viernes, 31 de julio de 2009

Próxima parada

É, hoje é dia de produção intensa de post aqui no blog. Eu não consegui atualizar muito, tem várias coisas legais que fizemos e ainda não contei metade. Mas vai passando e se der conto mais para frente.

Amanhã cedinho eu vou pegar um avião. Minha irmã me inscreveu num curso de Tantra. Eu to indo! E fiz questão de pagar o curso. Sabe, tem coisas que a gente tem que assumir. Não quero ficar pateticamente falando que cai de gaiato e que só fui porque ela me inscreveu. Nunca tinha pensando em fazer isso e poderia ter tranquilamente falado não. Mas achei que pode ser legal. E assumo que quero ir e fazer. 

Confesso que tenho um medinho, não do curso, mas... sabe aquela história do vinho? Que aprecio vinho, aquele baratinho mesmo? Que ponho numa taça, ponho o primeiro gole na boca e sempre fico feliz? Pois é... tenho minha vida, faço meu amorzinho gostoso e acho tão bom! Será que isso vai me fazer "diminuir" o que vivenciei até agora? 

Às vezes vem esses pensamentos tortos né? Nao, vai mudar e melhorar minha percepção presente e futura! Tomara!

E depois sigo para um centro de budismo tibetano, lá em Sonoma Valley. Trabalho voluntário em troca de casa, comida vegetariana, meditação, yoga e retiro espiritual. Tudo intermediado pela minha querida amiga Karen, que lá do Nepal arranjou tudo. 

Proxímo post vai ser de lá. E tenho muita coisa para contar. Um grande vento andou soprando por aqui. Ventos de mudança.

Comida do mundo aqui nos USA

Continuando a saga culinária e o Ale tem toda razão, não consigo ficar sem falar de comida!

Fomos num restaurante coreano. Fui duas vezes porque amei. A primeira fui em Corea Town, impressionante como muda a paisagem, de repente fica tudo escrito em coreano. E lá tomei minha primeira Tofu Soup, sopa de tofu molinho, delícia. A outra tomei com a Ione, lá pelos lados de Westwood, onde fica a UCLA, chama TofuYa (2021 Sawtelle Blvd). Vêm um monte de pratinho antes, com picles, macarraozinho, arroz, broto de feijão... quase uma refeição também. Custa $9 euros. Nesse tinha estudantes, coreanos, estava bem cheinho, com gente na porta.


Outra coisa que comemos foi Tamale, um burrito feito de massa de milho. Vc sente o gostinho do milho, vem com um montão de molho de pimenta, mas eu pedi Mild, ou seja, suave. Essa foi no Farmer's Market aqui na Marina de Long Beach



Comida tailandêsa que eu amo. Adoro o camarão com curry verde. Delícia, cheio de legumes, curry verde, óbvio, e camarões grandinhos... uauuu. Adoro. Esse prato custou $10 dólares. Num restaurante bonito, transado, ali em Seal Beach, chamado Thai on Main (117 Main Stret)

Ontem fomos no Little Saigon, comemos comida vietnamita. Na verdade, esse eu não gostei muito não, achei meio sem graça. Diz a minha irmã que a comida deles, pelo menos no restaurente, é macarrão de arroz, aquele branco, fininho chamado vermicelli. Que é cozido e põe uns vegetais em cima ou na forma de sopa, o Beef Pho. Escolhemos o Pho. Vários sabores também porque agregam limão e manjericão mas a tailandêsa, que também tem esses temperos, dá de mil.

E claro, não posso esquecer da cozinha da minha irmã, Julieta! Ela cozinha maravilhosamente bem, faz um montão de pratos e fica tudo ótimo. Ouvi vários elogios à comida da minha irmã, como "melhor cozinheira vegetariana"! Adiciono os meus elogios também. E tudo orgânico, fresquinho, delícia. Obrigada, maninha.


Hum, e não é que eu esqueci de tirar fotos do libanês que eu amo! Fica pra próxima. Obaaaa!!!

Bike friendly

Hoje fui no super comprar umas coisinhas. Fui de bike. Já tinha ido antes, mas tinha ido pela calçada, estava um pouco tímida e não quis pegar a via de ciclistas que eles fizeram.

