lunes, 4 de mayo de 2009

Semana Santa - The end

Último pedaço da viagem, antes que eu esqueça.

Extremadura é o estado da Espanha, ao lado de Portugual e eu diria que é o menos povoado e menos conhecido. Mas eu achei muito rico, cheio de bonitas paisagens, boas estradas, cidades antigas, históricas, com marcos romanos, castelos e uma excelente comida. Vale a pena conhecer.

Nós começamos por Mérida, capital de Extremadura, fundada pelo imperador romano Octavio Augusto, em 25 AC. Vendo o que tem na cidade, dá para perceber como foi importante na época. Tem ponte romana sobre  rio Guadiana, a Alcazaba (construção árabe) com seus muros e uma vista linda do rio, tem restos do templo de Diana, o arco de Trajano, o aqueoduto de Los Milagros e o maravilhoso teatro romano que tivemos a sorte de visitar de dia e, evento especial de Semana Santa, fazer uma viagem guiada a noite. Disseram que é o único que ainda mantém sua função original pois ainda tem apresentação de teatro clássico.




Nesse dia andamos muito,  porque o aqueoduto é quase do outro extremo da cidade mas valeu a pena, a cidade é bem tranquila, com jeito de cidade do interior e conseguimos descansar no gramado que fica em torno do aqueoduto.  

Almoçamos e jantamos ali do lado do teatro, cheio de restaurantes e bares. Foi ali, no Yantar, que comemos o maravilhoso jámon de pata negra. Tinha uns pendurados e realmente, a pata é pretinha mesmo. O garçom era meio devagar e a comida demorou muito e teve uma hora que eu pedi algo e acrescentei uma expressão bem espanhola "cuando puedas". A Dea achou que eu estava de gozação com o cara, mas não é não, aqui é muito usado e muito educado falar. Ouço direto. Ali comprei uma garrafa de azeite e num supermercado compramos o famoso Pimentón de La Vera, que é um pó que vem numa latinha que eu fiquei cheirando... ué, cheira igual a batata frita que a Déa tinha comprado, que tinha páprica. Aprendi que é a mesma coisa, aliás, nem sabia que páprica era feito de pimentão. 

Manhã seguinte, Cáceres, outra cidade considerada patrimonio histórico da humanidade. Linda, tem um centro antiguo maravilhoso, dizem que é uma cidade que foi pouco atingida pelas guerras por isso que mantém intacto a maioria dos seus prédios. São mais de 10 torres entre igrejas, ermitas, casas, palácios, museus... Uma delícia para passear a pé, pena que fazia um frio. 



E seguimos para Trujillo porque queríamos almoçar lá, bom, almoço aqui na Espanha é tarde, restaurante só abre 13:30 e normalmente as pessoas almoçam as 14:00 durante a semana. O tio do Manu nos recomendou comer no La Troya, bem atrás da estátua de Pizarro mas infelizmente quando chegamos, já bem tarde, o restaurante estava lotado o que para mim foi novidade porque aqui sempre tem tanta opção (e com a crise) que no geral é só chegar e comer, tivemos então que procurar outro. Mas não tem erro não, sempre se come bem na Espanha.

Em Trujillo ficamos no parador, onde deixamos o carro porque é pertinho da Plaza Mayor e de lá se sobe até a fortaleza árabe. Não sei se dá para ver, mas na foto abaixo tem uma santa na janela. Quando se sobe até lá, dentro da torre, se põe dinheiro e a Virgem vira lentamente para contemplar quem está dentro da sala. Como fazer um dinheirinho... Depois do jantar, fui dar uma última voltinha na cidade, na plaza mayor, toda iluminada assim como essas torres abaixo. Lindo e junto com uma lua cheia maravilhosa... Bom demais.

 


Comprei um queijo chamado Torta del Casar, denominação típica da região, que me chamou a a
atenção por ser quase igual ao queijo Vacherin que comemos na Suiça, redondo, numa caixinha redonda de madeira, mole por dentro. Feito de leite de ovelha, o queijo é muito fedido e tem um gosto bem forte também, bom,
mas achei que o cheiro bate antes no nariz do que o sabor na boca.


Como curiosidade, em Extremadura, dizem que nasceram três grandes imperadores romanos (ai, será que é certo falar assim? se não for me perdoem) Augusto, Trajano e Teodósio. 

E especificamente em Trujillo, nasceram grandes conquistadores da América, como Hérnan Cortéz, fundador do México, Francisco Pizarro, fundador de Lima no Peru e Francisco Orellana, explorador do Equador e do rio Amazonas. Tem um busto do Orellana perdido em alguma quadra de Trujillo, meio orelhuda segundo meus visitantes. Dizem que é por isso que muitas cidades na America Latina tem os mesmos nomes que cidades de Extremadura. 

E para finalizar, o grande jantar no Parador, onde fomos "invitados" a espanhola pelo Ale. Que aliás, nos proporcionou também o traje. Isso mesmo, ganhamos as camisas de presente enquanto estávamos fuçando lojinhas em Trujillo. Lindas não?


Ale e Dea, super obrigada por tudo. Amamos a vigem, amamos a companhia de vcs, os presentões... Aliás, falando em presente, até o Manu ganhou presente. Um jogo de baralho em caixinha de madeira e surpresa, surpresa, uma cava de vinhos! Esse foi comprado no último minuto da viagem, estávamos no supermercado comprando coisitas e o Ale teve a idéia, saiu correndo, comprou e deu para o Manu, que ficou olhando sem entender nada. Acho que era "broma" , brincadeira do Ale. 

Hehehe, presente aceito. Agora o Manu quer fazer um lugar de meninos lá no sotão do chalé, por a geladeirinha, um bar e uma mesa de sinuca.

E um especial agradecimento ao Manu, que planejou toda a viagem, fez as reservas, dirigiu o caminho todo e foi nosso guia. Obrigada, querido.


5 comentarios:

claudia dijo...

Que delicia tudo isso Ju ! Sabe que voce esta escrevendo cada vez mais em 2 idiomas ? Voce vai ver que daqui um ano vai tentar encontrar a palavra para lastimar e nao vai conseguir se lembrar de "machucar". Tem palavras que ja estao saindo do meu vocabulario e que agora parecem estrangeiras, eh mole? Chinelo virou ojotas (ou chancletas). Blusa virou remera. Casaco virou abrigo...

judit kong dijo...

To com a casa cheia de pedreiro consertando umas "grietas". Sabe que me deu um branco e fiquei tentando lembrar da palavra em português??!! Um horror. Em tempo: rachaduras.

Agora ojotas... remera...ooohh palavrinhas estranhas. Aqui usam algumas palavras em ingles, por ex, blusa é jersey, mais fácil. Só que falam com sotaque, a primeira vez que ouvi eu nem entendi.

Bjoca

vandreza dijo...

Guapa, comecei minha primeira aula de Español hoje!!!
Eita nao é facil nao... besitos!

judit kong dijo...

Van,

não é fácil não, tem todas as conjugações dos nossos verbos mais o raio do: dámelo, acuérdate, tomatelo... e tem som que eu não sei reproduzir. A Deia me disse que existem sons que se vc não aprende de pequeno, não consegue fazer depois. Não sei se fiquei triste (porque significa que não vou poder fazer) ou feliz (ufa, não preciso ficar me esforçando e me achando de uma incompetência só)... Continuo tentando. Paro não, um dia sai.

Bjos

judit kong dijo...

Ops, esqueci de dizer. Parabéns!!! E que vc aprenda tudo bem e direitinho.

Bjos!