar na GV. Para ela, e para os amigos chineses, o bom era estudar na USP. Esse era o sonho de toda mãe chinesa. Lo siento, como dizem aqui.

Bom, começou ai. 



China

Isso nunca me aconteceu no Brasil. E aqui já me aconteceu 4 vezes. A primeira eu fui no supermercado e o atendente da banca de peixes (yes, estou cuidando do meu colesterol) olhou para mim e disse: "Nhi hau mau?" Desculpem a minha escrita livre de Tudo bem? em chines. O cara é um garoto, loiro de olhos azuis. Me contou que está estudando chinês.

Outro dia eu estava esperando o Manu, dentro do carro enqto ele ia rapidamente no banco e um cara ficou me olhando e começou a falar comigo em chinês. Um cara espanhol, moreno, simpático. Abri a janela para entender e ele tava cheio de jornal chinês e falando! Expliquei que falava portugues e ele me disse que trabalhava para diminuir a violência e o abuso aos direitos humanos na China. Eu e o Manu assinamos um abaixo assinado que ele tinha.

Teve outro mas vou pular e contar o de ontem que achei fofo. Eu fui no Mercadillo (a feira daqui) e eu queria comprar champgnons. O cara que me atendeu fez igual: "Nhi hau mau?", respondi educadamente em chinês: "Nhai haw, tochan." (Tudo bem, obrigada). "Pero tu tambien puedes dicer me bom dia porque soy brasilena. Y el me contestou: "Nosotros somos vecinos, soy de Bolivia"! Y me regalou con un poco de perejil.

Hehehe, a Clau tem razão. Uma confusão só de línguas! No final, falamos uma língua que só a gente entende.

Bom, todos sabem que morreram muitos judeus na Segunda Guerra Mundial, cerca de 6 milhões. E sempre me espantou o fato como esse fato é difundido, filmes foram feitos, retaliações e ajuda e indenizações foram pagas aos sobreviventes e seus descendentes. Nada mais justo. 

Mas o que me surpreende mesmo, é que morreram 32 milhões de chineses, no espaço de dois anos, se não me falha a memória entre 1959 e 1961. Alguém sabe disso? Morreram de fome. E a China é tão fechada que isso não se divulga. 5 vezes mais. De fome. A mesma fome que fez com que meus pais fugissem da China. 

Naqueles anos, a China quis ser uma grande produtora de aço e incintaram todos a produzir isso. As pessoas saíram do campo, chegaram a derreter panelas! No ano seguinte, não havia produção agrícola. Li isso num livro, há muitos anos, chamado Cisne Selvagem. Um livro pesado mas que fala muito da china através da visão de uma mulher, que hoje vive na Inglaterra portanto, livre para falar.

Recentemente, o Kike, nosso amigo em comum aqui, me disse que o Raul estava na China. Eu conheci o Raul, numa passagem rápida em Sampa. Cara novo, brilhante, amigo até hoje do Kike. E ele tem um blog que eu coloquei na listinha aí ao lado. 

Eu acompanho a China há alguns anos. Adoro os filmes feitos pelos cineastas chineses, li muito livro da Amy Tan, uma filha de chineses nascida nos Estados Unidos. Mas estou longe de dizer que admiro a China. Acho que a revolução cultural acabou com a milenar cultura, porque hoje só vejo muita ambição. Crescer e ganhar dinheiro a qualquer custo. Vejam recentemente o caso da adulteração do leite que matou crianças! 

E vejo isso no dia a dia. Nos parentes e amigos chineses, claro que não nessa magnitude mas nas pequenas coisas.

Minha última surpresa familiar. No último almoço em família, meus pais convidaram um casal de amigos que nos acompanham desde que eu me conheço por gente. Minha mãe me puxa para o lado e me diz que falou para eles que eu estou indo para Madrid a trabalho. Como assim? Por que vc disse isso? Claro que ela não me respondeu. Alguns minutos depois, lá vem a pergunta. "Vc vai ficar trabalhando quanto tempo lá? ". 

Respirei fundo. Não gosto de mentir, mas também desmentir a minha mãe assim. Não tive coragem. Respondi: eu gostaria de ficar pelo menos dois anos. 

