martes, 31 de marzo de 2009

Bologna I

Eu amo a Itália. A primeira vez que fui foi com a Karen e o Clodoaldo há uns onze anos atrás. Na época eu trabalhava na Fedex, e desde o começo do ano que a Karen comentava comigo que ia para lá. Como eu estava bem enrolada com plano, orçamento, essas coisas nem pensei em ir. Mas como milagres sempre acontecem...

O primeiro plano orçamentário que fiz na Fedez demorou dias, semanas, ia e voltava, longas discussões pelo telefone com o meu chefe que ficava em Miami, portanto aquele não deveria ser diferente. Mas sem querer, descobri uma coisa. Que o meu chefe respeitava muito o controlador, um americano senior que ficava no Brasil, enorme, inteligente, querido e respeitadíssimo por todos. Pois bem, fiz o plano, marquei com ele, e discuti o plano inteiro com ele. Ele mudou uma coisa ou outra, padronizamos alguns critérios de provisionamento e disse que estava ótimo. Beleza! Fui lá, apresentei pro meu chefe e durante a apresentação comentei que tinha feito a revisão com o controlador. Hehehehe, a reunião mudou totalmente. Plano totalmente aprovado, fechamos todo o ciclo uma semana antes!

Era época da viagem e quando a Karen me perguntou se eu queria ir, fiquei um pouco na dúvida e fui perguntar ao meu chefe que me pediu algumas coisas mas nada que me impedisse de viajar. Em uma semana, comprei a passagem, arrumei tudo e lá estava a Itália linda, maravilhosa e gostosa!

Portanto, amei quando a Dri me convidou para ir com ela a Bologna. A Dri é agente literária e estava se preparando para a feira, eu dei alguns palpites, e logo comecei a ajudá-la. Com a ajuda da Déa, que fez a a parte visual, montamos um catálogo, agendamos reuniões com editoras e lá fomos nós carregadas de livros para a feira.

O curioso é que antes de sair do Brasil, na minha festa de despedida surpresa, fiquei bem feliz de encontrar o Sergio, amigo querido daqueles que a gente vê sempre, depois não vê mais, e ai começa a ver de vez em quando. Mas que mora sempre no coração e, independente do tempo, independente das vezes, permanece lá. Havíamos marcado de nos ver quando ele viesse para Madrid em Jan. Mas ele me avisou depois que viria no dia 28 de Março, porque teria que ir para Itália antes. Bom, ele tinha começado a trabalhar numa editora e estaria na Itália na mesma época, então ele só poderia estar em Bologna.

Perfeito! E não é que nos encontramos na Piazza Maggiore, numa noite fria e escura, com a praça já quase vazia? E fomos jantar, eu, ele e a Dri, ali no (depois eu ponho o nome...) Delícia. O Sé sabe fazer grandes noites. Começamos com um Brunello di Montalcino e os famosos antepastos italianos: queijo, presunto, mortadela... o sabor explode na boca. E ai, eu e a Dri dividimos uma polenta. Eu já não tinha fome mas não quis perder a chance de comer polenta. Adoro esse treco, não frito como geralmente comemos no Brasil, mas cremosa com molho por cima. Para finalizar, frutas do bosque, morangos, framboesas e amoras, doces e frescas. 

E foi assim que fomos recepcionadas em Bologna. Sorry, nada de fotos, esqueci completamente de tirar fotos do jantar.

Chegamos em Bologna depois de uma viagem via Milão, de Difficult Jet. É Difficult Jet sim porque só te permite embarcar 20 kgs por pessoa, qualquer quilo acima custa $12 euros e te permite uma mala de mão. Bolsa já é outro volume, notebook também é outro volume... Uma zona! Eu medi a mala em casa, com a info que tinha na internet, estava dentro das medidas. Quando cheguei lá, eles te forçam a por no medidor, e aí descobri que a rodinha não entrava. Na ida tivemos sorte. Um cara passou na minha frente e a mala dele não entrava, começaram uma discussão. Enquanto eles discutiam, fui lá e  pus a minha. Não entrou a roda e fiquei esperando. Quando eles terminaram, ela perguntou se eu tinha medido a minha, disse que sim. Passou. Na volta não teve jeito, fizemos outra bagunçae tivemos que pagar sobrepeso. O curioso é que o site diz que uma mala adicional custa $18 euros. Mas não diz o limite ainda são os 20 kgs, portanto cada quilo a mais que vc põe na mala adicional, tem que pagar tb. 

Ou seja, pegar a Difficult Jet pode sair bem caro e estressante. O Manu já tinha me cantado a bola antes porque ele havia voltado uns dias antes de Berlim e ele estava com uma malinha e o notebook. Como a mala dele estava vazia, ele colocou o notebook dentro. Mas ai a malinha não entrava no medidor. São essas malinhas que passam direitinho no corredor, sem exageros, que já vôo em várias companhias, menos na Difficult jet.

