miércoles, 29 de abril de 2009

Dia do Livro



Dia 23 de Abril foi Dia do Livro aqui na Espanha. E dia de São Jorge. Aqui dia de um santo é super importante, lembrando que quem tem o nome do santo ganha presente nesse dia.  E eu fui passear lá no centro e ver o que rola. Tão legal! Montam umas estantes, barracas na rua e expõem os livros. As lojas dão 10% de desconto em todos os livros e acho que as escolas levam os alunos para comprar porque tava cheio de estudante uniformizado andando em grupos. Lojas cheias, gente comprando, bom demais ver isso. Dizem que a tradição pede que cada um compre um livro. Eu vi gente levando pilhas de livro.

Eu fucei, mexi, vi um monte de livros, separei alguns e lembrando da minha nova fase, devolvi todos menos dois: um para a Paula e um para mim.

Para a Paula eu comprei um livro fofo chamado Cuentos del Cocinero, bem interessante porque começa com um mapa mundi, e selecionam alguns países (Brasil, China, Italia, Espanha, Estados Unidos...) e para cada país, tem um conto (envolvendo comida), um prato típico com a receita e uma página com curiosidades específicas.

Aliás, a Paula é um mistério, dizem que ela não come nada. Quando senta do meu lado ela come absolutamente tudo e ainda diz: "a mi no me gusta iso, a mi me encanta!". Disseram que ela não gosta de ler mas quando eu dei o livro foi uma surpresa geral: ela queria que queria fazer uma receita "Ahora" e estávamos no chalé que não tem absolutamente nada (só as coisas que eu levei pro último churrasco). Depois, sentou na mesa e ficou lá lendo sozinha. Uma graça. E no final do dia, ela voltou com 3 pedacinhos do que ela fez. Conseguiram arranjar os ingredientes para fazer chapati, o pão indiano. E digo voltou porque o chalé do irmão do Manu fica do lado. 

Mas fuçando aqui na internet, descobri que o Dia do Livro é um dia internacional mas inicialmente ele foi decretado só na Espanha, representando o dia do livro, da rosa e de São Jorge. É o mesmo dia da morte de Cervantes, coincidentemente o dia da morte de Shakespeare também. Para a Catalunha, é o dia do santo padroeiro, da cultura e do amor.

Para mim eu comprei o último livro da Isabel Allende, faz tempo que não lia nada dela. Ok... não comprei de nenhum autor espanhol. Queria, mas no final decidi escolher algum que o Manu já tem e comprar um que com certeza vai ser bom. Entendem? Época de fazer opções. Não dá mais para comprar 3 ou 4...

Mas só para terminar, enquanto eu fuçava aqui na internet, descobri vários blogs sobre literatura bem interessantes, inclusive li um que fez uma lista dos 1000 livros mais baixados. Como assim baixar livros??!! Eu nem baixo muita música ou filme. Sei fazer, confesso. Outro dia um mega amigo meu (um dia eu conto histórias fofas desse amigo querido) me deu umas dicas e agora sei fazer super direitinho. Mas tento não fazer, não acho muito justo. Espero que definam rápido uma política de direitos autorais.  Mas voltando aos livros o blog tem essa lista e explica que são livros de domínio público, ou seja, já não precisam pagar direitos autorais, e vc baixa direto do site Domínio Público, mantido pelo Governo Federal, ou seja, é legal. Cool né?

Sei que não é a mesma coisa que ler um bom livro em papel, mas me admira como o mundo muda. Aliás, vi na tv que lançaram uma máquina que imprime o livro na hora. Tem um catálogo gigante, vc escolhe e em poucos minutos sai o livro, normal. Já imaginou? Vai diminuir o tamanho das livrarias, dos estoques... E o prazer de ficar horas fuçando livros... 

martes, 28 de abril de 2009

Maria Maria

Hoje eu fiz almoço aqui em casa, convidei a Eugenia, a "assistenta" que me ajuda aqui uma vez por semana. A gente sempre conversa sobre comidas dos nossos países e ela vire e mexe me traz algo típico do país dela, a Romenia. Semana passada ela me trouxe cozonac, um pão feito de cacau e passas que parece o nosso panetone de chocolate mas em formato de pão grandão. Nossa, comi tudo e o bom foi que ela trouxe um pedação então fiquei 3 dias comendo... de "rodillas".

