lunes, 13 de abril de 2009

Pensamentos tortos

Eu pratico yoga há anos. Mas acho que nunca consegui fazer duas vezes por semana, durante mais do que 3 meses seguidos. Infelizmente. E aqui em Madrid, não achei nenhum lugar perto para fazer e acabei me inscrevendo para nadar e correr. Mas tento fazer um pouquinho em casa, adoro.

Vários professores que eu tive foram alunos ou trabalharam com o DeRose. E sempre escuto falarem dele com um certo desprezo. Não sei opinar porque não conheço. Mas uma vez eu ouvi um cd maravilhoso dele de relaxamento, comprei 3 e dei de presente. E sempre que podia eu ia no Ibira, sábado as 9:00 ali no Porquinho fazer yoga. Sol, grama verdinha e uma aula excelente. Grátis, ministrada pelas escolas do grupo DeRose. E fico vendo a quantidade de gente que faz yoga, as galerinhas de professores que viajam juntos, que não bebem, não fumam, não comem carne e parecem tão magrelas e felizes e penso que eles fizeram uma opção de vida boa e simples. E aí penso que o DeRose tem mérito sim, por difundir o yoga.

Paulo Coelho eu li na época da faculdade. O livro passou em branco, nem lembro da estória mas claro que lembro de uma frase "quando vc deseja algo o universo conspira para tornar realidade ". E aprendi ao longo do tempo que é importa ter objetivos e trabalhar para chegar lá. Desejar, ter claro o que vc quer, acreditar, batalhar. E o universo conspira para tornar realidade. Não é um grande escritor, mas vende um absurdo. Lembro que quando fui para Paris, entrei no metro e me deparei com uma foto gigantesca do Paulo Coelho e o anúncio de um livro novo. E descobri que estava em todas estações de metro por onde passei. Eu fui para Bologna, entrei um pouco nesse universo, li um artigo sobre o ganho médio de um escritor. Quantos escritores brasileiros vendem bem no exterior? Descobri que o Paulo Coelho tem mérito sim. 

Não sei, vejo tanta crítica e me pergunto porque. Acho que ter uma opinião crítica é importante. Mas ando numa fase que detesto ver gente falando mal de outras pessoas. Quero coisas positivas. 

Agora na viagem da Semana Santa, o Alexandre se encantou com o jamon ibérico, pata negra. Pedimos novamente no almoço. E ele comeu mais um pouco de jamon no café da manhã do parador onde ficamos. Dava gosto ver ele comer com tanto prazer. Ele comentou a diferença entre eles. O Manu também ficou comentando. E eu pensando que havia comido três vezes jamon. Uma delícia, todos. Não sei apreciar e ver essas diferenças. Sei que amo comer jámon. 

E isso me lembrou que no Brasil, virou moda fazer cursos de degustação de vinho. Sempre alguém aparecia perguntando se não queria fazer. Até me animei, mas no fim nunca fiz. Me convidaram também para fazer uma degustação de vinhos no Fasano. Chiquésimo. Fui não. Obrigada. É que, para ser bem honesta, eu compro vinhos no Brasil de menos de 20 reais. E aqui compro vinhos de 3 euros. Bebo sempre. Adoro pegar a garrafa, pegar minha taça bojuda e ver a cor rúbia enchendo a taça. Adoro o cheiro, adoro a cor. E bebo com absoluto prazer. Adoro a minha tacinha diária de vinho. Portanto, quero dizer que tenho medo de aprender a apreciar um bom vinho e nunca mais sentir prazer em um vinho barato.

Podem chamar do que quiser. Ignorância, pobreza... eu resolvi chamar de meus pensamentos tortos. Ainda não gostei do termo mas foi o melhor que surgiu até agora.

Enfim, me sinto um bichinho bem feliz por poder apreciar e sentir prazer numa taça de vinho simples, num sanduíche de jamon de qualquer marca e de viver minha vidinha.



4 comentarios:

Karen's updates dijo...

Mana,

Sou como voce, nao sei diferenciar o que faz uma garrafa de agua custar o quintuplo de uma outra marca, meu paladar nao eh real. Mas sou uma plebeia feliz.
Voce eh feliz - sabia que isso eh muito raro? E eh por sua simplicidade e principalmente sua apreciacao pelas coisas e pessoas que te cercam que eu te amo! :-)
Super beijos, super saudades
Ka

judit kong dijo...

Fala assim não que eu choro!

Amei querida. Te amo também. Muitas saudades. Sempre.

Bjos

claudia dijo...

Concordo com a Ka. Tem coisas que tem que sentir e nao pensar muito. Tive uma ideia maluca – imagina que voce pode ter uma distribuicao estatistica (aquela ondinha pra cima) da qualidade de uma coisa que voce ja provou/escutou/cheirou/usouetc.... Quanto mais elementos na sua amostra e portanto curva mais graus de qualidade (o que eh bom e o que eh ruim) voce vai ter. Por isso Ju voce e o Ale estao certos. Na sua amostra voce eh feliz, e se provar um vinho que nao eh tao bom, vai saber diferenciar. Ele tambem, com uma amostra muito maior. Eu fico com a amostra menor... da menos trabalho e da para ser feliz!!!

judit kong dijo...

Clau,

teorias de curva normal!!??? hehehehehe

É... let's keep life simple. Mas eu li uma frase outra dia que gostei muito também. E agora naa fase, não comprar nada, caiu bem: "quantas coisas existem que eu não preciso para ser feliz" Infelizmente vou ter que pesquisar o autor da frase.

Bjos