E voltamos com mais catálogos dos editores que vimos na feira e... heheheh um monte de comida. Tomate seco, pesto genoves, queijo parmesão e chocolate Bacio... passeamosum pouco na quinta de manhã, paramos para comprar essas coisas maravilhosas e quase perdemos o trem! Saímos da rotisserie e fomos andando um pouco, óbvio que na direção errada porque eu continuo sendo muito ruim nisso. E nada de passar taxi, resolvemos parar num cruzamento, cada uma de cada lado para não perder nenhuma possibilidade e nada! Desistimos e estávamos nos juntando para discutir o que fazer quando surge um taxi numa ruazinha. Quase caímos na frente do taxi. Era uma 13:10, o trem saía a 13:24 e ainda tínhamos que pegar as malas no maleiro.

A Dri saiu correndo para pegar as malas, eu paguei o taxi que, óbvio, não tinha troco. E aí, quando eu estava dizendo para ela me dar o que tivesse, surge o troco.  Entro na estação ouvindo o anúncio do trem na plataforma. Pegamos as malas e ai vem a sorte de novo. Tem estação que vc tem que atravessar, subir escada... Essa era só andar um pouco e lá estava o trem. Sobe! sobe! Nem olhamos se era primeira classe ou segunda, nem que vagão que era, só queríamos estar dentro do trem, o resto a gente ajusta depois. Porque se perdessemos o trem, perderíamos também o avião e adeus chegar pro calor das nossas casas. Tudo por causa de uns tomates secos...

Por melhor que seja viajar, voltar para casa, mat
ar saudades de quem vc gosta, tomar banho no seu banheiro, ah... isso não tem preço. E o pesto parece que fica até mais saboroso. E a gente esquece tudo e se arrepende de não ter trazido quilos a mais de pesto e de queijo parmessão. Essas coisas eu comeria ajoelhada, isso fica mais bonito em espanhol: de rodillas!

E Bologna? Claro, tá faltando o principal né? Bologna é linda e infelizmente tivemos pouquíssimo tempo para conhecer-la. Somente andamos no centro antigo. Mas deu para ver que a cidade tem uma população bem jovem que ficam a noite bebendo nas calçadas aquela mistura que tem muito aqui na Espanha também, refrigerante com alguma coisa alcóolica. Nos bares é whisky, para a garotada é rum, vodca. Bologna tem uma das universidades mais antigas da Europa, alguns dizem que é a primeira, antes de Salamanca, antes de Souborne. Ainda peguei um momento romântico na foto. 

A parte mais famosa é a Piazza Maggiore, onde fica a igreja de São Petronio. Dizem que inicialmente era para ser maior que a de São Pedro em Roma mas o papa ordenou que sua construção fosse suspensa. É de lá que a gente vai andando, se perdendo nos becos. As calçadas são cobertas, para proteger da chuva, da neve e do sol. Diz o Sérgio que na construção de qualquer edificação, eram obrigados a construir a frente e laterias cobertas. Fizeram bem, é uma delícia caminhar sobre esse teto abobado.

Infelizmente não deu para ir até o Santuário de San Lucas que fica fora da cidade, cercada por área verde e com uma subida enorme. Fica para a próxima vez.

Eu geralmente compro o guia da cidade mas como só íamos para a Feira de Livros, acabei nem comprando nada, então me desculpem se não consigo citar todos os nome. 

Mas vou adorar voltar novamente a Bologna, cidade linda.




miércoles, 18 de marzo de 2009

Dia de San Jose - Dia de los padres

Pessoal, amanhã é feriado aqui. E como cai numa quinta, a sexta vai ser emendada. É dia de São José, e dia dos pais. Achei tão lógico. Não tenho a menor idéia porque o dia dos pais no Brasil é em agosto. Deve ser uma invenção comercial.

E a gente vai estrear a churrasqueira que compramos! Era para ter sido no domingo mas o Manu teve que ir para Berlim a trabalho então adiamos para esse feriado. Aliás já faz umas duas semanas que o tempo está absolutamente maravilhoso. Ainda faz um bom frio de manhã, mas lá pelo meio dia o sol está forte, céu azul sem uma nuvem. Dizem que a primavera se antecipou muito esse ano. Eu to achando ótimo. Até me animei a procurar na internet a previsão de tempo. Heheheh, mais sol. Perfeito pro churrasco!

Passei esses dias um pouco ocupada, estou ajudando a Dri a montar um catálogo para a Feira de Livros Infanto Juvenil de Bologna. Estamos indo juntas, ela convidou e eu é que não vou perder a chance de conhecer Bologna e comer um macarrão a bolognesa típico! Li na internet que é o segundo maior casco antigo da Europa, e eu adoro essas coisas. 

O catálogo era para ser uma montagem simples que eu ia fazer, mas conversando e pegando dicas com a Déa que trabalha com isso, ela acabou se oferecendo para fazer a parte visual. E como a Déa, na figura da Digital Dreams, a empresa que ela tem, faz um trabalho super lindo e profissional. Ficou maravilhoso! E eu to aqui aprendendo a mexer também para poder fazer atualizações e preparar para a próxima feira que vai ser em Londres. 

Então hoje estamos na correria, porque tem que ficar pronto devido ao feriado. Isso nos pegou um pouco de surpresa, apertando os prazos. 

Portanto eu só volto daqui há uns dez dias. Cheia de fotos do churrasco e de Bologna. Ah e tomara que eu consiga por o catálogo também. Fiquei bem orgulhosa de ter ajudado a fazê-lo.

Bjos e boa semana a todos.

domingo, 15 de marzo de 2009

Food for thoughts

Semana passada recebi um email do meu sobrinho Lucas. 