E eu comentei com ela que em casa dos meus pais sempre se come um frango feito com shoyo e resolvi fazer para ela experimentar. É super simples, temperar sobrecoxas de  frango com alho, sal, pimenta e shoyo até ficar bem molhadinho e se tiver gengibre também, mas aqui não acho essas coisas. E fazer na panela, um pouco de oléo, dar uma fritadinha por cima, por baixo, por um pouco de água e deixar cozinhar até ficar cozido. Eu amo isso sempre fazia em casa porque é saboroso e fácil de fazer. Então to aqui de barriga cheinha, escrevendo porque lembrei de outra história.

O Ale veio aqui e ele é uma pessoa bem observadora, super rápido e com olho esperto para tudo. Vive achando coisas no chão, inclusive aqui, enquanto estávamos passeando em Pedraza, ele encontrou um brinco de ouro no chão. E ele ficava me perguntando se eu consigo distinguir as pessoas na rua. Digo distinguir no sentido de quem é mais rico, quem é pobre, quem é mais simples. E realmente aqui não é como no Brasil, que vc na rua pode perceber direitinho quem é quem, talvez pela fisionomia, talvez pelas roupas, talvez pela forma de andar, vc sabe quem tem um padrão de vida melhor ou não. Mas aqui não. A Eugência é loira de olhos azuis, forte e inteligente, na rua então todo mundo é muito parecido, as roupas são parecidas... Mas é que aqui o padrão também é bem maior. Um "camareiro" (nosso garçom) ganha um salário digno, as "assistentas"( nossas empregadas) também tem um salário bem melhor. 

Opinião particular, eu acho que o tempo influencia nisso. Ai, não ri. Deixa explicar. Aqui faz muito frio no inverno, se as pessoas ganham mal, não tem como pagar calefação e portanto morrem de frio. E alguém tem que fazer esses trabalhos, então paga-se um salário digno para manter a existência dessas pessoas. Got it? To louca ou simplifiquei demais?

Anyway, a história que me lembrou. No Brasil, quem trabalhava em casa era a Maria. Faz uns 18 anos que a Maria trabalhava comigo, desde que eu comecei a ter dinheiro para pagar. A Maria mora no coração e eu sinto muita falta dela. Mas o destino sabe o que faz porque na mesma época que eu me decidir viver por aqui, ela também resolveu mudar a vida dela, vender a casa dela e se mudar para a praia.

Isso mesmo, a Maria tinha casa. Que eu tenho muito orgulho em dizer que pude contribuir um pouquinho para essa casa. Quando eu era mais nova e vivia com meu namorado, conseguíamos pagar um salário um pouquinho maior para ela e ela tinha um terreno que recebeu na separação. Com um salário de empregada doméstica ela construiu uma casa. A caixa dágua foi presente meu, uns copos, umas xícaras, os armários eu comprei no meu nome e descontava mensalmente do salário dela. E outras coisas também mas não vem ao caso.

Sei que a nova casa dela também tem uma caixa dágua minha....hehehe, repetindo presentes. Mas o tempo passou e eu também me separei e não podia continuar com a Maria como empregada todos os dias. Então, já faz muitos anos que ela era faxineira e vinha só uma vez por semana. Quase não a via, as vezes falava por telefone mas ela nunca me deu dor de cabeça. Pelo contrário. Sempre tinha uma camisa com o botão no lugar de novo, a arrumação das panelas, louças e as vezes até a posição de um móvel novo era ela que fazia. E sempre fazia melhor do que eu. 

E no Natal ela vinha passar o dia com a minha família, ajudava e era presença constante. Me viu chorar algumas vezes assim como eu a vi chorar algumas vezes, um filho alcóolico, uma briga com o meu pai... E assim ia a vida.

Um dia, num jantar com algumas amigas,  uma delas me perguntou quanto eu pagava para a Maria. Respondi. E ela me olhou com um olho enorme "por que vc paga tudo isso para ela?" Era quase um "porque vc inflaciona assim o mercado?". Educadamente expliquei que ela é da família e deixa para lá. Mas eu sempre lembro dessa história.

Primeiro porque não pagava nenhuma fortuna. Pagava uns 35/40% a mais. E se alguém achar isso muito, pensem que é sobre uma base pequena. Sim, porque acho pouco o que se paga para as empregadas domésticas no Brasil. Pouco sim, pense se vcs conseguiriam viver com esse dinheiro.

Nesse dia, o jantar custou mais caro do que ela pagava para a faxineira dela para trabalhar um dia inteiro. E naquela época eu saia, e com certeza minha amiga, pra jantar várias vezes por semana. 

Falam das diferenças, da pobreza, do país miserável e da vida difícil dessas pessoas. Que moram longe, acordam as 5 da manha, chegam depois das 8 em casa e tem filhos para criarem, muitas vezes, sozinhas. Mas perpetuam o sistema ao pagar salários baixos. 

