lunes, 20 de julio de 2009

Sex, Passion and Enlightenment

Califórnia é a terra do sol, do mar e seus surfistas, dos artistas de cinema e principalmente é o lugar dos esotéricos. Aqui tem todo tipo de curso, de healers, quiropratas, yoga, massagem, tantra... pois é, minha irmã conhece bastante dessas coisas e eu vou na cola.

Vivo um momento aberto e tranquilo. Não faço julgamentos baseado na minha moral, procuro olhar, ver, entender e tento separar aquilo que acho bom para mim. Sempre achei que uma boa qualidade que eu tenho é saber aprender. Tem tanta coisa nesse mundo, tem tanta cabeça boa por aí assim como tanto espírito mais evoluído. Me sinto feliz em poder aprender, viver, mudar e poder incorporar coisas na minha vida.

Embuída desse espírito, lá fui eu, fazer o workshop introdutório do curso Sexo, Paixão e Iluminação, numa tarde de sábado, numa sala de um hotel bom, perto do aeroporto de LA.

Minha irmã disse para eu ir bem feminina. Ok, fiquei pensando que talvez não bastasse ser um ser feminino mas deveria me vestir como tal,  isso deve significar não ir de calça, nem short, nem bermuda... pus uma saia branca, meio comprida, blusinha, será que tem que ir de salto?? Ah, isso não, fui de sandalinha baixa, tipo bicho grilo. Minha primeira surpresa foi ser recepcionada pela coordenadora, um ser bem sapatão. 

E ai vem o palestrante, bem americano, subindo no palco, sobre aplausos, andando rapidinho, quase correndo... Como se fosse uma grande audiência.

Sempre me surpreende como os americanos falam bem, o cara mandou super bem. E eu achei o curso bem "food for thought". Ele começou falando, entre outras coisas,  da importância do papel feminino e do masculino. Pediu para dizermos palavras que expressassem o feminino. Depois o masculino. E enquanto as palavras eram escritas no papel, eu ficava pensando em como as coisas hoje estão misturadas. Como a mulher hoje é masculina e como o homem se perdeu na divisão dos papéis.

E depois ele começou a falar do modelo de casamento de antigamente, onde o marido era o patriarca machão, provedor e a mulher, a dona de casa, que cuida dos filhos e da casa.  E que isso é um relacionamento de co-dependência, porque nenhum dos dois é capaz de entender ou fazer a parte do outro.

Passou então para o casamento de hoje, onde os dois trabalham, dividem contas, tarefas, compras, os famosos 50/50. E que com isso, cada um fica muito parecido com o outro, mulher tendo objetivos como homens, homens que se abriram tanto para tentar ser mais sensíveis que não tem mais o papel masculino na relação. E são tão iguais que não se atraem mais. Polos iguais se afastam. E ai não tem tesão, não tem atração que resista.

Claro que a seguir veio a propaganda para fazer o curso todo (3 dias) e descobrir mais sobre isso. Mas eu fiquei bem satisfeita. Achei que teve uma mensagem clara nisso. 

Mulher tem que ser mulher, feminina.  Homem tem que ser homem, macho. E buscar um relacionamento mais íntimo, de amor, de abertura, de entrega, de respeito. Menos ego, menos orgulho, menos competição, mais humildade, mais simplicidade, mais flexibilidade. Fácil falar, difícil de fazer. I know. Mas quem disse que a vida é fácil?

Sempre lembro de um namorado falando, na inocência da adolescência, mas na maturidade de um grande amante. Amor é estrada de duas mãos. Fogueira que tem que por lenha senão o fogo se apaga. 

Falar de namoro, de casamento, de separação tá todo mundo falando. Falar de manter um bom relacionamento tá difícil de ver. Quem anda pondo fogo na fogueira do amor?

1 comentario:

claudia dijo...

Sabe que as vezes dou gracas a Deus de nao ter casado "by the book". Nao tive noivado, casamento em igreja, lista de casamento, viagem de lua de mel. Entrei no casamento sem ilusoes de contos de fada, muito pragmatica (ne Ju?) sabendo que daria trabalho. E da mesmo ! Entre mamadeiras, fraldas, licoes de casa, compras de supermercado, contas para pagar, eh muito dificil se perder. Alguem me disse uma vez que casamento eh decidir todos os dias estar com a pessoa. Tem gente que tem medo de pensar que pode acabar. Eu nao. Eh que nem aquela meditacao budista sobre a morte. Eles dizem que para viver bem (consciente) eh preciso meditar sobre a morte todos os dias. Acho que funciona.