Foi com ele que descobri que a expressão injeção na testa existe de verdade. Ele contraiu meningite quando nasceu e é assim que aplicam remédios em bebês. Que coisa mais doida ver um ser minúsculo, recém-nascido, receber injeção dessa forma. Graças aos deuses e anjos, ele se recuperou totalmente e nunca teve resquício disso.

Mas apesar de ter sido um bebê lindo, sempre com um dedinho cumprido apontando para as coisas, eu nunca dei presentes pro Lucas. No máximo comprei uns livros porque ele gosta de ler. É que eu sou meio contra esse monte de brinquedos que as crianças ganham hoje. Acho difícil entender como elas podem valorizar tudo. E como se gasta dinheiro comprando presentes e mais presentes ou  as famosas lembrancinhas.

Minha mãe sempre reclamou que as crianças de hoje ganham muita coisa e adora falar que ela criou 6 filhos sem nada disso e que no máximo tínhamos panelas e tampas para brincar.

Sou testemunha! Talvez por isso que eu lembro bem de uma boneca Susi, que vinha com uma bicicleta, que nos foi dada pelo nosso avô. Sucesso total. E eu lembro bem também de uma companheira de infância, uma boneca de pano branco com bolinhas verdes que chamava Samanta (alguém lembra da Feiticeira?), que dormia numa caixa de pêssegos, feita por uma empregada de casa com um pano antigo que tinha no armário. 

Resolvi que gostaria de dar algo mais útil, afinal eu adoro presentes úteis. Ele tem o direito de escolher uma viagem internacional. Podia ser para Disney mas minha irmã optou por uma viagem de intercâmbio. Bom, ele já tá quase virando adulto e ainda não tive o prazer de dar esse presente. 

Quando vim para Madrid, no meu movimento de dar as coisas, dei para ele a minha mochila e todos os apetrechos (isolante, saco de dormir, canivete, lanterna, bússola) que usei no Caminho de Santiago. Colei um post it: Viajar é Viver.

Em 2007 resolvi fazer um teste. Mentoring. Conversei com ele e perguntei se ele gostaria que eu trocasse um pouco de experiência com ele. Mas nada de tia para sobrinho, ou coisa chata, feita por obrigação. Eu acho o Lu super sensível e inteligente, maduro o suficiente para entender isso. Ele topou então começamos marcando uma hora por mês. Eu o pegava na estação de trem (parte da minha família ainda mora em Osasco) e íamos a um café. E eu passava textos ou livros ou filmes que eu considero interessantes e discutíamos depois. E eu o ouvia também, ele me contava situações cotidianas da escola, da casa, da família.

O primeiro texto que passei para ele foi o maravilhoso What it takes to be great, se tiverem um tempo, leiam esse texto. Ele é magnífico. Eu deveria dedicar um posting para ele. Mas vou fazer uma analogia simples para resumir o texto. Disseram para o Tiger Woods que deveria ser maravilhoso nascer com um talento tão grande. E ele respondeu que quanto mais treina mais talento ele tem. 

Eu acho que é por ai. Talvez o texto exagere um pouco ao afirmar que talento não existe e que tudo é resultado de "hard work"(adoro essa expressão). Treinamento, esforço, trabalho duro. Mas que tem um fundo enorme de verdade tem e eu creio muito nisso. Se vc quer algo, tem que trabalhar para conseguir isso. Eu pautei muito da minha vida nisso. Hoje tento achar um equílibro mas tudo que tenho venho de esforço, dedicação e trabalho duro, repito. E não tenho dúvidas que vai ter muito suor no meu novo caminho. Mas com mais prazer dessa vez. 

Quem me passou esse texto foi o querido Rubão (Rubense) da IBM. Grande companheiro, respeitável e querido colega de trabalho. Com certeza é o tipo de ser humano que torna a IBM uma empresa mais íntegra, mais inteligente, mais divertida e boa de se trabalhar.

Mas a idéia do mentoring veio de um programa que a HP tem de mentorização que me foi mencionado pela querida amiga Marcia. Os funcionários da HP mentorizam crianças de escolas públicas. Achei a idéia o máximo. Adoraria fazer isso, ajudar crianças mais humildes a encontrarem um caminho.  Acho que sou até um bom exemplo para elas. 

Infelizmente, por todas as mudanças que tive no ano passado, que se iniciaram em 2007, não pude continuar com as sessões. 

Lu querido, espero que tenha sido de alguma ajuda. E vc ainda têm o seu crédito. Quando vc quiser.
 

viernes, 13 de marzo de 2009

United Colors of Judit

Na Espanha, em geral, tem o famoso menu do dia. Durante a semana, todos os restaurantes oferecem e é composto de primeiro prato, segundo prato, sobremesa pão e bebida. E não é caro, vale a pena sempre, pois fica entre $9 e $12 euros. 

Aqui não é costume comer arroz como acompanhamento. Arroz geralmente é um prato, como paella e suas variações como o arroz a banda. Esse eu gosto bastante porque o frango e o camarão já estão limpos, sem osso e cascas. Ou o arroz caldoso, que parece uma paella em sopa ou arroz negro (com a tinta da lula). E geralmente ele é o primeiro prato. Outras opções de primeiro prato são salada, pasta, sopa, maionese (ensaladilla rusa) ou ovos mexidos com alguma coisa (revueltos de huevos). Como o arroz é mais difícil e demorado para se fazer, não é sempre que se encontra como opção. Eu peço sempre que vejo.