Quem tem um bom salário, consome, coloca o dinheiro de novo na economia, que assim cresce e gera mais riqueza. E isso não é responsabilidade só do Governo, dos políticos ou de alguém. Tem coisa que está ao nosso alcance. Na nossa cozinha. 

Afinal, a gente não vive torcendo para ter um aumento, um bônus? Eu repassava aumentos e bônus. Por mérito e por justiça. Obrigada, Maria. Que vc esteja bem e feliz. E vou te visitar na praia, ninguém se livra fácil de mim...

"Maria, Maria 
É um dom, uma certa magia, 
Uma força que nos alerta 
Uma mulher que merece viver e amar 
Como outra qualquer do planeta 

Maria, Maria 
É o som, é a cor, é o suor 
É a dose mais forte e lenta 
De uma gente que ri quando deve chorar 
E não vive, apenas agüenta 

Mas é preciso ter força 
É preciso ter raça 
É preciso ter gana sempre 
Quem traz no corpo a marca 

Maria, Maria 
Mistura a dor e a alegria 
Mas é preciso ter manha 
É preciso ter graça 
É preciso ter sonho sempre 
Quem traz na pele essa marca 
Possui a estranha mania 
De ter fé na vida "

Milton Nascimento

miércoles, 22 de abril de 2009

Semana Santa II

Voltamos então para a Semana Santa, ainda faltam várias cidades. 

Bom, combinamos de acordar na terça  bem cedinho porque teríamos que passar em Córdoba e queríamos chegar em Sevilla a tarde. Fomos dormir e encontro o Manu mexendo no micro procurando uns arquivos. E aí ele me mostra um filminho, desses do youtube, que tem um soldado tocando aquela música para levantar as tropas, mal tocado aliás, de corneta. Um horror. E ele falou que ia colocar para despertar. Moleque! E aí, ele acordou todo animado, abriu o notebook, colocou no corredor no volume mais alto possível e foi tomar banho. Realmente... o negócio era muito ruim e no fim, eu morri de rir. Só escutei a porta do quarto das visitas sendo aberta, uns grunhidos de reclamação... Eram 6:00 da manhã!

Primeira parada Córdoba,  província da Andaluzia, hoje com cerca de 300.000 habitantes mas no passado, chegou a ser uma capital romana, sendo depois dominada pelos mouros quando atingiu seu maior apogeu, chegando a ter 500.000 habitantes no séc X. Foi reconquistada em 1236 pelo rei católico Fernando. Sua maior atração é a Mesquita que reflete exatamente a história da cidade porque foi inicialmente, antes de cristo, uma igreja católica e pós dominação moura, iniciou-se a construção, durante dois séculos da mesquita. Pós reconquista, foi

construída, dentro da mesquita, uma grande catedral católica. A cidade é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, tem um casco antigo, muitas lojinhas e restaurante. Almoçamos ali, em um pátio interno muito típico da Andaluzia,  geralmente com uma fonte, para refrescar no verão pois as temperaturas costumam ser bem altas.

Seguimos para Sevilla, capital da Andaluzia, chegamos no começo da tarde, o hotel era bom mas fora da cidade o que nos obrigou a nos locomover de ônibus e táxi. Na primeira vez que eu fui, ficamos num hostal no centro antigo que é uma delícia porque se faz tudo a pé. Dessa vez o hotel era melhor mas longe. Chegamos e já saímos, o Manu que dirigiu o tempo todo foi o mais animado para sair imediatamente.  

E lá fomos para ver as primeiras procissões. E não é que o 

negócio é bem diferente das nossas??!! Primeiro que é uma maratona, todo dia tem umas 7 ou 9 procissões, saindo cada uma de sua igreja mas passando pela Catedral de Sevilla, imagina a logística para que elas não se cruzem. E a quantidade de gente. Interessante que é bem familiar. Todo mundo leva as crianças, cadeiras, comida e bebida. E ficam ali, sentados, conversando, as vezes levantam acampamento e vão para outro lugar ver outra procissão. Fica um massa andando de um lado pro outro. Detalhes: todo mundo bem vestido, vários homens de terno e gravata, as crianças de camisa e sapato, meninas de vestido e cabelo arrumado, e quando passa a procissão todo mundo psiu, psiu... pedindo silêncio quando passa o Cristo e a Virgem. E fica o maior silêncio!


Toda procissão tem as suas imagens sagradas de Cristo e da Virgem que ficam em uma espécie de tablóide de madeira ricamente ornamentado e que são carregados por várias pessoas que ficam escondidas embaixo de uma grande cortina o que dá a impressão que as imagens flutuam. São grandes, devem ter mais de 6 metros, chegam a pesar uns 500 kgs. E passam lentamente.