Ela simplesmente não teve coragem de dizer a verdade. Eu falei com ela depois, pedi para ela nunca mais mentir. Porque essa não é a primeira vez. Tem outras, e fortes! E aí ela me disse: "vc quer que eu diga a todos que vc não conseguiu um homem aqui e teve que ir atrás de homem lá na Espanha?"

Hehehehe, se ela soubesse! Hoje eu rio, mas eu convivi com isso a minha vida inteira. A perversa lógica inversa da cultura chinesa.

Por hoje é só. Vou nadar! 

martes, 3 de febrero de 2009

Amigos expatriados, imigrantes, em temporada internacional

Ontem eu fiquei em casa. Não sai, não fui nadar, nem fui no supermercado. Nada, nada. Uma ligeira indisposição e resolvi não tirar meu pézinho de casa. E achei um luxo. Em tempos normais, de trabalho, vc levanta, toma banho, põe a roupa, toma café ouvindo o rádio para não perder a hora. Nem para pensar que não está bem. Eu pelo menos era assim.

Então, fiquei na internet. E falei com alguns amigos que estão morando fora também. E fiz a seguinte contagem:

1) Clau Domenici. Irmã, mana, roommate, guru, companheira de tantos anos e dos próximos anos de vida que vamos ter, não tenho a menor dúvida. Uma das mulheres mais brilhantes que conheço,  atualmente casada (maridão!) com dois filhos absolutamente lindos. Depois de morar comigo em Sampa, em Miami, no Canadá, em Sampa de novo, em Indaiatuaba ufa... atualmente morando em Buenos Aires, Argentina

2) Ka Monesi. Tão irmã qto, tão mana qto, de inteligência rápida, mordaz, humor irônico. Aliás, sempre a achei inteligente demais para se encaixar nos padrões normais. Depois de morar em Indianópolis, Amsterdã e sabe lá mais onde, visto que língua não é um problema para ela (qtos vc fala? 7?) ela agora tá em Sarnath, na India. Trabalho voluntário, construindo uma escola!

3) Lu Wiadacz. Chegávamos na Fedex e na sequência: café, almoço, café da tarde. E baladas, e dá lhe fins de semana em Maresias. Irmão e amigo. Esse vejo tão raramente! Mas me orgulho de ter sido madrinha do seu casório, Lu! Casado, paizão de uma menina que tem os olhos do tamanho do mundo! E olha que a mãe tem olho puxado que nem eu. Atualmente morando em Memphis, Tennesse - USA

4) Patty Wulkan. Dona do maior sorriso do mundo, de uma alegria que contagia. Ela morou na Itália, e eu nunca fui visitá-la. Ela hoje mora em New York. E eu AINDA não fui te visitar. Virou "senhora" recente. Senhora Dale. Não sei quem dá mais risada com isso, se ela ou eu. Do tipo que não muda não, casada ou solteira, é fofa do mesmo jeito.

5) Dea Assunção. Sabe quando vc vai num retiro de yoga e sai com um monte de amiga? Pois foi assim que conheci a Dea. Nunca vou esquecer dela falando com os olhos brilhando do namorado, hoje marido, que tava estudando fora. E não é que tudo virou um sonho lindo? Ela casou, o casamento mais lindo que já vi. E agora tá aqui pertinho, em Lausanne, Suiça.

6) Andrea Margit. Essa eu não falo há um tempão. Mas não importa. Vai morar sempre no coração. Uma vez ela chegou um bom tempo atrasada, eu esperando alucinada. Abro a porta do carro e ela olha pra mim e diz "desculpa Juju, mas o relógio andou mais rápido do que eu". Como ficar brava com uma pessoa assim? Espero que nesse momento vc já tenha achado seu apê ai no Rio. Ela tava até agora em Washington, USA. Também nunca fui visitar.

Eu poderia ficar aqui horas, falando de cada uma dessas pessoas.  Como a vida é rica, como a gente vive coisa com as pessoas. Era só para ser uma contagem rápida!

Aliás, pensando bem... to em falta com todo mundo. Nunca fui visitar ninguém! Bom, esse ano eu vou começar a me redimir. Vou começar pela Déa que tá aqui pertinho, passagem comprada! Depois a Clau, dessa não consigo fugir. Os outros??!! Hanging there! Aguenta ai, que eu vou tentar.