De segundo prato, geralmente as opções são um bife, filé de frango ou peixe do dia, sempre acompanhado de batatas fritas. Eu quando vejo que dá, peço para trocar as batatas fritas por salada.

Claro que tudo é bem típico e tem nome adequado como sopa de cocido, sopa castellana, o bifé é filete, entrecote. Eu só simplifiquei.

Sobremesa é sempre uma fruta ou sorvete ou flan (que é o nosso pudim de leite). Geralmente o flan é o comprado pronto, que vende muito nos supermercados e que são bem gostosos mas só peço quando dizem que é caseiro. Quando bem feito, é uma delícia!

E o vinho eu peço sempre. E peço junto uma La Casera, que acho que é a origem da H2O porque é uma água com gás, levemente adocicada, muito pouco nem dá para perceber. Mas que misturado com o vinho, forma o famoso "tinto de verano". Boa solução para um vinho que não é grande coisa, fica leve e refrescante. E perigoso também, porque sobe rapidinho.

Como não comemos arroz todos os dias, ás vezes fico morrendo de vontade de comer arroz. E digo pro Manu:  sou chinesa, tenho que comer arroz!

E eu vivo explicando para as pessoas que sou brasileira, apesar da cara. E eu gosto de sair de mãos dadas, de receber um abraço, uma beijoca, um chamego. E às vezes eu sinto falta de receber isso. Ai eu falo que sou brasileira, sinto falta de beijo!

E o Manu, ás vezes me ouve pedindo ou reclamando de algo e aí ele diz que sou andaluza, exagerada!

:)

jueves, 12 de marzo de 2009

Bolo de Banana



Ontem matei uma lombriga. Estava com vontade de comer bolo de banana e fiquei fuçando em blogs de culinária até achar um que eu gostei. Ficou uma delícia, escuro, crocante por causa das nozes, uma delícia.

Aliás, resolvi comprar coisas para o chalé e aproveitei para comprar umas forminhas de bolo. E de torta. E de quiche. Hehehee, comprei três, era promoção, vinha tudo junto!

Bom, minhas fotos sempre são um horror, mas garanto que ficou bom.

Bolo de Banana

1 1/3 xícara de (chá) farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento
1/4 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 xícara (chá) de banana amassada
3/4 xícara (chá) de açucar (usei mascavo e um pouco menos)
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de óleo
1/4 colher (chá) de noz moscada
1/4 colher (chá) de canela em pó
1 ovo
3/4 xícara  (chá) de nozes picadas (eu ponho num saquinho e bato com o punho da faca). Essa foi adição minha, na receita original não tem.

Pré aqueça o forno a 180 graus. Unte uma forma redonda rasa e forre o fundo com papel manteiga. Unte levemente o papel. Com um batedor de arame, misture a farinha, o fermento e o bicarbonato. Na batedeira elétrica, forme m crem com a banana amassada, e os outros ingredientes. Misture bem. Junte a farinha reservada e coloque na forma já preparada. Asse por 30 min, ou até que o palito saia limpo. Desenforme 10 min, após sair do forno. Remova o papel manteiga cuidadosamente.

Eu não tenho papel manteiga então untei com margarina e joguei farinha por toda a forma. Saiu direitinho também. E ainda não tenho batedeira portanto fiz na mão e achei que tava um pouco pesada a massa então não pus toda a farinha, sobrou um restinho. E pus numa forma de bolo inglês que acho muito mais bonito. 

Imprimam a receita ou escrevam num papel. Ou ponham o micro bem longe de onde vc estiver fazendo. Assim evita que o seu laptop leve um banho de bolo... Pobre, o meu mac sobreviveu mas nunca mais levo pra cozinha! 

Na verdade nessas horas que percebo que sou ansiosa ou tenho mania de querer fazer tudo rápido. Era hora do jantar, eu queria aproveitar o forno para fazer outras coisas e comecei a fazer tudo junto. Por meia hora, a cozinha parecia um caos, mas depois disso saiu o bolo, o jantar e tudo limpinho. Mas podia ter feito em uma hora e tranquilamente. Isso eu não sei fazer ainda.

Recoger los ninos

Ontem foi um verdadeiro dia de mãe. 

Eu fui nadar e o lugar fica super perto da casa da Choli, mãe do Manu e ela já tinha me convidado várias vezes para ir almoçar com ela e ir buscar as crianças. As crianças são a Paula, gatinha de 6 anos, fofa demais. E o Javier, de 3 anos, filhos do irmão mais novo do Manu.

A Paula me adora e eu adoro ela também, ela é gatinha vai se enroscando em mim. Um dia eu apertei de levinho a mão dela, fui subindo pelo braço e ela perguntou o que era aquilo. Disse que era massagem. Ela repetiu igualzinho em mim e agora toda vez que ela me vê ela sai fazendo. E não é que a "chiquilla" (eu adoro essa palavra) faz direitinho?

O Javier é mais moleque, não para quieto e sai correndo toda vez que eu apareço. Hehee, acho até bom, esses moleques tem uma energia!