Ponho aqui um vídeo que peguei rapidamente pelo youtube. Para vcs ouvirem um pouco das músicas e verem o ritmo das procissões.

As figuras cobertas são os Nazarenos, os chamados penitentes, vários ainda saem descalços o que deve ser bem difícil porque essas procissões podem durar até 10 horas.

Jantamos no bairro de Santa Cruz, com suas ruelas de pedra, cheia de restaurantes e bares.

Ficamos dois dias em Sevilla, muita coisa para ver mas a cidade estava bem cheia o que dificultava um pouco as coisas. Fomos no segundo dia visitar a Catedral de Sevilla, uma das maiores da Europa, linda e tem que subir até o alto da Giralda (a torre) que tem uma vista ótima,
sinos enormes e uma subida tranquila porque é de rampa, sem degraus. Quando descemos tinha fila para subir!  

Depois fomos no Él Alcázar (Palacio Real), do lado da catedral . Bem bonito também, lembra muito a Allambra em Granada, com seus jardins, fontes, gesso esculpido e paredes azulejos ricamente desenhados com formas geométricas ou aqueles desenhos do alfabeto deles. Dizem que a religião muçulmana proíbe a reprodução de formas humanas e de animais.  Sevilla fui durante muito tempo uma 
das maiores e mais ricas cidades do mundo, pois o descobrimento da América deu a cidade o monopólio do comércio com os novos territórios. Tudo passava por ali, e por isso foi um dos maiores portos da época. Detalhe: Sevilla não está na costa, mas tem o maior rio navegávelda Espanha, o Guadalquivir que desagua no Atlantico (uns 90kms). A importância da cidade era tanta que os reis católicos moravam em Sevilla e Cristovão Colombo foi enterrado ali, está dentro da Catedral.


Mas depois veio a peste de 1649, que matou quase metade da cidade e o início do assoreamento do rio que fez com que as atividades econômicas fossem transferidas para o porto de Cádiz, perdendo bastante de sua riqueza e influência. 

Sevilla é hoje a terra do flamenco, do gaspacho, do azeite, do Jerez, de Carmen, de uma tradição cultural imensa. Seus dois eventos mais importantes é a Semana Santa e a Féria de Abril (agora! estamos decidindo se vamos ou não).

E, como ninguém é de ferro, fomos almoçar num restaurente bem tradicional de Sevilla, chamado La Moneda, perto da catedral. O Manu "invitou" a todos e comemos divinamente! Invitar aqui na Espanha significa convidar alguém e pagar a conta. Diz a Déia, que conheceu uma espanhola que está morando no Brasil, sofreu muito no começo, porque ai no Brasil é diferente, a gente convida mas não paga! E ela sempre ia achando que ia comer na faixa e no final tinha que abrir a carteira!

Depois de mais umas procissões, umas torrijas e um "tapa" para esquentar o estômago, fomos dormir e partimos na manhã seguinte para Extremadura. Não sem antes conhecer o rio, a Torre de Oro, a Plaza de Espanha... tudo rapidinho pela manhã. E claro, o café da manhã, chocolate com churros, típico da Espanha e outras coisinhas, ne?

Tostada com tomate e azeite, bocadillo e suco de laranja. Aliás, a cidade está cheia de laranjeiras lindas, enormes e cheia de frutos.  

Próxima cidade! Next in line. Ufa! Esse ficou longo, sorry.


martes, 21 de abril de 2009

Fale Conosco

Bom, como eu não sabia se ia ficar 3 meses ou 6 meses fora do Brasil, resolvi me garantir e juntar todos os documentos para fazer o meu imposto de renda e deixei preparado no Brasil.

Confirmado que só volto em Maio, acionei o contador para retirar os documentos e preparar o IR. Só estava faltando os comprovantes dos bancos e o de renda das empresas, porque eles costumam enviar em Fev. Achei que receberia em casa mas como não recebi nada, passei a semana passada na internet, tentando gerar as informações com cada uma das instituições. Banco foi facinho, eles tem no próprio site, duro foi lembrar da conta que eu tinha pela Abril. Por essas coisas que eu simplifiquei minha vida, tenho um cartão de crédito que é débito e uma conta bancária, só. Isso me lembrou que preciso fechar urgente essa outra conta. Informe de rendimento teria que pedir para a IBM e a Abril.