Me impressionou a quantidade de amigos fora. Mas to falando de amigo, não são conhecidos não.  Gente com quem eu convivi anos, de dividir a vida, de compartilhar alegrias, tristezas, momentos. 

Quer saber? Viva msn, viva skype. E que caiam os preços das passagens!

Adoro vcs! E se eu achar, e qdo tiver paciência (paciência mesmo, porque tempo eu tenho!) eu coloco foto de todo mundo!

PS: eu inicialmente ia escrever isso para dizer uma coisa e acabei esquecendo. Bom, uma das facilidades digitais para ajudar a matar a saudade:

http://veja.abril.com.br/arquivo.shtml

É a Veja digitalizada, na íntegra, no formato da revista. Todas as edições estão abertas, menos a da própria semana. Mas ver a Veja inteirinha com uma semana de atraso, eu não vejo problema algum.

lunes, 2 de febrero de 2009

Vida de imigrante

Eu não sei é impressão mas as vezes sinto que tenho sempre que estar contando tudo que vivo aqui, porque aqui minha vida é boa. Fico incomodada quando recebo aqueles emails de duas linhas perguntando como estão as coisas e dizem assim: 'aqui continua tudo igual". Ou alguém me manda um msn assim: "E ai?" (desculpa, querida, foi inevitável). Como assim tudo igual? Duvido. Não quero as novidades, quem tem sempre novidades? Eu não tenho. Mas gostaria muito de ouvir como anda a vida, os problemas, o sapato novo, o velho cansaço das coisas. 

Como quando eu estava ai. 

As pessoas pensam que vivemos numa bolha, que a vida é ótima, tudo certinho... Claro que tem coisas boas, mas tem coisas ruins também. A saudade dos amigos, da comida, do dia a dia, de poder pegar o carro e sair dirigindo sem medo de se perder.... E as incertezas que eu vivo por estar aqui? Fácil não é. Mas encaro. E faço isso da melhor forma, foco no lado bom, no lado do aprendizado e da vivência. E valorizo os momentos felizes.

Me desculpem se me repito, tenho impressão que já escrevi isso. Esse exercício de valorizar os momentos bons, eu fazia em Sampa tb. Apesar da insatisfação no trabalho, dos relacionamentos que iam água abaixo... eu sempre encarava minha vida da melhor forma e sempre focando nas coisas positivas. Nem por isso me acomodei e era feliz ai em Sampa tb.

Cultivei o melhor, os amigos, a familia, os valores. Perdi pessoas no caminho, perdi oportunidades, perdi trabalho, fui odiada por nao ter feito coisas, por ter dito não ou simplesmente por ser eu. Magoei, fui magoada. Enfim a vida não é fácil não. Esteja onde vc estiver. 

Bom, resolvi contar minha vida de imigrante aqui, o lado normal. Eu e a Déa, que tá vivendo na Suiça, trocamos figurinhas hoje sobre isso.

Aqui no geral, eu ando de metro, e ando até o metro. Aqui eu faço faxina porque faxineira custa caríssimo, então todos fazem a sua parte de faxina. Deixar para a faxineira (aqui chamam de assistenta) lavar louça, lavar roupa, arrumar a cama e a casa, passar aspirador é puro desperdício de dinheiro. Entao eu faço todas essas coisas e deixo ela fazer as coisas pesadas como limpar o banheiro, os pisos e passar camisas. 

A Dea disse que na Suiça as faxineiras passam camisas sim mas cobram por peça. Fiquei feliz que isso não chegou aqui. Mas na boa, nem me importo, acordo, dou um tapinha na casa, qdo tem muita louça eu ponho na máquina, senão eu lavo. E quando vem a Eugenia, toda terça, 3 horas, eu aproveito e faço a minha parte. É o dia que nem saio de casa, mas fico com ela que é uma Romenia forte, inteligente e faz tudo super bem.