Bom, fui até a casa da Choli e espanhol é bem ruim para dar direções. Eu perguntei para a atendente da academia se eu estava do lado certo da rua , ou se tinha que atravessar para pegar o onibus, sentido Manoteras. A mulher falou que eu tinha que atravessar e ainda disse onde ficava o ponto de onibus. Aqui eu fico um pouco confusa porque o onibus sempre tem o nome do lugar de origem e de chegada, ou seja, os dois nomes e nunca sei se estão indo ou voltando. Pois bem, atravessei e fui ver no cartaz quantas paradas eram. Achei que estava do lado errado. Perguntei e a mulher me confirmou que realmente eu estava do lado errado. Voltei para onde estava e ai sim consegui pegar o ônibus pro lado certo. Sei lá porque a mulher falou para atravessar a rua.

E ai quando desci, perguntei pra que lado eu tinha que ir, eles moram do lado do Hospital e o homem falou duas vezes que eu tinha que virar a esquerda. Pois bem, virei. Andei 3 quarteiroes e não reconhecia nada. Resolvi perguntar. Pois bem, era direita. Tive que voltar tudo. Debaixo de um sol! Já estava de mal humor e morrendo de fome.

Aqui se almoça tarde. Eu finalmente consegui chegar as 14:15 na casa da Choli. E descobri que realmente é perto, nem 10 minutos de onibus e anda um quarteirão. Pois bem, a Anna, irmã do Manu chegou as 14:45 e só ai começamos a almoçar. Acabamos e ela saiu correndo de volta para o trabalho e a Choli foi se arrumar para ir buscar as crianças. 

Nos encontramos no ponto de onibus as 15:50, porque a Anna ia com a gente. Eu não entendi nada, ela trabalha, vai almoçar rapidinho e volta para trabalhar menos de uma hora.

Aliás, horário aqui é a coisa mais esquisita. Criança entra na escola depois das 9:00 e sai as 16:30. Perguntei como fazem os pais que trabalham. Disseram que tem de tudo. As avós são muito importantes nessa hora, geralmente são quem vai buscar. Mas os pais se revezam, as vezes mandam a assistenta (lembrando que aqui a hora delas é bem cara), e também pagam horas adicionais. O mais estranho é que a mãe delas já paga uma hora a mais para entrar, uma outra hora no fim do dia e mesmo assim as avós ainda tem que ir buscar. Nada prático.

Mas o bom que encontramos com a outra avó das crianças, que ganhou $75 euros na loteca daqui e quis nos pagar o café. Uma delícia de lugar, cheio de doces ótimos e um chocolate maravilhoso. Comi uma "torrija", que é a nossa rabanada. Aqui é muito comum na época da Quaresma e eu vejo sempre mas não tinha muita coragem de comer porque me parece um negócio encharcado de óleo. Mas a atendente fez tanta propaganda dizendo que estava "riquísima"que resolvi experimentar. Estava mesmo, me surpreendeu, porque por dentro parecia um pudim de tão cremosa.

E ai, saiu o menino, e deram lanchinho para ele. Meia hora depois sai a menina (aula de dança) e deram lanchinho também. Ai leva até uma praça, embaixo do prédio onde trabalha a mãe das crianças, passa um tempinho e lá vem ela. São 6:00 da tarde. O ritmo aqui definitivamente é diferente. 

Missão cumprida!

 

miércoles, 11 de marzo de 2009

Tina e Fernando

Falando em churrasco, eu lembrei com muito carinho e saudades de alguns fins de semana que passei na praia com os pais da Karen.

Lembro do Fernando trazendo o pão que ele ia buscar especialmente no Bexiga para as entradas e do alto teor alcóolico desses encontros. Era impressionante como a quantidade de garrafas ia crescendo. Foi com ele que aprendi a beber Manhattan. Nem gosto de whisky e não fazia idéia do que era angostura, portanto chances pequenas de gostar. E, surpreendentemente, adorei. 

E quando todo mundo ia "deitar o cabelo" ficávamos o Fernando e eu batendo papo. Não dá para dizer exatamente sobre o que falávamos mas a Ka teve a quem puxar porque a conversa era sempre estimulante, culta, irônica, crítica e com fundo espiritual. Aliás, na mesa com a família da Karen eu me sentia no mundo. Adorava ficar vendo a conversa mudar de um idioma para outro. A Tina é holandesa, eles se conheceram nos Estados Unidos, a Ka estudou na França e é neta de italianos. Uma confusão que só eles entendiam. Eu fazia força para entender.

Lembro que a Tina fazia polvo, ela é a única pessoa que conheço que faz polvo. E o faz maravilhosamente bem. Também é a única pessoa que conheço capaz de oferecer sorvete de feijoada! Pois é, a sobremesa era para ser sorvete. Então para descongelar um pouco, põe uns segundos no microondas. E lá está. A feijoada!! Nossa, doia o estomago de tanto rir.

Querida Tina e Fernando, sei que sumi, que nunca mais fui visitá-los mas as lembranças boas permanecem. Assim como o carinho e a admiração.

Obrigada por sempre terem me recebido de coração e garrafas abertas!

martes, 10 de marzo de 2009

Buitrago de Lozoya.