2008 foi um ano estranho, eu pedi demissão duas vezes, tecnicamente pedi demissão da IBM em Nov de 2007 mas só sai no final de Jan de 2008. Depois de viajar um pouco, entrei na Abril, experiência ótima, mas estava muito dividida entre o coração e carreira. Optei pelo coração e pedi demissão novamente. Então, eu tinha que ter um informe de rendimentos das duas empresas. E sem querer, acabei fazendo um teste do Fale Conosco de cada uma.

Claro que conheço muita gente nas duas empresas, mas não quis incomodar ninguém. E afinal, é uma informação que as empresas devem fornecer portanto resolvi tentar.

No dia 14 de abril, entrei no site da IBM e da Abril e, através do Fale Conosco de cada site, enviei um email informando que era ex funcionária, solicitando o informe e pedindo o correto direcionamento.

A Abril se saiu bem melhor. No dia 15, recebo um email do time de RH com o meu informe. O Fale Conosco recebeu meu email, enviou para o RH que me respondeu. 24 horas, not bad at all.

A IBM, bem... No dia 15, recebi também um email, agradecendo o contato, direcionando para RH e me pedindo para entrar no site da empresa e preencher uma pesquisa de atendimento. Bom, como não tinha solução ainda, não fazia nem sentido responder a pesquisa. No dia 20, recebo um email do RH da IBM me dizendo que a solução para o meu chamado era enviar um email para Infrend para solicitar meu informe. E avisando que estava encerrando o chamado. 5 dias, chamado encerrado e eu sem o meu informe. Começar de novo...

Grande empresa mas uma soluçõe pífia. O mais estranho é que com certeza, para as duas áreas da IBM, as estatísticas devem estar ótimas porque ambas encerraram o chamado.

Bom, anyway, pontos para a internet. Consegui tudo, documentos enviados ao Josué, contador. Declaração entregue e, melhor parte, créditos a receber.

Retorno ao Brasil, Maio 2009

Retorno confirmado. Chego no meio de Maio no Brasil.

Quando vim para cá, não sabia se voltaria em 3 meses ou em 6 meses. Oficialmente um turista pode ficar na Espanha por 3 meses e depois de alguma pesquisa na internet, confirmei que se eu saísse da comunidade européia, mais especificamente dos países que assinaram o Tratado de Schenger, eu poderia ficar mais 3 meses (6 no máximo).

Fomos para a Suíca em Fev e dei sorte porque esse país faz parte da comunidade européia mas assinou depois o Tratado, que trata da livre fronteira entre os países, ou seja, sem alfândega. Como assinaram depois, a extinção dos tramites de alfâdega só passaria a valer para a Suiça em 31 de Março. Portanto, ao sair da Espanha, meu passaporte foi carimbado  mostrando que eu tinha saído e no retorno, passo a ter mais 3 meses. 

Saudades do meu Brasil! Gosto da minha vida aqui mas no fundo é bom, porque assim resolvo minha vida pelo menos por mais algum tempo. Volto para o Brasil e tiro um visto de estudante. Volto para a Espanha para estudar. 

E claro, mato saudades de todo mundo! E vou para o meu quinto inverno seguido.

Nenhum plano definido na minha temporada fora da Espanha, com certeza vou ver a Clau, irmã de coração, na Arg. Eu tinha prometido que ia, não é agora que vou faltar nas promessas.

Queria ir para a Tailândia, mas tá tudo tão conturbado por lá que tenho medo. E se eu fosse para lá, com certeza ia visitar a Ka, irmã do coração tb (a família é grande!), no Nepal. Mas vamos esperar as coisas acalmarem um pouco.

Portanto, hora de voltar. Hora de comprar presentinhos... Oba, adoro essa parte.
 

Picnik


Hehehe, vcs devem estar achando que não estou fazendo nada... Não to mesmo. Vejo o tempo passar e curto ele passando devagarzinho e acho uma delícia. Já dizia o Domenico deMasi que tempo é um luxo. Eu agradeço por ter esse luxo.

Sempre que eu punha uma foto aqui, meio que ficava reclamando que não dava para por efeito nenhum nas fotos. Mas em vez de ficar reclamando, resolvi procurar algo. E olha só o que eu descobri. O site Picnik ! Amei e esse foi o resultado do primeiro teste. 

O site é grátis, tem um monte de montagem fácil de fazer (afinal até eu estou conseguindo usar!) porque é tudo meio que preparado e vc só vai escolhendo as fotos e pondo nas montagens. Eu que nunca soube corrigir um olho vermelho, nunca entrei no Photoshop, to achando esse site maravilhoso. Vou virar fã e usuária.

Adorei. Os efeitos nas fotos vão melhorar muito de agora em diante.