Eles tem uma pista ótima para ciclistas que fica na lateral, mas faz algumas semanas que inauguraram uma pista verde, pintada em uma das pistas da rua. Ali em Belmont Shore. Ou seja, vc anda junto com os carros, como se fosse um carro aliás. E hoje eu tomei coragem e entrei. Nos primeiros dez minutos andei desesperadamente para ficar na velocidade dos carros. E ai, cansei. E fui no meu ritmo. Amei! Uma sensação de liberdade e pasmem, de segurança.

Toda cidade deveria ser incentivar as bicicletas: saudável e econômico.

Voltei feliz, cansada, suada e vermelha que nem um pimentão apesar do protetor 50. E eu reclamando do vento na praia!

jueves, 30 de julio de 2009

Atividades e mais atividades



O que eu tenho feito nos últimos dias? Aproveito a Califórnia. Aqui é verão e tem várias atividades ao ar livre.

Primeiro, claro, muita praia. Laguna Beach, Seal Beach, Huntington Beach Pier com direito a campeonato de surfe. Acompanhamos o campeonato de surfe, o USA Open, onde tinha um brasileiro competindo, o Adriano de Souza, mas quem levou foi um garoto local, que surfa nessa praia mesmo e que levou a bolada de $100,000.00 (cem mil dólares), o cara deve ter uns 23 anos.  Lembrei quando eu tinha uns 17 anos e fomos para Saquarema no Rio de Janeiro, eu e duas amigas, passamos o dia inteiro na praia vendo o campeonato, no fim, na época, sai de lá parecendo uma havaiana de tao neguinha que fiquei. Mas aqui, graças ao John, tem um edredon enorme para deitar, guarda sol, cadeira, travesseiro, toalha... tudo para se sentir rainha e não voltar ardendo. 

E no fim, ainda nem entrei no mar. A água é gelada e além disso tem um vento gelado que as vezes me obriga a ficar debaixo da toalha, apesar do céu azul e sol forte.

Segundo: toda semana tem concerto ao ar livre. Uma festa. Todo mundo traz comida, bebida, salgadinho, abre umas cadeiras e fica jantando e vendo a orquestra. Começas as 6:30 e vai até as 8:00 bem horário de jantar americano.

Aliás, esqueci de falar que praia aqui tem farofa profissional, eles trazem montes de comida, tenda, mesa e churrasqueira. Tem lugar na praia feito para jogar as cinzas.

E sabe que nem tem cheiro de comida? Eles fazem uma salsichas plásticas e uns hambúrgueres sem graça e chamam de churrasco.

Terceiro: Orange County Fair. Muito americano! No começo da feira tem um monte de animais, como se fosse uma fazenda, depois vem a horta, cheia de produtos. E ai, tem pavilhões cheios de banquinhas de produtos para vender. Depois de ver as lojinhas, tem milhões de barracas de comida, tamanho americano, cheio de perna de peru gigantescas, porções de costelas cheias desses molhos artificiais, doces gigantes. E claro, o parque de diversões, cheio de luzes, bancas cujos prêmios são ursos gigantescos. E as pessoas ganham mesmo, vc vê um monte de gente carregando aqueles monstros fofos. Mas o melhor eu achei o show. Vc compra o ingresso para um show ao vivo, quase o valor do ingresso e assiste um show muito bem feito. O que vimos foi um cover dos Beatles. 

Quarto: todos os eventos que minha irmã tem. 
* Almoço com os funcionários da empresa dela num barco

* Eventos de "networking"que a Câmara de Long Beach faz para os empresários locais, tipo um happy hour num restaurante legal, bem interessante. 
*Acompanho ela nas idas aos médicos, porque assim podemos andar no Carpool (mais de duas pessoas no carro tem uma via expressa) e acabei ganhando também umas sessões de Network Spinal Analysis, ai nem perguntem o que é. Minha irmã disse que é uma evolução da quiropraxia, mas feito num nível energético. Sei que fico deitadinha numa maca,  o doutor Brilhantinho (branquinho, de olhos azuis bem claros e brilhantes) passa e faz um equílibrio energético. Eu durmo muito, acho gostoso. E acho que to menos corcunda. 

Quinto: leio, vou na piscina aqui do prédio, dou um tapinha na casa. A noite vêm o John, e a minha irmã faz um super jantar. 

Not bad at all, right? 


Fotos só na semana que vêm.

Ione

Hoje eu tenho que falar de uma amiga muito especial. Porque hoje eu espero que ela esteja comemorando, sorvendo lentamente uma taça de champagne, comendo as trufinhas e olhando umas rosas bonitas que eu, a Clau e a Alezinha enviamos. 