Sábado finalmente fomos ao chalé do Manu. Desde dezembro que não fomos mais porque quebrou a caldeira do aquecedor. E a mulher do encanador estava para dar à luz e ele só viria depois disso, ou depois do Dia dos Reis. Portanto, finalmente chegou o dia do encanador nos honrar com a sua visita, 7 de março!

Chegamos e na casa fazia 6 graus, dava para soltar fumaça pela boca. E isso porque aqui em Madrid já está fazendo 20 graus. Depois de um tempinho esperando, outro tempinho dele consertando, finalmente ouvi o glorioso (e alto) barulho da caldeira funcionando.

Saímos e fomos aproveitar o sábado. Tem tanto pueblo (cidadezinha) aqui na Espanha que é uma graça! Bom para parar, andar um pouco, comer bem (pena que as vezes é caro) e continuar o caminho. Fomos para Riaza onde pela primeira vez vi uma "pasteleria", a nossa doceria com café. Geralmente é só um bar que oferece café ou uma panaderia (padaria) para comprar e levar, os dois juntos é mais difícil de encontrar. Então fomos almoçar e na volta passamos lá mas infelizmente encontramos a porta fechada. Fecha entre 14:00 e 17:00, como é costume em muitos lugares na Espanha, inclusive em alguns lugares em Madrid.

Cinco horas depois, fazia 11 graus na casa. Not bad at all. E foi lentamente subindo. Como já estava me acostumando com o iglu, aquilo estava parecendo um luxo.

No domingo, passamo a manhã cuidando da casa, ainda tem muita coisa para fazer, colocar os lustres, espelhos, montar as camas... e por ai vai. 

Mas fazia um sol maravilhoso, e um dia absolutamente lindo. Fiquei sentada, sentindo o sol na pele, ouvindo os passarinhos, vendo o céu azul e pensando em como amo o calor. E fui lembrando dos churrascos no Brasil. Na casa da Alezinha no Acapulco, na casa da Karen em Bertiogo, ali na Claue m Indaiatuba... tantos momentos bons.

E fiquei olhando o quintal, que agora é um monte de mato com restos da construção. O Manu fez o desenho para poder pedir o orçamento para limpar e colocar grama assim como o local da churrasqueira, dessas fixas. Tomei uma decisão e chamei o Manu. 

Estava preparada para usar todas as táticas aprendidas na aula de Estratégia da GV, toda a experiência de anos na IBM, todo o meu poder de persuasão, enfim estava disposta até a usar as lágrimas, de tristeza verdadeira em caso negativo.

Eu quero uma churrasqueira portátil, dessas pequenas mesmo para poder usar já. Não tenho a menor paciência de esperar fazerem uma ( ainda mais que as lojas aqui não abrem no domingo e fecham a tarde o que significa que vai ser difícil para o Manu ir lá ver). E para completar, o chalé fica no meio do nada, então a entrega também é difícil, quando entregam. Afinal, nem o encanador em época de crise parecia muito entusiasmado.

Sinto falta do ritual. De por havaiana. De por short e camiseta. De beber cerveja estupidamente gelada, de fazer caipirinha, de beber caipirinha. Dos homens preparando o churrasco enquanto as mulheres fazem salada, maionese, suco, farofa e salada de frutas (todas aquelas coisas que os homens não comem). E de passar horas tranquilas, ouvindo música, conversando, comendo, bebendo. Quantos prazeres juntos!

O Manu gostou da idéia. :) Oba, vai rolar churrasquinho no domingo!

Minha irmã uma vez disse que eu sempre faço o que quero. Isso 
vindo da família dá um tom de rebeldia. Nunca me considerei rebelde. Mas como considero tudo o que me falam, hoje penso duas vezes antes de bater  pé. Me pergunto se estou exagerando ou é legítimo. 

Mas se as lágrimas não funcionassem, que ele ia ganhar uma churrasqueira ia! E que o Manu só leia isso depois de comprarmos a dita cuja.

E rapidinho, para fechar, fomos embora e no caminho paramos para almoçar em um pueblo chamado Buitrago de Lozoya, nem havíamos planejado. Vimos na estrada e resolvemos parar.  Um casco antigo pe
queno, a estrutura de uma muralha rodeando a cidade, uma igreja bonita por fora, mas feinha por dentro e todo mundo sentado nas mesas (que aqui chamam de terrazas) aproveitando o sol.  E eu de camiseta! A primeira vez desde que cheguei aqui.

Aprendi a apreciar as estações. 


Olha a vista do pueblo, com as montanhas ainda com neve no fundo.


Buitrago tem uma história interessante. Tem o Museo Picasso, com obras doadas pelo barbeiro do Picasso, Eugenio Arias. Eles se conheceram na França, Picasso ia lá habitualmente e se tornaram amigos e companheiros. Durante 26 anos, Picasso foi dando obras de presente para Eugenio Arias. Ele nunca vendeu nada, doou todas as peças para Buitrago, seu pueblo natal. Eugenio era de família simples, quase não estudou e foi trabalhar, fugiu da Espanha, como muitos outros durante o período de Franco. Picasso já era famoso quando se conheceram. Podia ter sido milionário mas optou por doar a coleção. Faleceu o ano passado.