Bom, me usei como cobaia. Então, para vcs, várias versões da Ju, Juzinha, Juju, Jujubinha, Jurubeba, Jujuba, Juquinha, Dit, Juzinha, Judy... Como quiserem.

miércoles, 15 de abril de 2009

Semana Santa I


Semana Santa me trouxe um presente: vieram a Andrea Gold (Deia) e o Ale. Estava bem ansiosa com a vinda deles, já disse algumas vezes que o que mais sinto falta é dos amigos. E ter a Deia aqui, mana, irmã e amiga desde da faculdade, me gerou uma expectativa imensa. Vieram para ficar uma semana, chegaram no sábado dia 4 e foram embora no sábado seguinte.

O Manu não ia trabalhar essa semana, tinha dias livres, o que significa que a empresa libera e não desconta das férias. O curioso é que enqto todos voltaram a trabalhar na segunda ele ficou aqui comigo porque a empresa dele é basca e lá não se trabalha na segunda pós semana santa. Não me perguntem porquê.

A programação era extensa porque eu e o Manu queríamos ver a Semana Santa onde é mais tradicional, ou seja, em Sevilla, passando pela Extremadura que é um estado onde não há tanto turismo mas que descobrimos que é um lugar sensacional e que tem que ser mais divulgado e conhecido. Como estava difícil para encontrar hotel porque deixamos muito para a última hora (soube depois que muita gente faz reservas em Janeiro) resolvemos trocar e voltar por Extremadura ! E no final, deu tudo certo porque diminuímos os dias em Sevilla e saímos de lá antes da quinta e sexta santa que é quando saem as procissões mais famosas. Foi bom, porque conseguimos ver várias procissões (tem a semana inteira) e já estávamos um pouco cansados daquela gente toda. Imagina como ia ficar qdo chegasse o feriado mesmo!

Mas queríamos que eles conhecem um pouco mais da Espanha e como eles já conheciam Madrid, Toledo e Barcelona, achamos que seria legal eles conhecerem o chalé do Manu porque de lá se pode ir para vários lugares. E foi o que fizemos, fomos para Sepúlvida, Pedraza e Burgos, sempre voltando para dormir no chalé.

E fizemos churrasco, tortilla e paella. E eu comprei frutas, todos os ibéricos (salsichon, jamón e lomo), queijos e bebidas, coisas pro café da manhã e naturalmente as coisas que estavam faltando para um mínimo de conforto no chalé. Lotamos o carro. E ai tive que escolher o que ficava e o que ia. Entre outras coisas, tive que deixar o notebook, por isso que não deu para avisar aqui no blog que eu ia passar a semana fora. Esperava poder ir atualizando durante a viagem. 

Carro lotado, aliás alugado pelo Ale, o que foi uma ótima idéia porque o carro era bem maior e pudemos fazer uma viagem mais tranquila. Lá vem eles! Fiquei tão feliz! E direto pro chalé fazer churrasco. 

A gente comeu muito nessa viagem. Eu e a Andréa somos um bom garfo, como dizem no Brasil. O Manu diz que eu como mais que ele. O Ale fala que a gente não consegue ficar sem falar de comida. E provou que estava certo. Depois de um suntuoso café da manhã no parador, esse foi o ponto chique da viagem, ele lançou um desafio, que nós não poderíamos falar em comida até a hora do almoço. Descobrimos que era impossível! 

Tem muita foto, fomos a vários lugares, vimos várias coisas que eu nem sei direito do que falar ou do que destacar.  Como é blog, não dá para ficar escrevendo muito, vou deixar as fotos falarem por si.

E atendendo ao pedidos da Clau, tem muita foto minha. O Ale Paparazzi se divertiu tirando fotos de todos e quem agradece sou eu porque realmente tem umas fotos bem lindinhas. Clau, fotos da casa e da vidinha aqui vem daqui a pouco!

Vou destacar:

1) Sepúlveda. Pertinho do chalé, chegamos e estava saindo a procissão do Domingo de Ramos. Mas o que eu gosto em Sepúlveda é da subidinha da Iglesia de El Salvador.


2) Hoces del Río Duratón. Fica ali perto da cidade de Sepúlveda e o irmão do Manu já tinha dito várias vezes que era bonito mas como sempre que íamos tínhamos coisas para fazer, fora a friaca, nunca tínhamos ido. A Déia comentou que queria conhecer e fomos lá. Surpresa total, o lugar não é bonito, é lindo!

3) Pedraza: eu sou apaixonada por esse pueblo. Minúsculo, mas com uma praça central toda de pedra com os restaurantes voltados para ela. Tem lojinha, tem um castelo pequeno que virou museu,uma graça.