Eu conheci a Ione há uns 11 anos, quando eu e a Clau viajamos de férias. Nós ficamos umas duas semanas viajando pelos USA, fomos para NY, Boston e depois atravessamos o país e viemos para a Califórnia onde vivia minha irmã e a Ione, amiga da Clau.

Passamos umas noites na casa da Ione, que na época estava casada e grávida do Deniz. Daquela época até hoje, perdemos um pouco o contato até que milagrosamente a Clau a achou através da internet. E graças a isso, temos nos visto nos últimos anos, quando ela vai passar as férias no Brasil. Mas muita coisa mudou. 

E acho que a principal mudança é que a Ione decidiu voltar para casa. E depois de dois anos de luta judicial, aqui na Corte da Califórnia, ela finalmente consegui voltar para casa com o Deniz, porque o pai, agora ex marido, não concordou com a saída do menino do país.

Mulher, mãezona, dona do maior coração que eu conheço, característica que muito me chamou a atenção quando eu a conheci. Lutou sozinha e bravamente aqui, lembrando que aqui ela é imigrante. E ela conseguiu! Com certeza não foi fácil e eu acompanhei um pouquinho dessa história estando aqui nesses últimos. Até um dia antes, ela não tinha certeza se o menino embarcaria, tamanha a confusão e complicações que surgiram.

Para quem ouviu "que a Corte é um jogo, onde ganha quem joga melhor", a vitória dela é para se comemorar. Não porque jogou melhor, para ela não era uma questão de poder mas sim de amor. 

Ione querida, celebre. Você merece. 


miércoles, 22 de julio de 2009

Tem gente que só vê o que quer ver

Minha irmã tem um amigo que trabalha na UCLA, a universidade de Los Angeles, e ele indicou ela para participar de uma banca palestrante que foi feita para os alunos de um grupo de MBA do IBMEC que vieram fazer o intercâmbio do curso.

Eles vieram no Porto de Los Angeles, que na verdade é um porto só, dividido em dois o de Los Angeles e o  de Long Beach porque são duas cidades separadas. Esse porto é considerado o maior do mundo em quantidade de conteiners. Mas também foi devidamente explicado que existem outras métricas como por exemplo, o de Tubarão, em Vitória, é considerado o maior do mundo em peso transportado, afinal é por ali que sai boa parte da produção de aço e grãos do Brasil.

Houve uma palestra inicial, sobre a operação do porto, que realmente me deixou bem impressionada porque eles são regidos pelo Governo, pelo Estado e pelo Município, além de terem todos os órgão do Governo, numa verdadeira sopa de letras, atuando.  E tudo piorou depois do 11 de Setembro, depois dos remédios fraudados e da melamina no leite da China. Mas o que me impressionou mesmo foi o tamanho do orçamento de investimento, para construção de estradas (dentro do porto), tecnologia em logística, trens, troca de caminhões e outras melhorias para enfrentar a questão ambiental, além claro da segurança. Diz minha irmã que a ponte que liga ao porto já foi fechada várias vezes por denúncias de bomba.

Logo depois fomos fazer o tour pelo porto, de barco. Muito impressionante, diz que ali foram feitas várias cenas de filmes e realmente alguns lugares me pareceram familiares.

Eu estava conversando com o grupo quando alguém perguntou para minha irmã onde tem um bom restaurante brasileiro. Eles tem um total de 20 dias aqui na Califórnia, me surpreendeu que eles já estivessem com saudades da comida brasileira. Comentei e eles me falaram que não aguentavam mais comer hamburguer. Que já tinham comido 19! Como assim? Eu nunca como hambúrguer aqui, hambúrguer, assim como pizza, é bom no Brasil! Aqui eu como comida do mundo inteiro!

Essa história de que São Paulo tem a maior cozinha internacional do mundo é balela, enganação. Cozinha internacional é aqui! Qualquer centro comercial (que aqui eles chamam de shopping center), desses que tem uma loja grande tipo Walmart, Target, Bed Bath & Beyond, Macys, Office Depot e outras lojas menores, como farmácia, ótica, lavanderia, supermercado, banco, tem sempre uns três ou quarto restaurantes dos mais variados, além dos tradicionais fast food, claro. Mas pela ordem sempre tem: mexicanos, chineses, italianos, gregos, árabes, tailandeses, japoneses, indianos, coreanos, vietinamitas. E a preço de comida normal. 

