lunes, 2 de marzo de 2009

O filme dos 8 oscars

Eu não sei que nome puseram no Brasil mas eu não gosto da palavra em inglês (e do seu significado, claro) portanto não vou por nesse blog.

Já li alguns autores indianos como Arundhati Roy (O Deus das Pequenas Coisas), Chitra Divakaruni (A Senhora das Especiariais, entre outros), Thrity Umrigar (A distância entre nós) e claro,vi alguns filmes indianos como Water (sobre as viúvas indianas), o maravilhoso Monsoon Wedding (sobre um casamento indiano) e um ou outro de Bollywood mas que não me chamaram muito a atenção porque as danças e músicas chegam a cansar um pouco. 

São de uma beleza única, a forma como escrevem, as cenas que mostram, sempre me tocaram e busco sempre ler ou ver algo indiano. Mas acho que com exceção do Monsoon Wedding, todos eles mostram um pouco da dura realidade da Indía.

Eu torci para o filme ganhar o Oscar, por sua Bollywood e o amor que os indianos têm ao cinema. E fomos ver no domingo, eu sabia que ia ser forte mas nada me preparou para o que eu senti.

A Chouli disse que dava nojo o começo mas melhorava muito e acabava bem. Ah, não to contando o final não, afinal o filme chama S------ Milionaire, portanto tá no título.

Eu não senti nojo. Eu senti dor. DOR. E mesmo com o final bonito, eu sai com uma tremenda dor de cabeça. Não sinto dor de cabeça há anos. Portanto quando sai do cinema só queria ir para casa. E geralmente tomamos uma cerveja, comemos algo. Eu só queria ir para casa, para a benção da cama. E o Manu, coitado, preocupado ficava me perguntando se eu queria um chocolate no El Corte Ingles (ele sabe que eu adoro), uma aspirina e eu só conseguia dizer que precisava ir para cama. 

Comecei a chorar no carro. Comecei a soluçar na cama. Sinceramente, nem eu entendi.

Mas me doi, me sinto impotente. Não entendo como um ser humano pode fazer tanto mal para outro ser humano. E piora porque é intencional, repetitivo e por dinheiro. E fazem em crianças.

Fiquei pensando qual a moeda de troca para cada ação ruim que se faz. Quantas boas ações, quantas pessoas eu tenho que amar para compensar uma coisa ruim. Não sei a resposta. O Manu diz que não tenho que carregar a culpa do mundo. Eu sei. Mas doi. E não me perguntem porque eu senti tanto.

Horas depois me senti melhor. Mas tive que meditar um pouco, rezar um pouco.

Só posso rezar para que o amor seja forte e cresça e floresça e se espalhe. E talvez seja hora de eu voltar a fazer trabalho voluntário, ajudar ao próximo.

3 comentarios:

Karen's updates dijo...

Ju,
eu vi o filme ha mais de um mes e sinceramente nao gostei. Acho que o principal motivo eh que li o livro antes, ha cerca de um ano, e talvez por ter adorado a historia original (Q and A - Vikas Swarup) achei o filme pessimo. Me disseram antes de assistir que era um "feel good movie" - sinto muito, nao cabe na minha definicao deste genero.
Nao sei o que quiseram mostrar com este filme - do mesmo jeito que nunca entendi qual o sentido de um filme como "Cidade de Deus" fazer sucesso no exterior - exportar que imagem destes paises? Vender desgraca? E os ganhadores, o que farao com o dinheiro - algo de bom para melhor estes paises e assim matar "sua fonte de inspiracao"?
Nao fique triste; observe o que as imagens fizem com voce e sabera o que fazer. Conversamos mais em "off".
Beijos e mais beijos,
Ka

claudia dijo...

Ai Ju, nem sei por onde comecar...Eu vi o filme. Gostei. Do filme, e nao das coisas que estao nele. Vi Cidade de Deus. Para mim o filme eh um simples retrato do que acontece no mundo. Infelizmente nossa realidade eh assim - mundo cao. Para cada pessoa que faz um bem ha tantas outras que espalham o mal. Tava lendo o jornal. No Brasil um cara de 23 anos abusou e engravidou a enteada de 9 anos (desde os 6 anos). A menina tem 33 kilos e esta gravida de gemeos. O que me ajuda a nao me desesperar tanto eh pensar que esta e a nossa condicao - estamos no mundo carnal. Puro sofrimento (se nao me engano o nome budista eh Samsara). Nem bem nascemos e ja comecamos a ter e perder coisas. Este corpo fisico traz consigo uma condicao que pode tirar o melhor ou o pior de cada ser humano. Creio em karma-dharma. O que geramos nao se perde, volta. O que vemos de ruim eh um caminho seguido por alguns que foi iniciado a muito tempo. Mas tambem creio em redemption - no poder que temos de transformacao.
Os budistas acreditam nisto, vivem a compaixao por todos os seres humanos - inclusive os assassinos, estupradores, criminosos de guerra. Vem o potencial em cada ser humano. Eu tenho inveja disto. O Manu ta certo - se for para sentir o peso do mundo sinta, mas para poder ver de uma outra perspectiva, de cima, sem se perder na dor. Para seguir melhor seu caminho.

judit kong dijo...

Manas,

acho que é por ai. O mundo é duro. Mas é resultado daquilo que fazemos por ele. Aceitar não dá, mas fazer a nossa parte dá, vou focar por ai.

Corpo fechado né Ka? O filme me pegou num momento vulnerável, a vida aqui é tranquila, não tem tantos contrastes.

Tem razão, Clau. Eu me perdi um pouco na dor. Doia o corpo, o pescoço, a cabeça. Louco. Quero não. Corpo fechado now!