4) Burgos: fica há um pouco mais de uma hora do chalé (que, by the way, é em Duruelo). Cidade grande, tem uma das maiores catedrais da Espanha, e faz parte do Caminho de Santiago. Eu nunca mais tinha ido para qualquer cidade do caminho, desde 2003 e fiquei bem feliz de ver as setas amarelas novamente. 
Bom, essa foi a primeira parte da viagem, tem mais nos próximos dias. E fotos! Muitas fotos.

lunes, 13 de abril de 2009

Pensamentos tortos

Eu pratico yoga há anos. Mas acho que nunca consegui fazer duas vezes por semana, durante mais do que 3 meses seguidos. Infelizmente. E aqui em Madrid, não achei nenhum lugar perto para fazer e acabei me inscrevendo para nadar e correr. Mas tento fazer um pouquinho em casa, adoro.

Vários professores que eu tive foram alunos ou trabalharam com o DeRose. E sempre escuto falarem dele com um certo desprezo. Não sei opinar porque não conheço. Mas uma vez eu ouvi um cd maravilhoso dele de relaxamento, comprei 3 e dei de presente. E sempre que podia eu ia no Ibira, sábado as 9:00 ali no Porquinho fazer yoga. Sol, grama verdinha e uma aula excelente. Grátis, ministrada pelas escolas do grupo DeRose. E fico vendo a quantidade de gente que faz yoga, as galerinhas de professores que viajam juntos, que não bebem, não fumam, não comem carne e parecem tão magrelas e felizes e penso que eles fizeram uma opção de vida boa e simples. E aí penso que o DeRose tem mérito sim, por difundir o yoga.

Paulo Coelho eu li na época da faculdade. O livro passou em branco, nem lembro da estória mas claro que lembro de uma frase "quando vc deseja algo o universo conspira para tornar realidade ". E aprendi ao longo do tempo que é importa ter objetivos e trabalhar para chegar lá. Desejar, ter claro o que vc quer, acreditar, batalhar. E o universo conspira para tornar realidade. Não é um grande escritor, mas vende um absurdo. Lembro que quando fui para Paris, entrei no metro e me deparei com uma foto gigantesca do Paulo Coelho e o anúncio de um livro novo. E descobri que estava em todas estações de metro por onde passei. Eu fui para Bologna, entrei um pouco nesse universo, li um artigo sobre o ganho médio de um escritor. Quantos escritores brasileiros vendem bem no exterior? Descobri que o Paulo Coelho tem mérito sim. 

Não sei, vejo tanta crítica e me pergunto porque. Acho que ter uma opinião crítica é importante. Mas ando numa fase que detesto ver gente falando mal de outras pessoas. Quero coisas positivas. 

Agora na viagem da Semana Santa, o Alexandre se encantou com o jamon ibérico, pata negra. Pedimos novamente no almoço. E ele comeu mais um pouco de jamon no café da manhã do parador onde ficamos. Dava gosto ver ele comer com tanto prazer. Ele comentou a diferença entre eles. O Manu também ficou comentando. E eu pensando que havia comido três vezes jamon. Uma delícia, todos. Não sei apreciar e ver essas diferenças. Sei que amo comer jámon. 

E isso me lembrou que no Brasil, virou moda fazer cursos de degustação de vinho. Sempre alguém aparecia perguntando se não queria fazer. Até me animei, mas no fim nunca fiz. Me convidaram também para fazer uma degustação de vinhos no Fasano. Chiquésimo. Fui não. Obrigada. É que, para ser bem honesta, eu compro vinhos no Brasil de menos de 20 reais. E aqui compro vinhos de 3 euros. Bebo sempre. Adoro pegar a garrafa, pegar minha taça bojuda e ver a cor rúbia enchendo a taça. Adoro o cheiro, adoro a cor. E bebo com absoluto prazer. Adoro a minha tacinha diária de vinho. Portanto, quero dizer que tenho medo de aprender a apreciar um bom vinho e nunca mais sentir prazer em um vinho barato.

Podem chamar do que quiser. Ignorância, pobreza... eu resolvi chamar de meus pensamentos tortos. Ainda não gostei do termo mas foi o melhor que surgiu até agora.

Enfim, me sinto um bichinho bem feliz por poder apreciar e sentir prazer numa taça de vinho simples, num sanduíche de jamon de qualquer marca e de viver minha vidinha.



domingo, 12 de abril de 2009

Bologna II


Heheehe... fui embora aproveitar a Semana Santa e nem terminei de falar de Bologna. E já to cheia de histórias e fotos lindas para colocar mas é melhor contar contar as coisas na ordem e antes que eu esqueça.