Ás vezes o restaurante é só uma portinha, cuja cozinha, administração e atendimento é feito pela própria família. O restautante é em geral, bem simples mas a comida é ótima! Imagina se no Brasil podemos comer comida tailandesa ou indiana por menos de $10 dólares, ou R$20 reais?! Claro que não! No Brasil restaurante tem que ser bonito. E pagamos por isso. Aqui te trazem água (da torneia, ás vezes, filtrada) com gelo e uma pequena entrada e a cultura é de levar o que vc não comeu (vira almoço no escritório no dia seguinte), então te trazem a embalagem. Tudo isso é gratis. 

Outro dia fui jantar com uma amiga muito querida, a Ione. Fomos comer num restaurante italiano, trouxeram uns pãezinhos quentes, um bom azeite, ficamos na água mesmo, escolhemos dois pratos que eram gigantes, não conseguimos comer nem a metade, dispensamos a sobremesa e levamos o que não conseguimos comer. Na conta só veio o preço do prato, algo meio raro de acontecer no Brasil.

Mas claro, dizem que comida nos Estados Unidos é horrível, terra do hambúrguer e do fast food. Então foi isso que eles comeram. 

Obs: a foto é de Belmont Shore, em Long Beach. Uma rua cheia de restaurantes e lojinhas. Aqui tem todo tipo de restaurante e cafés, uma delícia. E tem o melhor libanês que eu já comi, chama Open Sesame Grill. A batata frita é gordinha, com alho, ervas e limão... de chupar os dedos.


martes, 21 de julio de 2009

Metafísica

Eu li esse poema no colegial. Nunca esqueci, e olha que memória não é o meu forte.

Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas)

O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

“Constituição íntima das coisas”...
“Sentido íntimo do universo”...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em coisas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das coisas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.

Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as coisas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensinar)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda hora.

Alberto Caiero, heterônimo de Fernando Pessoa

Terra dos produtos orgânicos














Aqui também é a terra dos produtos orgânicos e da valorização dos produtores locais (Farmers Market). Dos frangos criados com alimentação vegetal, sem antibióticos e sem hormônios, da carnes sem antibióticos e criados em pastagens ao ar livre. Tá tudo isso escrito nos produtos do WholeFood e Trader’s Joe., que são dois supermercados focados nesse nicho. 

Até os produtos de limpeza, produtos de beleza, roupas, pano de prato, pão, queijo, granola, batata frita, yogurte… Enfim tudo que vc imaginar tem como base o princípio de ser o mais natural possível.
 Muito suco vem em garrafa de vidro para evitar a contaminação por plástico, as embalagens  para levar os produtos são  de papel reciclado e você ganha crédito de $0,05 se levar a sua sacola.

Eu acho isso um luxo cujo preço no Trader’s Joe é igual a de um supermercado normal, o WholesFood já é mais caro. Quer dizer, é um pouco  mais caro sim, porque lembrei que outro dia eu fui no Costco, que é um supermercado enorme, cheio de produtos em embalagens gigantescas, bom para quem tem família grande e não entrou na onda natureba, porque os preços são realmente baixos.

Dá até vontade de comprar sem estar realmente precisando. Mas eu ando inoculada contra isso, acho.

Mas a minha irmã tem uma super sorte. O namorado dela, o John, tem uma horta em casa! Ele diz que foi assim que ele conquistou ela. Minha irmã tirou uma tarde livre e foi pra praia, lá ele jogou um “chaveco” nela e no final perguntou se poderia ver-la novamente. Ela perguntou o que ele tinha de bom para ela se interessar por um encontro. Ele respondeu que era um bom surfista, ela não se interessou muito. Ele falou que ele produzia lindos tomates, pessegos, uvas, ervas, abóboras, couve, cenoura… Bom, ela teve que ir lá para conferir.

O John é um gentleman, adora minha irmã, cuida dela com um carinho que dá gosto de ver. Ele realmente é um bom surfista, foge todo dia para praia, após um dia de trabalho. E tem mesmo um dedo verde, num espaço de um jardim normal, ele planta tudo isso, toda vez que ele vem, chega carregado de coisas que nem nós conseguimos comer, tamanha a quantidade.

E confesso que fico bem feliz saboreando tomates que sei que não tem um pingo de agrotóxico, cobertos de manjericão que eu amo, salpicados com rodelas de azeitonas pretas e azeite por cima… delicia! Como todo dia, no almoço e no jantar quando estou em casa.    