 

jueves, 5 de marzo de 2009

Coisas que eu gosto em Madrid


Tem coisa aqui que eu curto muito. Primeiro, o metrô. O metrô de Madrid existe há 90 anos e ele realmente te leva para tudo quanto é lado. Eu ás vezes tenho dificuldade de escolher em como chegar a determinado ponto porque tem sempre 3 ou 4 formas de chegar. E ai descobri que entrando no site, ele te dá a alternativa mais rápida. Eu vim a primeira vez na casa do Manu em 2003 quando fui fazer o Caminho de Santiago. 

A estação mais próxima era Las Musas. Agora eu uso a estação Estadio Olimpico que é só descer a avenida até o fim. Lá estão construindo um estádio imenso que faz parte do pacote que eles querem ter para poder colocar Madrid como sede das Olimpíadas de 2016. Muita gente crê que não vai ser possível porque Londres levou a melhor para 2012 e dificilmente se pode ter duas olimpíadas seguidas no mesmo continente. 

E agora começaram a construir uma estação de metrô que fica a 3 quadras aqui de casa. Vai ficar pronto em dois anos e meio. Incrível ver isso crescendo assim. Mas acho que faz parte do pacote de obras para promover o emprego. 


Um hábito aqui é levar o livro na bolsa. É até interessante olhar e ver todo mundo lendo no metrô. Eu  discretamente tirei essa foto. Porque além dos livros, aqui tem muito esses jornais grátis, distribuídos em lojas e nas estações de metro. Tem vários: Metrô (tem igualzinho no Brasil agora), 20 minutos, Qué!, ADN... Outra coisa que aqui o jornal tem formato diferente, parece aqueles cadernos pequenos que vêm no nosso jornal, tipo o Estadinho. Muito mais fácil de ler e carregar. E quase não tem propaganda, nem classificados. 

Aliás falando em classificados, aqui tem pouco, geralmente são só duas páginas mas sabe do que sao? Sexuais. E a primeira vez que eu li, quase morri de rir. Eu ia colocar um aqui mas peguei o jornal, li uns, separei o mais leve e mesmo assim descobri que não tenho coragem de colocar. Bom, fica para a imaginação de vcs, mas eles descrevem TUDO o que é feito, e claro que o anúncio fica enorme. Eu tive que perguntar pro Manu o que significa um monte de coisa, porque eles usam gírias, sabe o que ele me respondeu? Não se preocupem, a resposta é publicável: "depois te mostro". 

Bom, voltando. Ah, aqui os prédios são baixos e não tem segurança. Cada um tem a sua chave do portão, umas câmeras são espalhadas pelos corredores principais. E tem outro portão para o seu bloco, com chave. Para descer na garagem, vc tem que por a chave no elevador para que ele desça até lá. No máximo tem faxineiro para a faxina interna e um zelador durante o dia. O lixo vc que tira, leva para os conteiners que ficam na rua, geralmente há alguns passos da rua. 
E na rua ficam fixos grandes conteiners para vidro e papel. E tem também mas não na mesma quantidade, para colocar roupas usadas para serem doadas. Isso eu acho bem legal, estimula e não fica dependendo de campanhas. Uma vez ao mês, eles põem cartazes dizendo que tal dia, em tal horário vai passar o caminhão para retirada de coisas que vc não usa mais como utensílios domésticos, móveis, impressoras, eletrônicos e qualquer outro trambolho que vc não usa mais.

Outra coisa que eu curto é o armário do Centro Deportivo. Parece besteira, mas acho tão simples e bom. Vc põe uma moeda de $1 e vira a chave. Pronto, trancado. E cada vez que vc abre, a moeda volta. Nada de ficar comprando cadeado, esquecendo cadeado ou tendo armário arrombado. E completando, eles tem uns cabides com um pano azul, tipo um saco, que a primeira vez olhei e não entendi para que era. Simples, para vc ir jogando as coisas que a gente carrega: óculos, luvas, echarpe, chave... aquelas coisas de mão. Eu tenho uma foto, outro dia eu ponho, acabou a bateria da câmera. 

Aqui tem o famoso El Corte Inglés, um magazine gigante que tem na Espanha inteira e tem praticamente tudo. Uma instituição. Não tem um turista que não conheça assim como não tem espanhol que não tenha ido lá. Mas eu acho o lugar caro, é o tipo de lugar que tem todas as marcas de perfume, todos as grandes marcas de roupa, bolsa, sapato, roupa de cama... Portanto eu vou pouco. Mas um dia eu tive que esperar o Manu e resolvi tomar algo para passar o tempo. E não é que eles tem um chocolate quente maravilhoso? Mais escuro, denso, quente... ai fiquei com vontade de tomar um agora só de lembrar. Nessa friaca, é uma delícia! Esse eu tenho foto aqui a mão!
E agora tenho que me preparar para sair. Vou num lançamento de um livro. Aliás, vou para Bologna no fim do mês, na Feira de Livros. Mas essa eu conto outro dia, com tempo.
 

martes, 3 de marzo de 2009

The Unkown Errors of Our Lives

Já que eu comecei falando da Indía, acho que vale a pena mencionar isso. Vc já comprou um livro pelo nome? Eu comprei dois.