A Eugenia me disse outro dia que lá na Romenia faz -30 graus no inverno. Congelador faz -20 graus, só para comparar. E lá a economia é ruim e não tem emprego. Ela me trouxe outro dia um pouco da comida típica deles. Fiquei bem surpresa. É um charuto de repolho, recheado de carne e arroz. Comida árabe! Mas tem a sua diferença, eles fazem do repolho um chucrute antes de rechear e enrolar. Tem cheiro forte, o Manu não quis nem experimentar. Eu comi junto com o iogurte natural que ela trouxe junto para comer da forma típica. Uma delícia, comi tudo, inclusive a parte do Manu! Ah, não tem foto não. Mas na hora que esquentei, saiu gordura para tudo quanto era lado. E eu tentando cuidar do meu colesterol.

E quando eu saio então, eu com essa cara chino, antes de abrir a boca eu vejo a cara da pessoa, parece que está escrito que ela não vai conseguir me entender. A pessoa estende o pescoço, tenta ficar mais perto, aperta os olhos... E ai, eu começo a falar, devagar, e a pessoa percebe que falo algo e desata a falar. Bom, ai quem não entende nada sou eu!

Aqui é época de liquidação. Tá tudo com 60%, 70% de desconto. E tem coleção nova. E eu ando muito por aí. Po, me controlo para não comprar as coisas. Primeiro que não tem onde colocar, segundo que eu não tenho mais renda. Aliás, minha única renda é o aluguel do meu apê que paga alguns custos fixos no Brasil (tipo plano médico, CRA, custeio de algumas coisas que sempre fiz) e a hora que converto em euro, não sobra nada. E eu faço questão de pagar minhas coisas e banco algumas coisas aqui também. 

Mas sabe o que imigrante mas sente falta? De notícias, não de novidades.

Beijos e saudades. E desculpem se alguém se incomodou.

PS: e peço desculpas aos meus amigos expatriados, imigrantes e afins por nunca ter entendido isso antes e enviado notícias.

Uma nova amiga


Olha só como o mundo é estranho. E como as coisas vão se ajeitando. 

Semana passada, eu conheci uma pessoa muito especial, a Adriana Navarro, que prontamente respondeu meu email. Mais que prontamente aceitou meu convite para tomar um café. E o café virou almoço para depois virar café. E ficamos 3 horas falando sem parar.

Sai desse almoço e café, cheia de idéias, com várias coisas para ver e melhor, cheia de energia! Porque a Dri passou por tudo isso que eu estou passando e hoje tá aqui, bem feliz, produtiva, fazendo um trabalho bem legal. Entendeu meus dramas, passou por vários deles com idéias criativas. E fez isso sozinha!

Eu quando vi o sobrenome dela, sabia que ela fazia traduções, achei que ela tinha vindo com tudo, cidadania, falando e escrevendo espanhol. Que nada, veio como estudante, batalhou para ficar, abriu empresa, cresceu e hoje contribui economicamente para a sociedade espanhola. Virou minha ídola!

Dri, muito obrigada pela força, pelas dicas e pelo coração aberto. Que esse seja o começo de uma nova amizade.

E eu conheci a Adriana por causa da Beyla que eu conheço por causa da mais que fofa e querida Patty Wulkan.

Obrigada, amigas!

domingo, 1 de febrero de 2009

Amigo Invisible - Love is in the air


Finalmente estou conseguindo colocar as fotos. Consegui fazer dois amigos secretos antes de sair de Sampa. Esse foi temático: Love is in the air! Para aqueles que tem e para aqueles que ainda vão ter. Uma homenagem a esse sentimento, afinal, quanto mais melhor.

Sabe aquela noite cheia de coisas boas? Só amigas queridas, lugar ótimo, comida ótima, atendimento ótimo, vinho, e momentos felizes. E os presentes para homenagear o tema foram os mais criativos. Bebidas afrodisíacas, Kama Sutra, pasta em forma de coração vindo dentro da bolsa direto da Italia, luminária, livro lindo... Acho que se o grupo fosse masculino os presentes teriam sido bem diferentes!

Aqui eu consegui me livrar (hehhehe) de várias coisas da minha casa, presentinho para todo mundo. Tudo devidamente embrulhado com celofone e fita vermelha.

Foi, sem dúvida, uma noite feliz! Obrigada, meninas!