Tirei várias fotos da horta do John. Quero um dia ter a minha horta! É na natureza que eu me sinto mais próxima de Deus.

"panteísmo, doutrina filosófica segundo a qual só o mundo é real e Deus é a soma de todas as coisas e nelas se manifesta. Assim, as flores, as árvores, os montes, o sol e o luar são manifestações da própria divindade. Pode-se, assim, falar de uma verdadeira "religião da Natureza".

 

 

 

lunes, 20 de julio de 2009

Sex, Passion and Enlightenment

Califórnia é a terra do sol, do mar e seus surfistas, dos artistas de cinema e principalmente é o lugar dos esotéricos. Aqui tem todo tipo de curso, de healers, quiropratas, yoga, massagem, tantra... pois é, minha irmã conhece bastante dessas coisas e eu vou na cola.

Vivo um momento aberto e tranquilo. Não faço julgamentos baseado na minha moral, procuro olhar, ver, entender e tento separar aquilo que acho bom para mim. Sempre achei que uma boa qualidade que eu tenho é saber aprender. Tem tanta coisa nesse mundo, tem tanta cabeça boa por aí assim como tanto espírito mais evoluído. Me sinto feliz em poder aprender, viver, mudar e poder incorporar coisas na minha vida.

Embuída desse espírito, lá fui eu, fazer o workshop introdutório do curso Sexo, Paixão e Iluminação, numa tarde de sábado, numa sala de um hotel bom, perto do aeroporto de LA.

Minha irmã disse para eu ir bem feminina. Ok, fiquei pensando que talvez não bastasse ser um ser feminino mas deveria me vestir como tal,  isso deve significar não ir de calça, nem short, nem bermuda... pus uma saia branca, meio comprida, blusinha, será que tem que ir de salto?? Ah, isso não, fui de sandalinha baixa, tipo bicho grilo. Minha primeira surpresa foi ser recepcionada pela coordenadora, um ser bem sapatão. 

E ai vem o palestrante, bem americano, subindo no palco, sobre aplausos, andando rapidinho, quase correndo... Como se fosse uma grande audiência.

Sempre me surpreende como os americanos falam bem, o cara mandou super bem. E eu achei o curso bem "food for thought". Ele começou falando, entre outras coisas,  da importância do papel feminino e do masculino. Pediu para dizermos palavras que expressassem o feminino. Depois o masculino. E enquanto as palavras eram escritas no papel, eu ficava pensando em como as coisas hoje estão misturadas. Como a mulher hoje é masculina e como o homem se perdeu na divisão dos papéis.

E depois ele começou a falar do modelo de casamento de antigamente, onde o marido era o patriarca machão, provedor e a mulher, a dona de casa, que cuida dos filhos e da casa.  E que isso é um relacionamento de co-dependência, porque nenhum dos dois é capaz de entender ou fazer a parte do outro.

Passou então para o casamento de hoje, onde os dois trabalham, dividem contas, tarefas, compras, os famosos 50/50. E que com isso, cada um fica muito parecido com o outro, mulher tendo objetivos como homens, homens que se abriram tanto para tentar ser mais sensíveis que não tem mais o papel masculino na relação. E são tão iguais que não se atraem mais. Polos iguais se afastam. E ai não tem tesão, não tem atração que resista.

Claro que a seguir veio a propaganda para fazer o curso todo (3 dias) e descobrir mais sobre isso. Mas eu fiquei bem satisfeita. Achei que teve uma mensagem clara nisso. 

Mulher tem que ser mulher, feminina.  Homem tem que ser homem, macho. E buscar um relacionamento mais íntimo, de amor, de abertura, de entrega, de respeito. Menos ego, menos orgulho, menos competição, mais humildade, mais simplicidade, mais flexibilidade. Fácil falar, difícil de fazer. I know. Mas quem disse que a vida é fácil?

Sempre lembro de um namorado falando, na inocência da adolescência, mas na maturidade de um grande amante. Amor é estrada de duas mãos. Fogueira que tem que por lenha senão o fogo se apaga. 

Falar de namoro, de casamento, de separação tá todo mundo falando. Falar de manter um bom relacionamento tá difícil de ver. Quem anda pondo fogo na fogueira do amor?

lunes, 13 de julio de 2009

Garota, eu vou pra California


viver a vida sobre as ondas
vou ser artista de cinema
meu destino é ser estar...

