viernes, 19 de marzo de 2010

Somos seres espirituais


Me pergunto o que acontece nessa sociedade onde relacionamento tornou-se tão difícil. Eu entrei e sai de vários relacionamentos e hoje, olhando para trás, tenho a impressão que vários deles  nem existiram. Nem existiram no sentido que ninguém entrou para dividir e compartilhar.
Por que não entramos nos relacionamentos? Conhecemos alguém, saímos, beijamos, transamos, vamos no cinema, passamos um tempo juntos, ás vezes meses e meses, as vezes até anos e só. Eu fiquei tentando lembrar a última vez que olhei para alguém, senti aquele sentimento bom, que te dá uma sensação boa de plenitude e felicidade e aquelas palavrinhas mágicas simplesmente te vêm na boca e querem sair de qualquer jeito.
Foi uma boa hora para: 1) atualizar a lista dos ex 2) avaliar quantos realmente valeram a pena. Foi com tristeza que vi que entre hoje e a última vez que falei as palavrinhas mágicas, passaram-se muitos anos e muitos relacionamentos.
MInha culpa? Com certeza sim. De certa forma, somos responsáveis pelo que sentimos.
Eu gosto daquela frase que diz que somos seres espirituais vivendo uma experiência humana. E isso vem me dando alguns entendimentos pessoais. Assim, no gerúndio mesmo. Entendi que nessa experiência humana, nosso grande desafio é o ego.
O ego que quer muito. Quer carreira, quer dinheiro, quer ser magro e bonito, quer viajar, quer ter a melhor casa, quer ter coisas novas, bonitas e de preferência de marca, quer ter o parceiro perfeito. E tem ego que quer poder.
E quanto isso demanda? Horas e horas de trabalho, horas e horas de compras, academia, salão de beleza e toda série de jogos. Jogos de poder, jogos de cintura, malabarismo. E como isso demanda tempo e energia. Mas o que mais doi é depois de tudo isso, chegar em casa e ter aquela sensação de solidão. Ou talvez para alguns, de fracasso.
Eu tenho um certo prazer em passar um tempo solitário, sumir um finde e ficar quietinha em casa, sem falar muito, fazendo minhas coisas e reabastecendo o corpo de comidinha boa, fazendo minhas corridas, dormindo e lendo. Mas não é essa solidão que eu falo. Falo de uma outra, uma sinistra, que aperta o coração e te dá uma sensação de tristeza.
Minha percepção hoje é que entramos muito racionalmente num relacionamento. Ok, eu entro racionalmente. Entro pensando no que temos em comum, quais são os defeitos e problemas e claro, rapidinho já sei que não vai durar muito. Então para que abrir o coração?
Só que quando não abrimos o coração, não amamos. E quando não amamos, não crescemos,  ficamos mais secos, pequenos, egoístas. Não damos e não recebemos. Ah, mas amar traz sofrimento, já ouvi muito isso. Pode ser que sim, pode ser que não. Mas hoje me preocupo mais em amar para poder crescer e entendo que cada ato de amor vale a pena. Entendo que amar faz parte de nossa vivência humana para retornar ao caminho espiritual. Entendo que quando o ego cresce e se fortalece, nós perdemos como seres espirituais. E como o mundo é reflexo do que somos e dos nossos atos, é fácil entender porque ele anda tão torto. 
Amar é bom. Gosto da sensação. Gosto da sensação de plenitude. E gosto da espontaneidade das palavras "I love you". Ah... to na Califórnia, né? É em inglês mesmo.
“Pena que pena que coisa bonita diga
Qual a palavra que nunca foi dita antes
Qualquer maneira de amor vale a aquela
Qualquer maneira de amor vale amar
Qualquer maneira de amor vale a pena
Qualquer maneira de amor valerá “
Paula e Bebeto - Milton Nascimento

7 comentarios:

Karen's updates dijo...

mana querida,
amei seu post!
me identifiquei muito com ele - tambem fiz o balanco dos meus relacionamentos e vi que pouco sobrou. Tambem notei que o que eles se tornaram nao me interessaria hoje - em nenhum aspecto: pessoal ou ate mesmo fisicamente. Mas, como voce, nao me arrependo. Foi parte do meu crescimento e vivi excelentes momentos.
Outro dia o Marcelo Rubens Paiva escreveu uma cronica que se chamava algo como "O amor acabou? Arrume outro". Vale a pena ler.
Beijos e muitas saudades
Ka

Anónimo dijo...

Juju, o que aconteceu? Para falar a verdade fiquei meio preocupada com este post...espero que seja só um balanço do passado e não uma reflexão sobre o presente!
Acho que um grande problema de avaliar relacionamentos passados é que você pensa neles com a sua cabeça de hoje e não com a que tinha na época em que aconteceram...
Bjs com saudade.
Andrea

Anónimo dijo...

Und? Não entendi coisa alguma... E concordo com a Andréa que também fiquei meio preocupada. Beijos!

Anónimo dijo...

Então... O último anônimo sou eu: Ruth.

judit kong dijo...

Oi meninas,

Ka, procurei e achei esse texto "Acaba mesmo? Comece outro. Antes que a amargura substitua o brilho dos seus olhos". Gostei! Agora tá explicado, já sei o que me move. :)

Deia e Ru,

nada para se preocupar. É qdo se vive um amor que se percebe o vazio dos outros relacionamentos. Esse é o meu momento. De amor e vida.

Bjos a todas

claudia dijo...

Ju, o que voce escreveu eh simbolo do que um sociologo que nao me lembro o nome chama de liquidez- ele escreceu um livro que se chama "amores liquidos" onde explica que hoje em dia em nossa sociedade, tudo eh muito rapido porque acreditamos que merecemos mais. Nossos pais ficavam anos amarrados em casamentos infelizes e perdiam a vida. Hoje, se nao esta bom, e sabemos reconhecer se nao esta..., passamos para outra. Sem ressentimentos. Porque merecemos mais. Nao me preocupo com voce linda... Muito p[elo contrario, voce esta em um momento de uma linda lucidez. aproveite!

Unknown dijo...

Camisetas de bem com a vida!!
http://www.simplesmenteviva.com.br
Vista essa idéia :)