O Deus das Pequenas Coisas, Arundhati Roy. O livro é bom, a autora escreve de uma forma quase poética a saga de uma família. Mas eu comprei o livro pelo nome, há cerca de uns 7 anos. Já havia passado um tempo que eu havia acabado um relacionamento longo, de 9 anos que começou no primeiro ano da faculdade. Eu não quero falar de relacionamentos passados nesse blog mas gostaria de rapidamente comentar isso. Quando terminamos, sabíamos que não tinha mais nada. Algumas pessoas comentavam que era uma pena que não tinha dado certo e aquilo me incomodava, como pode um relacionamento de 9 anos não ter dado certo? Teve começo, teve meio, teve fim. E teve vivências, teve aprendizado. Amei e fui amada. Deu certo sim, mas acabou seco, curto, pífio. E quando eu li o título desse livro, ficava pensando no valor das pequenas coisas. Então tomei coragem e enviei um email para ele. E recebi um email lindo, cheio de elogios, de agradecimentos, de desejos de uma boa vida e de despedida. Foi só ai, 3 anos depois, que eu senti que havia tido meu último pensamento desse relacionamento. A importância e o valor das pequenas coisas. 

The Unknown Errors of Our Lives, Chitra Divakaruni. Essa é difícil, como saber que erramos, que machucamos alguém se não temos consciência disso e nem fizemos nada intencionalmente? Mas eu tenho essa sensação, sei que machuquei algumas pessoas. Não me considero uma pessoa ruim, mas sei que quando tomamos uma decisão, é impossível que seja para o bem de todos. Cada decisão que tomamos na vida, cada direção que tomamos, alguém se perde, alguém sai da nossa vida. E entendo que isso permite que entrem pessoas novas, vidas novas. Isso faz parte do crescimento e creio que se nessa jornada nos transformamos em seres humanos melhores e mais felizes, contribuimos para a harmonia do mundo. Eu também já sofri quando fiquei no caminho enquanto outras pessoas continuavam o seu. Chorei, sofri mas a vida continua e tomei outros rumos. 

Mas peço desculpas à aqueles a quem magoei pelos "unknown errors of my live".  

PS: E vc já amou um filme que vc não veria por causa do nome?  Uma Relação Pornográfica, filme francês sobre uma mulher que põe um anúncio no jornal para viver um desejo sexual. Filme que vi faz alguns anos também. Mas não esqueço porque ela quer dizer uma coisa, ele quer dizer uma coisa também. E por medo, nenhum dos dois falam nada ou falam somente aquilo que seria o correto dizer. E quem diz que o correto é o verdadeiro? Filme interessante, quanto mais aumenta a intimidade deles, mais a câmera entra no quarto. Não para mostrar a relação pornográfica mas para mostrar a relação humana, amorosa. Cool. 


lunes, 2 de marzo de 2009

O filme dos 8 oscars

Eu não sei que nome puseram no Brasil mas eu não gosto da palavra em inglês (e do seu significado, claro) portanto não vou por nesse blog.

Já li alguns autores indianos como Arundhati Roy (O Deus das Pequenas Coisas), Chitra Divakaruni (A Senhora das Especiariais, entre outros), Thrity Umrigar (A distância entre nós) e claro,vi alguns filmes indianos como Water (sobre as viúvas indianas), o maravilhoso Monsoon Wedding (sobre um casamento indiano) e um ou outro de Bollywood mas que não me chamaram muito a atenção porque as danças e músicas chegam a cansar um pouco. 

São de uma beleza única, a forma como escrevem, as cenas que mostram, sempre me tocaram e busco sempre ler ou ver algo indiano. Mas acho que com exceção do Monsoon Wedding, todos eles mostram um pouco da dura realidade da Indía.

Eu torci para o filme ganhar o Oscar, por sua Bollywood e o amor que os indianos têm ao cinema. E fomos ver no domingo, eu sabia que ia ser forte mas nada me preparou para o que eu senti.

A Chouli disse que dava nojo o começo mas melhorava muito e acabava bem. Ah, não to contando o final não, afinal o filme chama S------ Milionaire, portanto tá no título.

Eu não senti nojo. Eu senti dor. DOR. E mesmo com o final bonito, eu sai com uma tremenda dor de cabeça. Não sinto dor de cabeça há anos. Portanto quando sai do cinema só queria ir para casa. E geralmente tomamos uma cerveja, comemos algo. Eu só queria ir para casa, para a benção da cama. E o Manu, coitado, preocupado ficava me perguntando se eu queria um chocolate no El Corte Ingles (ele sabe que eu adoro), uma aspirina e eu só conseguia dizer que precisava ir para cama. 

Comecei a chorar no carro. Comecei a soluçar na cama. Sinceramente, nem eu entendi.

Mas me doi, me sinto impotente. Não entendo como um ser humano pode fazer tanto mal para outro ser humano. E piora porque é intencional, repetitivo e por dinheiro. E fazem em crianças.

Fiquei pensando qual a moeda de troca para cada ação ruim que se faz. Quantas boas ações, quantas pessoas eu tenho que amar para compensar uma coisa ruim. Não sei a resposta. O Manu diz que não tenho que carregar a culpa do mundo. Eu sei. Mas doi. E não me perguntem porque eu senti tanto.

Horas depois me senti melhor. Mas tive que meditar um pouco, rezar um pouco.

Só posso rezar para que o amor seja forte e cresça e floresça e se espalhe. E talvez seja hora de eu voltar a fazer trabalho voluntário, ajudar ao próximo.