De repente, Califórnia, como a música do Lulu Santos.

Cansei do frio! Por causa das recentes mudanças na minha vida, passei quatro invernos seguidos, toda vez que cruzei a linha do Equador, lá estava o inverno me esperando E quem me conhece, sabe que eu detesto frio. E essa música não saia da minha cabeça, pensava no calor, no céu azul... Fiz minhas malas e vim. 

Corri pro colo e conforto da minha querida irmã Julieta. Menina batalhadora, querida por todos, chegou aqui para uma visita e nunca mais voltou. Digo, voltou para visitar a família mas o coração se apaixonou pela Califórnia e fez de tudo para permanecer. Hoje é uma respeitável mulher de negócios, tem a empresa dela aqui, progrediu, cresceu como mulher, profissional e ser espiritual, sem perder o jeitinho de menina.

A primeira vez que eu a visitei aqui, ela estava morando nos fundos de uma casa, num bairro perdido por ai, hoje eu to aqui no ninho dela, olhando pela janela e vendo o mar. Sim, essa é a vista do apê, perfeitamente visível para quem está afundado no sofá.

E eu fico assim, curtindo essa vista, finalmente vestindo um vestido de verão, com os pés para cima... Não, não dá para reclamar dessa vista, nem dessa vida!

Rezo e agradeço. E agradeço a vc também, mana querida, por me receber de braços abertos. Obrigada.

Amigos, sopa e poesia

Sei que tá friozinho em Sampa. E para combater o frio nada melhor do que uma sopinha quente. Eu havia dito que tomei uma sopa maravilhosa, chamada Herice,  ali no Farabbud, em Moema, aliás tomei várias vezes porque voltei com alguns amigos para aproveitar mais.

E fuçando na internet encontrei algumas receitas. Acho que essa sopa com esse nome é originalmente feita com costela de carneiro, mas vamos ficar na sopa do Farabbud.

Heríce
2 xícaras de trigo em grão sem pele (eu só achei descascado importado ali no Emporim São Paulo)
1 pau de canela
1 peito de frango pequeno 
sal a gosto

O trigo tem que ser posto na véspera de molho. Cozinhar tudo na panela de pressão (eu adoro panela de pressão, faz tudo rapidinho!) até o frango se desmanchar e o trigo estiver macio.

A parte, descasque uma cebola grande, corte no meio e fatie. Numa frigideira, aqueça um pouco de óleo e uma colher de manteiga. Não deixe esquentar muito e coloque a cebola para fritar lentamente mantendo o fogo baixo. Atenção, se o fogo estiver alto, a cebola queima e fica com gosto ruim. Frite até ela ficar escura, com cheiro e gosto meio adocicado (demora uns bons 10 minutos ou mais).

Quando a sopa estiver pronta, vai estar um ótimo cheiro de canela no ar. Desmanche o frango com um garfo, retire o osso.  Sirva colocando a sopa num prato, a cebola caramelizada por cima e polvilhe com canela em pó para ficar bonito e dar aquela gosto diferenciado. 

Fiz essa sopa na casa da Monica, amiga querida da IBM, companheira de corridas na Usp, pessoa que admiro e respeito. E que tem sempre as portas da sua casa aberta para mim. Já começo a perder a conta dos jantares que fizemos no apê dela, que coincidentemente fica logo atrás do meu.

Bom, quem leu com cuidado a receita deve estar pensando que isso é uma canja de galinha de trigo! Acertaram e como canja de galinha me lembra aquela série de livros chamados Chicken Soup for the Soul (Canja de galinha para a alma) que uma séria de bonitas histórias de cidadões comuns, resolvi colocar a poesia que o Renato, namorado da Monica, me enviou.

Não Sei

 

“Não sei se a vida é curta

Não sei ... Não sei ...

Não sei se a vida é curta ou

longa demais para nós,

Mas sei que nada que vivemos tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas. 


Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,

Braço que envolve,

Palavra que conforta,

Silêncio que respeita,

Alegria que contagia,

Lágrima que corre

Desejo que sacia,

Olhar que acaricia,

Amor que promove.

 

E isso não é coisa de outro mundo.

É o que dá sentido a vida

É o que faz que ela não seja bem curta,

nem longa demais.

Mais que seja intensa,

Verdadeira e pura

Enquanto durar.”

(Cora Coralina)

 

Não é lindo? Para esquentar corpo e alma