Então vamos a Bologna. Vamos falar da Bologna's Children Book Fair do ponto de vista de alguém que não conhece esse mercado e foi para ajudar (ou tentar, pelo menos) uma amiga. Primeiro que achei bem diferente da feira de livros de Sampa porque a nossa é cheia, aberta para o público e a de Bologna é bem voltada para negócios, quase não há venda de livros ao público. As editoras e os agentes literários vão para vender e comprar direitos autorais. 

Segundo, que o país homenageado era a Coréia, descobri então a riqueza dos livros coreanos principalmente por causa de suas ilustrações. Livros maravilhosamente ilustrados, com pouco texto (só não deu para avaliar a qualidade... heheeh, não estavam traduzidos) mas o que pude sentir é que nós brasileiros podemos crescer mais na área de ilustração mas que temos textos muito criativos, ah isso sim. Deu para ver que eles se mostraram bem interessados quando a Dri começava a contar, fazendo o seu trabalho de "vender" os escritores a quem ela representa. 

A Dri faz isso super bem, tomara que essa feira gere resultados maravilhosos. Tô na torcida!

E eu  fiquei bem feliz de ter encontrado o Sérgio, que foi nosso anjo. Amigo querido,
sempre atencioso, divertido, inteligente, rápido e um verdadeiro gentleman, daqueles que não se encontram muito nos dias de hoje. E com o Sérgio conhecemos também o Vicente e o Sérgio (o russo, vou chamar assim), pois trabalham juntos na editora no Brasil e que no final acabamos nos encontrando para jantar em duas ocasiões. Na primeira fomos jantar no restaurante La Braseria (Via Testoni 2)... onde um grupo de brasileiros, participantes da feira, se encontram anualmente. 

Eu não vou esquecer esse jantar tão cedo porque afinal foi onde eu pude ver, ao vivo e em cores, o Maurício de Souza. Ele povou minha infância, seus gibis foram companheiros de anos, claro que eu tive que ir lá no maior estilo tiete: declarei meu amor, pedi autógrafo e tirei foto. 

Na segunda, fomos jantar no Donatello (Via A. righi 8) e dar um giro noturno pela centro. O bom da Europa é isso, vc pode 
sair caminhando, com tranquilidade e sempre tem algo para ver e descobrir. O Sé nos levou para conhecer uma livraria que deve ser o sonho para muita gente, livros (claro!), e um monte de coisas gostosas porque é um misto de café, rotisserie, restaurante... aberto até tarde. Imagina poder comer uma saladinha, cheia daquele azeite maravilhoso ou uma massa artesanal, tomar um café expresso, ler um livro, aliás, ver vários livros, dentro de um ambiente lindo???!!! Ai, vou ter que voltar, porque ficou só na imaginação mesmo.

Eu acho que ainda não incorporei o espírito blogueiro... nunca tiro fotos e nem anoto as coisas para por aqui... Vou melhorando, prometo. Bem  no gerúndio mesmo. Não sei como chama a livraria. Sei chegar!

A Feira foi uma experiência interessante, falamos com gente do mundo inteiro, é um universo diferente. E a concorrência é dura. Tem muito livro, tem muito escritor, tem muito país. E o desafio é, quem vai ser o novo Harry Potter? Mas, sem dúvida, são nessas feiras que se iniciam os negócios. 

Sé querido, todo meu amor e carinho a vc. Obrigada por tudo e acima de tudo por se importar e querer ajudar.  Não me importo nem um pouco em saber o resultado porque só de saber que vc quer ajudar, e o faz de forma espontânea, me toca e me emociona. Obrigada. E te desejo muito sucesso nessa nova etapa da sua vida. 

Vicente, sempre bom conhecer uma pessoa excepcional. Encantada!

Dri, obrigada pelo convite, espero que eu tenha ajudado um pouquinho. E que todo o investimento, o trabalho e as dificuldades sejam recompensados porque vc faz um trabalho lindo e merece. 

Sérgio (o russo), tenho de dizer que eu quero fazer parte do seu mailing. Quero receber email toda sexta-feira com poesias, trechos, pensamentos, ou qualquer coisa que vc ponha lá. Aqui no metro de Madrid tem sempre um folheto tamanho normal A4 com uma poesia, e embaixo, em letras grandes está escrito "Ni un dia sin poesia". Eu adoro essa frase, e faço variações desse tema. Nem um dia sem um sorriso. Nem um dia sem agradecer. Nem um dia sem amor. Pode ser amor de quem se ama, da família, dos amigos, o próprio, ao próximo. Afinal, "qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar"!

Nem uma sexta sem poesia do Sergio (o russo)! Obrigada.