sábado, 23 de mayo de 2009

Who are our heroes? Quem são os nossos heróis?

Tá com um tempinho? Se não tiver deixa para depois. Precisa de mais de 20 minutos e muita paciência porque o vídeo vai carregando enquanto roda, eu tentei com legenda em português e depois mudei para inglês para ver se melhorava e nada. Mas eu adorei cada palavra que ouvi.

O vídeo é uma apresentação do psicólogo americano Barry Schwartz, num site chamado TED (tecnologia, entretenimento e design), Ideas Worth Spreading (idéias que valem a pena espalhar). O apresentador busca entender a vida moderna, analisando a relação entre a economia e psicologia humana. A apresentação chama-se "our loss of wisdom" (nossa perda de sabedoria). Poxa, achei genial. Vejam se puderem.

Texto inteligente, que faz pensar. Eu leio muita coisa, sempre fico procurando algo inspirador e enquanto eu ia ouvindo o texto pensei em tanta coisa. Bom demais e agradeço ao Sergio Russo (segunda menção nesse blog!) por ter escrito um texto ótimo resumindo o vídeo entitulado: "Como melhorar o mundo".

Eu não quero repetir o vídeo, ou falar o que o texto do Russo já fala. Quero só colocar algumas coisas que vieram na minha cabeça enquanto ia vendo o vídeo.

Quando ele fala dos bônus e incentivos, e claro que todo mundo gosta de receber um, não pude deixar de pensar na IBM onde trabalhei por tanto tempo. O modelo lá (e em todas as grandes empresas e bancos do mundo) é que o time de vendas é comissionado. Qto mais vende, mais ganha porque tem os famosos aceleradores. Funciona? Funciona. Mas aquilo sempre me incomodou. Sempre achei o modelo estranho porque achava eles mais voltados aos interesses (do cliente e do bolso) do que interessados em fazer o certo, exatamente como diz o vídeo. O certo para o negócio da empresa no curto e no longo prazo. Um dia um cara pôs o dedo no meu nariz e disse que íamos perder a proposta por minha causa, na época eu era responsável pela área de preços e planejamento dessa unidade. Nesse dia, achei que tinha algo muito errado. Primeiro pela postura e segundo...não era paga para dizer sim ou não de acordo com as regras, era paga para achar soluções, fazer o melhor para a empresa, e era isso que eu estava tentando fazer. Mas o fulano era pago para vender. E foi isso que ele comprovou ao dizer algo tão... indelicado. Para ser delicada.

Menos regras, menos incentivos e mais pessoas sábias buscando fazer o que é certo. E precisamos de modelos, de heróis morais que fazem o que é certo, para criar pessoas sábias. E fiquei pensando quem são os heróis de hoje: a turma do Big Brother, gente bonita e vazia fazendo nada; jogadores de futebol que mal foram para a escola, com seus carrões e suas mulheres modelos, cantores e artistas caindo de tão bêbados ou morrendo de overdose. É tá bem difícil, mas concordo plenamente.

Valorizar quem faz o que é certo, da maneira certa, na hora certa. Reforçar os valores morais de honestidade, coragem, gentileza... para criar cidadões melhores.

Tem muito pai se matando de trabalhar para pagar uma boa escola para seus filhos. Educação é o que podemos deixar para nossos filhos, ouço isso direto, acho louvável. Mas tem pai que nem vê o filho. E eu tenho visto cada peste por aí, que dá até medo. Meu pai teve 6 filhos, trabalhava 364 dias por ano (não abria a pastelaria no Ano Novo), 14 horas por dia, trabalhava para dar um teto e comida para a gente. Meu pai me ensinou os valores, o que é certo e o que é errado, o valor do estudo e do trabalho. Devo o que sou a isso. Obrigada, pai.

Sei, ficou louco esse posting. Mas foi só uma pequena parte do que passou na minha cabeça. Eu pirei com o vídeo. Assistam.

PS: corrigi o vídeo, colocando-o com legendas em português

2 comentarios:

claudia dijo...

Ju, esta historia me fez lembrar de porque nao fui trabalhar na IBM... O pior que a cultura eh criada, de proposito, e sustentada com regras, procedimentos, indicadores. Eh a maquina da organizacao com a cenourinha para quem quiser comer. Na verdade eh que eh muito dificil estar em uma organizacao que "viva e respire" de forma etica. Ter tem, mas nao estao entre as 500 da Fortune. Infelizmente.

judit kong dijo...

É Clau, lembro bem dessa história. Mas a vida é boa e mostra os seus caminhos.

O modelo de lá foi desenhado por uma consultoria. Nunca fui favorável, sempre achei estressante mas ou a gente se adapta ou pula fora.

Ético é, não tenho dúvida, mas não é bom no sentido de poder trabalhar gostoso, em time.

Bjocas