jueves, 7 de mayo de 2009

Chimichurri

Conheci a Clau na facu, ela tinha uma bolsa imensa onde carregava tudo, inclusive o Guia de ruas de Sampa, para não se perder. Vinda do interior, ela é até hoje a pessoa mais pragmática que conheço, nada pega ela desprevenida e quando não tem jeito, lá vem ela com uma idéia inusitada, pronta para resolver logo a questão.  Sempre muito antenada, fuçava livros, cds, autores, bandas, músicas, cinema, reportagens e depois ela partiu para as comidas naturais, produtos integrais, enfim sempre se preocupou e se preocupa,  em ter uma vida sana e culta. 

Estudamos juntas, quando saímos da facu, fomos morar com nossos respectivos namorados e saíamos os quatro juntos, para jantar, para viajar, um cinema. Até que, por essas coincidências do destino, nos separamos dos nossos respectivos namorados. Aconteceu no mesmo dia, descobrimos isso entre lágrimas. Karma, foi o que disseram. Não sabíamos quem consolava quem naquele dia. E fomos morar juntas. 

Sempre comentávamos que queríamos ter histórias para contar para os netos. Entre trabalho, viagens, balada e amores, passaram-se bons anos, acho que uns três. As coisas ocorriam sempre em harmonia, sem nem precisarmos conversar. Supermercado, faxineira, contas, não lembro de nada talvez porque fluia tudo tão bem que nunca deu problemas suficiente para eu lembrar. 

Mas eu lembro de um dia em que chegamos em casa e não tinha nada em casa, nem água. Na época, vivíamos viajando e trabalhando muito. Ás vezes nem nos víamos e, com saudades, marcamos um dia para jantar juntas. É, de por na agenda. Mas nesse dia que não tinha nem água, em vez de fechar o tempo, ríamos loucamente. Que tal um belíssimo jantar fora?

Eu vejo a Clau muito abençoada, sempre viveu muito, é mais desapegada do que eu, acredita no dom da vida. Pegou o boom da internet, foi morar em Miami. Resolveu estudar fora, foi lá pro Canadá. E eu sempre fui visitá-la, estivesse onde estivesse. 

E ela conheceu o Ma, Marcelo. Hoje eles formam uma família linda, com a mais que linda Natashinha e o mais que espevitado Nico, e moram na Argentina. Daqui a pouco vou para lá, para não mudar o costume. Mas antes disso eles foram morar em Indaiatuba e claro que eu ia sempre. Respirar um pouco de ar puro, matar saudades e comer churrasco. Lambuzado com muito chimichurri. Receita do Ma, que a Clau também faz com maestria. 

Chimichurri é o molho argentino que acompanha as carnes. Depois de comer isso, churrasco não é o mesmo sem. E agora que temos uma super churrasqueirinha, perdi a conta dos churrascos que fizemos. Sempre que vamos pro chalé, fazemos um. E claro, eu é que não ia ficar sem. A Clau mandou a receita.

No último, onde foi toda a família do Manu, espécie já de despedida, eu fiz  chimichurri. Todo mundo empapou a carne de tanto chimichurri. Amaram!

Mana, obrigada pela receita. Ma, obrigada por ter me apresentado o chimichurri e principalmente por cuidar da Clau.

E Clau, thank you for being part of my life, mana e irmã do coração. Te echo de menos. 

Chimichurri (Chimi pros íntimos)

Para hacer una taza y media:
1/2 taza de aceite de oliva
1/2 taza de vinagre de vino
1/2 taza de cebolla picada bien finito
1 cucharadita de ajo picado fino
1/4 taza de perejil fresco picado
1 cucharadita de oregano seco
1/4 de cucharadita de aji molido
1 y 1/4 cucharadita de sal
1 cucharadita de pimienta negra molida fresca
Combinas todo y lo dejas reposar un par de horas para que "agarre sabor"

Vamos lá: taza é xícara, perejil é salsinha, ajo é alho, cucharadita eu usei uma colher de chá.  Agora, aji molido... Bem, isso é um condimento argentino que a Clau disse para trocar por pimentão vermelho. Mas olhando na internet, parece aquela pimenta vermelha em grãos grandes, bem grandes. Então, depois que eu descobri que pimentón de la vera e páprica é a mesma coisa e que aji molido também vem de pimentão, eu faço assim, pico um pouco de pimentão vermelho, uma cucharadita. E ponho um pouco de páprica. 

Aproveitem!

De certa forma, esse blog contribui um pouco mais para que nossas vidas continuem entrelaçadas. Eu me faço presente no dia a dia dela. Ela se faz presente na minha vida nos comentários que faz em cada posting. 

E temos muitas histórias para contar pros netos, pena que não dá para contar nesse blog.

3 comentarios:

Karen's updates dijo...

Mana,
voce tambem foi me visitar na Holanda, eu tinha acabado de chegar, nao sabia nem se ia ficar ou nao. Depois, a gente se encontrou em Budapeste e foi uma viagem linda!Eu tambem tenho este habito de "perseguir" meus amigos... quando a Dri se mudou para a Italia e eu fui visita-la a primera vez, ela ficou toda emocionada e me disse: com tanto lugar para voce ir de ferias, voce vem para ca... Na epoca, nao entendi muito bem porque ela se emocionou tanto. Hoje, entendo perfeitamente. Quando a Katinha veio para ca, foi um dos presentes mais lindos que ja recebi. Nunca perca esta "mania", ta? Isto dito, mi casa es su casa, no Nepal, na India ou onde a vida me colocar.
Beijos, com amor,
Ka

Clau - o mesmo eh valido para voce... nao te vejo desde 2005!!! Que verguenza!

claudia dijo...

Bota verguenza nisso ! A proxima vez ou vai ser no Brasil ou naquele lugar (que a gente nao decidiu ainda) que vai se encontrar na comemoracao dos 40!! Eh o maximo receber visita ne ? Aqui ja veio o Kiko e a Caca e o Renatinho (Branco, lembra?) Amanha chega a Duda (viva!!) para o aniversario da Natasha que eh domingo. Cada visita eh um pedacinho do Brasil pra mim!

judit kong dijo...

Ué, e qual é a surpresa??!! Vcs são pedaços de mim, moram no coração. Ir ao encontro de vcs é preencher alguns buracos dele. Ele fica mais cheinho e mais feliz.

Bjos,